segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Trova...




A luz do teu apartamento
é como um velho farol
nas noites mais solitárias,
ou quando falta-me um sol...

link da imagem

é algo muito simples e singelo, mas eu gostei desta trova, assim, do jeito como ela é...

domingo, 12 de dezembro de 2010

De um Domingo


Coisas que possivelmente ninguém me entenderá, porém muitos pensarão entender.

1. Xique Xique, do Tom Zé é para mim a melhor música para representar uma cidade grande à noite.
2. Realizar um capricho infantil é algo deliciosamente divertido.
3. Nem todo exagero meu é figura de linguagem.
4. Melancolia está para mim assim como o mar está para um barco.
5. Nem tudo que é triste é para ser evitado mas muito do que é considerado alegre eu evito.
6. Estar alegre não é ser feliz e ser feliz não é ser alegre.
7. Eu nunca farei parte da matilha não importa se ela me acolha ou não.
8. E as vezes é mais seguro fugir do farol.
9. Os coadjuvantes são os personagens mais interessantes.
10. Ser um passageiro não é ser efêmero.
11. Tomar sorvete de casquinha azul num dia de chuva enquanto espero o ônibus é a melhor coisa do mundo.
12. A sanidade está para o homem assim como as janelas estão para o apartamento.
13. Observar uma cidade se movimentando à noite, com suas casas e suas janelas é o mesmo que olhar as estrelas.
14. As vezes estar sozinho é mais fácil quando se está acompanhado.
15. Infeliz é o homem que não se diverte ao pisar em uma poça.
16. Estou para um dia ensolarado de praia assim como um peixe está para o forno.
17. Meus dias felizes são os nublados.
18. Um homem considerado pelos outros como adulto é sem sombra de dúvida uma criança infeliz.
19. Me sinto mais seguro estando do lado de fora da caverna, e dormindo mais longe da fogueira.
20. Perfeita será a menina que conseguir entender o que realmente o mar me esconde.
21. Perfeita será a menina que conseguir entender o porque de ser uma atrocidade comer uvas passas.
22. E eu prefiro ser uma traça do que uma cigarra.
23. Um relógio de bolso mostra às horas como elas realmente devem ser.



Mais um texto confuso.

Na tarde de domingo as memórias sibilam aquelas velhas sensações perdidas há muito tempo. 2006, 2007, 2005... E a vida se resume em assistir uma palestra do professor de história de um amigo meu, como primeira aula no Instituto Estadual de Educação. A primeira aula que tive lá foi uma palestra sobre o The Wall e os outros personagens principais deste dia foram o Raphael e o Márcio, posso estar confundindo, mas o pai do Raphael nos deu carona, e foi conosco, para um cover do The Cure e do The Smiths, foi aí que realmente conheci The Smiths. A vida se consiste de sensações, a aura deste colégio à noite, que nunca hei de me esquecer e principalmente, aquele dia particularmente marcante. O cheiro do cigarro alheio em uma creperia com tons vermelhos que nunca mais vi em minha vida de camisas velhas e botões desaparecidos.
A nossa percepção de realidade consiste principalmente em adquirir memórias, completamente subjetivas, envolvendo sensações e é nesta simulação que usamos para associá-las a fatos presentes e assim poder agir de acordo, é claro que é bem mais complexo que isso, mas foi justamente este estímulo pelo ambiente sombrio, que, devido a alguma associação à outras memórias, fez o meu cérebro liberar seratonina, assim sendo feliz naquele momento, suscitando uma espécie de dependência que me fez afeiçoar-me a esta memória. Pura especulação pseudo-cientifica, mesmo assim, acho que é isso que me faz preferir sair à noite e à buscar sensações semelhantes, a felicidade é o mais belo vício que pode existir neste mundo melancólico, numa melancolia tão e tão agradável.
Agora é que eu cito Luiz Delfino, só a chave de ouro do qual, de uma maneira deturpada e imprecisa, entra neste contexto. “Me perguntas se isto é belo, e eu acho.”

Ps: Tocando o álbum acústico da MTV do The Cure.
E bem, a poesia vai ter de ficar para mais tarde... Responderei os comentários e voltarei a acompanhar os blogs a partir do dia 15...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fantasmas




Fantasmas

Nesses espaços d'entre os muros
dá-se de ouvir os velhos sussurros,
roucos, cobertos todos de terra.

Vozes de velhas secas raízes,
seres perdidos são os infelizes
presos na terra e a sina se encerra.

Ouça o sussurros nessas paredes,
dentro das frestas, presos nas redes
feitas de ferro, pontas de serras.

Mentes trancadas, sofrem, fundidas
nesses tijolos formam suas vidas
mortas no outrora mesclam-se aos prédios.

Olhando os ruas esquecem o outrora,
olham do alto e esquecem das horas.
Vivem de anseio e enlouquecem no tédio!


Estu realmente sem tempo, dia 30 comprarei meu net book, possivelmente vai vir alguns poemas sobre mitologia grega, mas na questão de Hades.
Bom, é isso, lá vou embora outra vez, abraços.

sábado, 27 de novembro de 2010

Tráfego



Tráfego

Nessa ferrovia, não via meu destino passar,
e nem percebia ou sabia que as pessoas caminhando
não vão mais voltar pra cá,
vão pra lá, jamais voltar...

Esses passageiros tão passageiros na rua
passando na vida minha a esquecida na lua,
distante a sonhar o sólido,
tão sólido mundo ilógico...

Eles não percebem, e nem mais querem saber,
que eles nos caminhos se vão sozinhos morrer,
nas suas solidões tão ternas,
nas suas vastidões internas...

Nessa ferrovia perdia meus desenhos de infância,
e nem percebia nem via que o passado em sua estância
se perdia no limiar,
da razão de meu sonhar

Eles não percebem, nem reconhecem o real,
vivem se importando e vão procurando o normal
modo normal de viver
e assim desaparecer...

Nessa ferrovia perdia meus brinquedos, memórias
que bem me prendia nos dias d’esquecidas histórias
que não se tem mais, passado
que não volta mais de fato...

Eles só passavam e nem ligavam pra isso,
querem os seus mundos sem nenhum desperdício,
e nem nunca percebeu-se,
que a infância, perdeu-se...
Só isso...


Poesia antiga...
Sem tempo nem para respirar...

Bufão

Link
Tema antigo, lá de meus primeiros versos...

Era para ser um rondó retro, mas não ficou no tema. Certo, vou fazer um sobre uma paisagem marinha... Pela questão pessoal eu gsotei desse rondó.

Bufão

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

O silêncio morto no ar,
tem de chumbo peso e cor,
num sufoco de isopor
por entrar pelo pulmão.

Um momento de pesar
nos bolsões do pensamento,
um terrível sentimento
por entrar em combustão.

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Em um gelo que transpassa
as suas veias, as suas memórias
lá de histórias irrisórias
que se embaça na razão.

Em um gelo por queimar
toda a pele, seus sensores
antiqüíssimos refletores
que enferrujam solidão...

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

D’uma sina tão concreta
que confunde seus caminhos,
como um urso vai sozinho
na repleta escuridão.

Num constrito rompimento
com os velhos relicários,
um romper de maquinários,
trincamento e solidão.

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Vou à Noite navegando
icebergs naufragados.
pelos mundos apagados
vão rasgando a imensidão.

E nos livros lá de outrora
quando o mundo era azul
fui num barco para o sul,
fui-me embora da razão...

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Aqui seguem uma das mais antigas poesias com um “metro e ritmo” que tenho comigo...

Um bufão congela
congela em terra d'urso
sentado espera o curso
espera um dia ver ela.

Seu chapéu tem pontas
com olhos pendurados
se perde em cousas tontas
e em medos conjurados.

Escolho te como guardião
das mentiras sem razão
dos amores fracassados
dos meus sonhos alquebrados...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Passagem, Noturno e Aflição


Noturno

Um teto sem estrelas, perdido nos faróis, nas luzes das janelas e em tantos outros sóis... Um tempo sem estrelas e tantos holofotes, que tentam surpreende-las com luzes e tão fortes são olhos tão famintos que espreitam as cidades, em cada labirinto com toda a liberdade. E os homens no negrume se perdem em seus mundos, num vago e frio perfume de um gozo moribundo. N'um mundo moribundo...

Passagem

Eu não mais enxergo aquele meu rosto... Todo o meu falar calou e foi perdido lá nos vendavais de velhos desgostos, folhas de um futuro estranho e vencido.

Traços de um amor ao ontem retido todo num sonhar, ferrugem é o seu gosto... Traços de um homem viajante estranho e esquecido, homem que voltou n'um fim decomposto.

Já não mais enxergo aquilo que escrevo, esta má melodia de tempos amigos, este manuscrito de vis tatuagens.

Nem sei se me lembro além do que não devo: linhas que carrego in-derme e comigo numa confusão de mil maquiagens!

Aflição

Os girassóis se desmancharam nos carroceis das estações e as estações já se apagaram lá nos broquéis das gerações que desmembraram e se afogaram nas mais cruéis das aflições.

Nas mais cruéis das aflições!




Bom, um estudo que estou fazendo, estou tentando aprimorar, báh...
Uma outra concepção de verso livre hehehehe

domingo, 7 de novembro de 2010

Nota

Bem, é engraçado, eu sou ao vivo aquele tipo de guri, meio estranho, que vive tirando humor de coisas sem sentido e com um tom trágico porém otimista. Já no papel eu sou deste modo, na poesia e na prosa... Não sem quem aí é o personagem, sou eu que imito a mim mesmo na vida real ou se é eu aqui no blog um personagem. As vezes acho que sou para viver de ideias e ver a realidade se esvair como um algodão doce na boca... Uma amiga minha também é assim, as vezes acha não ter capacidade para enfrentar o turbilhão do mundo e cai nos livros comerciais e em um trabalho rotineiro. Não,é melhor não cair na rotina, quando os dias da semana começam a se tornar cíclicos é que o mundo está desabando, e quando se der conta vais é ter de pular do carro em movimento. Vida de TDAH é fogo, mas bem... É melhor terminar o fichamento, é melhor levar um I.A. baixo na faculdade que abaixar a cabeça. Os homens de pés no chão que fiquem com seus pensamentos de novelo, eu sei que o melhor caminho é o chumaço algodão. Pode não ser o mais prático, porém é o mais divertido.
Meio lisérgico isso não? Mas não, eu não uso drogas, eu não preciso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Trovas brejeiras e três outras tristes



Trovas

Cabelos que cacheados,
lembram ramos de videiras
n’um corpo que curvilíneo
zonza mais que bebedeira.

Tal moça é bem pequena,
jeito de amora madura
doce por dentro e por fora
tanta delícia fulgura...

Tal moça vive sua vida,
com outro vive também,
talvez eu seja o problema,
comigo não vive ninguém.

Moça de folhas que ao vento,
são folhas mortas, se esvaem...
Mundo que vai se perdendo,
são jeitos velhos que caem.

Bem eras de folhas verdes,
com vida dentro e por fora,
mas algo te fez tão fraca...
Sua cor é castanha agora.

Sementes co’o tempo crescem,
as boas e também as más
se espalham por todo o corpo
e o outrora enfim, se desfaz.
...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desapego


LINK DA FOTO

Desapego

A vida passa no meu quintal
e na janela tudo esmaece.
Estando fora, o mundo carece
de algo eterno e algo banal.

E a chuva borra a tinta e desce
os traços feitos pelo real.
A vida passa no meu quintal
e na janela tudo esmaece

Sentado olhando tão natural
os prédios, a luz que parece
dizer que tudo é casual
e a vida morre e apodrece
e a vida passa no meu quintal.

Estou um tanto sem tempo para nada, me custou encontrar um segundo para estes dois poemas, fiz também um dentro do tema do rondel, que é Paisagem, que postarei mais tarde.
Obrigado á todos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Flagelos

Flagelos

Ironia, são bufões que debochantes
regozijam -se vis dos corações,
gerações tão convulsas dimensões
de confusos fomentos relevantes.

Os destinos têm as asas dissonantes
dos desejos, sinceras ambições
que se matam nas praias, nos vagalhões...
Os destinos com asas tão cortantes...

Ironia são as verdades, os flagelos
que sangrando as infâncias e os anelos
vão guardando as sangrias, se alimentando.

E os destinos tal eras bem se afastam,
como os sonhos, e os poucos que se guardam
lembram loucos co’as chagas sós, sangrando.


eeee.... vida.... hunf....

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Matéria sobre o ato e a aprovação da lei complementar alterando o processo de licitação das empresas do transporte coletivo de Floripa

Matéria sobre o ato e a aprovação da lei complementar alterando o processo
de licitação das empresas do transporte coletivo de Floripa, aqui:
http://lataofloripa.libertar.org e aqui http://tarifazero.org

Abaixo a redação inteira:

[Floripa] Câmara de Vereadores aprova projeto de lei impopular que altera
processo licitatório no transporte coletivo municipal
15 de setembro de 2010

Por Yuri Gama

Por volta das 18h desta terça-feira, 14/09, estudantes e populares já
aguardavam em frente à Câmara de Vereadores de Florianópolis o início da
sessão com a votação do Projeto de Lei Complementar, que alteraria a lei
de regulamentação do processo de licitação das empresas de transporte
público.

A casa abriu as portas e as 200 pessoas já manifestavam sua indignação com
o projeto a ser votado. Aos gritos de “Se essa lei aprovar, olê, olé, olá,
a cidade vai parar” e de “Ilha da magia, democracia é só uma fantasia” a
sessão começava.

Como segundo ponto põe-se em votação o projeto. Entretanto, explicando o
grau de impopularidade e questionando veementemente o texto, ao explicar a
necessidade de se fazer audiências públicas em todas as regiões da cidade,
entre outras medidas de diálogo com o povo, o vereador Ricardo Vieira (PC
do B) requereu antes, a votação da volta do projeto para a Comissão de
Trabalho, Legislação Social e Serviço Público. Sua proposta foi negada por
11 votos contra 3. Em seguida, apesar de toda a pressão popular presente
com diversos setores da sociedade se manifestando contra, por 11 votos a
favor, um contra e duas abstenções, a Câmara de Vereadores aprovou o
projeto de lei complementar 1.017/2009 que atualiza a lei 034/99 com 6
emendas novas. Somente o vereador Ricardo Vieira votou contra.

A sessão termina às 20h e aos poucos os manifestantes vão saindo da
Câmara. Ao passo que o carro do primeiro vereador tenta sair, o bloco se
reúne novamente e bloqueia a Rua Anita Garibaldi e fecha-se a garagem do
prédio. Nisso, um ônibus da Transol, ao tentar fazer a curva para desviar
do bloqueio, bate em um carro e acaba tendo que parar, colaborando com
ocupação da rua. Com isso, a manifestação começa uma assembléia para
discutir os próximos passos e uma série de falas ocorre. Fala-se em Ação
Pública para embargar a lei complementar recém aprovada, fala-se em
organizar um projeto popular substitutivo ao presente e ainda tira-se uma
reunião de reorganização da Frente de Luta pelo Transporte Público para o
próximo sábado, 18/09, às 14h30, no DCE da UFSC.

A atração do bloqueio foi a queima de um pequeno ônibus feito com papelão
escrito “Tran$ol”. O protótipo ficou queimando por mais de 1 hora, mesmo
após várias tentativas da guarda municipal de apagar com extintor de
incêndio, panos e até pisando em cima. Após o fogo ter se apagado a
Polícia Militar e o BOPE apareceram e tinham ordens diretas para retirarem
os vereadores da Câmara em segurança. E foi o que ocorreu. A manifestação
não quis confronto e o cordão policial foi feito para que dois carros com
todos os 7 vereadores, que ficaram lá dentro por 1 hora e meia, saíssem.

Nesse momento um manifestante que estava em outra parte da rua jogou sacos
de lixos nos carros e acabou sendo detido e levado para a Central de
Polícia. Logo em seguida a manifestação se encerrou, alguns foram na
Central verificar e outros dispersaram. Acumulando vontades e forças.

Para esta quinta-feira, dia 16/09, às 19h30, no auditório da Reitoria da
UFSC, está marcado o lançamento do documentário IMPASSE, produzido pelos
jornalistas Fernando Evangelista e Juliana Kroeger. O mesmo problematiza a
situação calamitosa em que se encontra o sistema de transporte coletivo da
capital e mostra entrevistas com atores e atrizes participantes de todo
esse imbróglio, que se tornou pauta ativa na sociedade florianopolitana
nos últimos 10 anos.

Entenda o Projeto de Lei Complementar aprovado

Da noite para o dia surgiu na pauta da sessão da Câmara de Vereadores a
votação do projeto de Lei Complementar 1.017/2009, visando alterar a lei
034/99- que já regulamenta o processo de licitação das empresas do
transporte coletivo de Florianópolis – autorizando e transformando
pontualmente este já existente processo licitatório. Diz-se “da noite para
o dia”, pois o projeto foi diretamente para a votação de maneira
inconclusiva. O último estágio de debate foi na Comissão de Trabalho,
Legislação Social e Serviço Público e esta simplesmente não chegou a uma
conclusão em cima do assunto. Mostrando assim, como é necessário um
diálogo com a população para que tais leis, que afetem centenas de
milhares de vidas, não atuem de maneira a piorar a situação que já está;
mantendo assim um nível mínimo de democracia na sociedade.

O novo projeto no começo de sua redação enfatiza a continuação do sistema
de transporte nas mãos da iniciativa privada, alegando que “Administração
Pública Municipal não dispõe de condições técnicas, recursos humanos e
capacidade econômico-financeira para assumir tal encargo e ainda investir
na qualidade, na modernização e atualização tecnológica e na melhoria
contínua do serviço (…)”. O texto segue elencando através de artigos,
diversas mudanças tais como nos nomes dos tipos de linhas, nos diversos
possíveis tipos de concessão e também – pasmem – a possibilidade de
concessão planejada num prazo máximo de 20 anos e abrindo uma exceção para
casos em que as empresas invistam valores muito altos, para 35 anos.

Em outras palavras, na próxima votação para a licitação das empresas é bem
possível que seja aprovada a renovação do contrato das atuais empresas
para mais 20 anos e quiçá 35. Questiona-se, então, o tamanho do espaço
dado às empresas privadas para atuarem no meio de um serviço que era para
ser público e gratuito, assim como qualquer outro serviço público é e o
tipo de democracia que temos num regime onde se garante a exploração do
transporte coletivo por até 70 anos por uma mesma empresa.

O projeto também aprovou a abertura para incorporações, cisões, fusões e
transferência do seu controle societário desde que o poder público dê o
seu aval. Além disto, a tarifa continuará a ser através da divisão do
custo total dos serviços entre os passageiros pagantes. Ou seja, a
população continuará pagando o lucro dos presidentes das empresas e também
garante o espaço delas de estarem atuando, mesmo depois do término do
contrato, até quando um novo processo de licitação seja votado. Deixando
evidente o caráter dos ajustes votados no dia. Os mais importantes,
claramente, foram acrescentados para a facilitação da vida das empresas
privadas no processo de atuação de suas concessões, em um sistema o qual o
direito de ir e vir da população tem um preço.



COMITÊ DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO

sábado, 11 de setembro de 2010

Mariposas



Na adolescência urbana uma fulana qualquer nessa turba em efervescência que chamamos de tempos modernos, num termo completamente retrógado, ela complementa a sua existência com a convivência de seus semelhantes. E a cada instante mais dessas fulanas emanam das máquinas, de seus computadores pessoais e aparelhos paralelos.
Estar vivo é um anelo para a vida dissolvida desta geração. Comedora dos detritos d’outras eras e d’outras demandas... A sua existência tem o mesmo propósito irrisório de uma iluminura, fulgurar apenas, como um complemento, bonita e só, porem, sozinha caminha sem contento para um registro de arqueológico. Aérea e etérea como o nada que complementa a rotina esquecida.
Meninas de petróleo, presas em seus tempos, o óleo que emana de seus corpos tem o sabor da Ferrugem. Tão longe e tão divergente de suas mães, como um filhote convertido em chupim. Suas frontes são diferentes nas dimensões, como uma transviada rota da evolução. São meninas crescidas sob o asfalto, no alto de prédios imensuráveis que as tornam fora da realidade como as infantas débeis presas em seus castelos. Estar vivo é um anelo para esta geração represada.
São fadas que como as mariposas esposam as luzes dos postes, definhando na infecunda sina de sua ilusão. Criando um tapete de estrelas apagadas, respingando a maquilagem de suas asas, numa singela hecatombe. Meninas de asfalto que do alto fulguram um brilho escuro de vinil. Mas elas vivem num anelo de viver, sem diretrizes e mitos para guiá-las dentre todas estas marés de loucura. Mas na adolescência uma fulana qualquer nessa história merencória que chamamos de tempos modernos, ela complementa a sua existência com a absorvência de seus semelhantes. E a cada instante mais dessas fulanas emanam das máquinas... Na trágica e hemorrágica vida de um ciclo vicioso...

Marcel Angelo
(http://geleiras.blogspot.com)
SIte da imagem

Segundas Versões

A dançarina

No Oásis ornamentário d’entre torres prediais, d’entre uma instantânea fagulha do Eterno, uma figura fulgura em meio a tantas sombras, de longe. São as sardas de fogo numa noite sem estrelas, uma pequenina menina dança, em meio a toda essa turba confusa de vidas, ela dança envolvida em Silêncio, n’um mundo em seus gestos e formas.
É ela apenas um facho de sonho algum perdido na festa que o meu breu contorna, sozinha no vasto de um céu nenhum em meio á tantas luzes d’estrelas mortas. Só e sozinha no vasto de um céu qualquer, que a envolve em meus lençóis, e no breu a deforma.
São sardas de sonhos em uma noite eterna, dançando feliz numa festa fútil, é só a vida de alguém sufocada n’um mel de vidas... N’um enleio de vapor humano, tão longe do meu frio calor das geleiras... Essa sereia, sendo só uma menina alegre, transparece e aparece nos meus olhos opacos como um licor ou um farol vivo, feito um girassol. Ela é estrela, que brilha tão longe e tão terna e eterna em meus temores, tão distante deste mundo que a envolve tão inútil, é uma super-nova que brilha tão forte que se esgota e morre em um sopro e vai-se esquecida e esvaecida, como um sol que abandona todos aqueles mundos que um dia ela iluminou.
E todo este Mundo que um dia a desejou...

Marcel Angelo


Altívagos

O mundo é de loucos e as coisas correm como trens, correm como carros nas estradas,
partindo sempre e sempre indo embora e sempre partindo de suas partidas. O mundo é de loucos e as coisas passam como passam palavras num jornal, sempre efêmeras, sempre vagas, para se dissiparem como jornal que molha e desaparece. E a memória fenece.
O mundo é de loucos e nesse mundo lunático todos olham para o chão,vivem para o chão e como estátuas de barro a de derreterem pelas chuvas, se diluindo, e a dissolverem as suas coisas, extinguindo as suas coisas de barro para o chão.
Em um mundo de mares e marés, ares e nuvens, em um mundo de nuvens...
Porém vivemos também em um mundo de nuvens, de longínquas mentes pairando no ar, a voar por longas e longas raias, que enfim se confundem.
São aves que vivem voando por mares e marés desconhecidas, territórios de luzes e trevas, de profundas cavernas, de mundos oriundos de meras memórias. São vidas que vivem de memórias, de pensamentos e sentimentos divagantes como cavaleiros errantes vitimas de -“Quixotismos”.
São almas de voadores altívagos, viajantes de mundos únicos criados e recriados. São seres que vivem entre estátuas de barro, são seres que colorem as efêmeras palavras, são os que atravancam as endo-partidas!
São seres undívagos de seus undo-universos, que criam mundos etéreos, que tiram tudo de aereocéfalo-monastérios, mesmo estando na janela de seus quartos de dormir.
Mesmo olhando para os móbiles e seus brinquedos nas estantes. Enquanto escutam divagantes a televisão em que seus pais estão n’outro quarto a existir...

Marcel Angelo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasil – Santa Catarina: A RBS no banco dos réus

Brasil – Santa Catarina: A RBS no banco dos réus
30 abr | Notícias

Fonte: Elaine Tavares – Adital

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina realizou no dia 28 de abril de 2009 uma discussão histórica, colocando no banco dos réus o oligopólio da Rede Brasil Sul, a RBS. Mas, esta proposta de transformar a maior rede de comunicação do sul do país em ré comum não foi privilégio da direção do sindicato, portanto a ela não se pode reputar nenhuma intenção ideológica. O responsável por esta façanha é o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em Santa Catarina, Celso Antônio Três, que apresentou uma ação civil pública ao Ministério Público Federal contra a empresa dos Sirotski, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e a União.

Baseado exclusivamente na letra fria da lei, o procurador apela para a tutela dos direitos de informação e expressão do cidadão, a pluralidade, que é premissa básica do Estado democrático e de Direito. Com base nisso ele denuncia e exige providências contra o oligopólio da mídia sustentado pela RBS no Estado de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Segundo Três, é comprovada documentalmente a posse de 18 emissoras de televisão aberta, duas emissoras por cabo, oito jornais diários, 26 emissoras de rádio, dois portais na internet, uma editora e uma gravadora. Ele lembra ainda que o faturamento do grupo em 2006 chegou a 825 milhões de reais, com um lucro líquido de 93 milhões, tudo isso baseado no domínio da mente das populações do sul que atualmente não tem possibilidade de receber uma informação plural. Praticamente tudo o que se vê, ouve ou lê nos dois Estados do sul vem da RBS.

No debate realizado pelo SJSC, o procurador insistiu que, filosoficamente, ser é ser percebido e isso é o que faz a mídia: torna visíveis aqueles que ela considera “ser”. Os pobres, os excluídos do sistema, os lutadores sociais, toda essa gente fica de fora porque não pode ser mostrada como ser construtor de mundos. Celso Três afirma que na atualidade o estado é puro espetáculo enquanto o cidadão assume o posto de espectador. Nesse contexto a mídia passa a ser o receptor deste espetáculo diário, ainda que não tenha a menor consistência. “Nós vivemos uma histeria diária provocada pela mídia e o país atua sob a batuta desta histeria”.

No caso de Santa Catarina o mais grave é que esta histeria é provocada por um único grupo, que detém o controle das emissoras de TV e dos jornais de circulação estadual. Não há concorrência para a RBS e quando ela aparece é sumariamente derrotada através de ações ilegais como o “dumping”, como o que aconteceu na capital, Florianópolis, quando da abertura do jornal Notícias do Dia, um periódico de formato popular com um preço de 0,50 centavos. Imediatamente a RBS reagiu colocando nas bancas um jornal igual, ao preço de 0,25 centavos. Não bastasse isso, a RBS mantém cativas empresas de toda a ordem exigindo delas exclusividade nos anúncios, incorrendo assim em crime contra a ordem econômica.

Sobre isso a lei é muito clara. Desde 1967 que é terminantemente proibido uma empresa ter mais que duas emissoras de TV por Estado. A RBS tem mais de uma dezena. A Constituição de 1988 determina que a comunicação não pode ser objeto de oligopólio. Pois em Santa Catarina é.. Segundo Três, na formação acionária das empresas existem “mais de 300 Sirotski”, portanto não há como negar que esta família controle as empresas como quis fazer crer o Ministério das Comunicações, também réu na ação. “Eles alegaram que a RBS não existe, é um nome de fantasia para empresas de vários donos. Ora, isso é mentira. Os donos são os mesmos: os Sirotski”.

O procurador alega que a lei no Brasil, no que diz respeito a porcentagem de produção local que deve ter um empresa, nunca foi regulamentada, mas não é por conta da inoperância do legislativo que a Justiça não pode agir. “Nós acabamos utilizando a lei que trata do mercado de chocolate, cerveja, etc. Nesta lei, uma empresa não pode controlar mais que 20% do mercado. Ora, em Santa Catarina, a RBS controla quase 100% da informação”.

Aprofundando o debate sobre a ação oligopólica da RBS, Danilo Carneiro, estudioso do sistema capitalista e membro do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, deu uma aula sobre a formação do sistema capitalista e mostrou como atualmente o capitalismo já não consegue mais reproduzir a vida, tamanha a sua dominação sobre a vida das pessoas e sua sanha por lucros. Desde as cidades-estado italianas, onde o comércio impulsiona a acumulação de lucros, até os dias de hoje a consolidação do capitalismo está ligada à exploração dos trabalhadores e da natureza. Para que isso aconteça é necessário manter as gentes em estado permanente de alienação e aí entram os Meios de Comunicação de Massa. Não é à toa, portanto, que instituições governamentais como o CADE e o Ministério das Comunicações façam vistas grossas ao oligopólio da RBS assim como da Globo. Tudo faz parte da manutenção do sistema.

Sobre a ação na Justiça contra a RBS, Danilo lembrou que hoje no Brasil existem mais de 60 milhões de ações em andamento e isso por si só já dá um panorama do que pode acontecer. Sem uma mobilização política efetiva das entidades e do povo catarinense, essa ação pode se perder no sumidouro da Justiça brasileira.

Na platéia do debate um público muito representativo do movimento social de Florianópolis, tais como representantes do Diretório Central dos Estudantes da UFSC, da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (UFECO), Sindicato dos Previdenciários (SINDPREVS), Sindicato dos Eletricitários (SINERGIA), MST, jornalistas, estudantes, professores. Cada um deles compreendeu que à corajosa atitude do procurador Celso Três, devem se somar ações políticas e de acompanhamento da ação. O Sindicato dos Jornalistas deve se colocar como assistente do Ministério Público, abastecendo-o com informações e as demais entidades vão difundir as notícias e fazer a pressão necessária para o andamento da ação.

Conforme bem lembra Celso Três, esta não é uma ação voluntarista ou ideológica, ela é objetiva e se fundamente na lei maior. Oligopólios são proibidos e as populações de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul tem direitos a uma informação plural e diversificada. Não há amparo legal para a propriedade cruzada, o pensamento único e muito menos para a dominação econômica.

Na senda da fala de Danilo Carneiro, que deixou claro que sob a ditadura do capital é impossível a democratização da comunicação, também assomou entre os presentes a necessidade da discussão e da luta por outra comunicação e outro estado que não esse no qual imperam as relações de dominação. Agora é ficar atento e aprofundar a luta. Sem isso, não anda a ação, e tampouco acontecem mudanças estruturais.

Fonte: http://www.ombudspe.org.br/?p=276

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Urna



http://jorditimon.artician.com/portfolio/amphibia-1/

Urna

Sentir na fumaça de um cigarro
os mitos perdidos na ferrugem.
No escuro das ânsias anciãs
que queimam e esvaem e nos conduzem.

Sentir na fumaça de um cigarro
as velhas verdades dos xamãs,
a terra-sem-males, paraísos
que morrem, retornam no amanhã...

São mitos perdidos na ferrugem,
no fundo do pó os pergaminhos
n’um sopro, vitrais estrelares
que os deuses largaram no caminho.

No ventre das ânsias anciãs,
os símbolos idos e esquecidos,
se quebram na roda da fortuna,
dos olhos do Mundo escondidos.

E queimam e esvaem e nos conduzem
sirenes de tempos tão confusos,
são velas que apagam nos abismos,
berrantes que calam no desuso...

Logo logo eu vou trazer um material interessante...
consegui um estágio, e logo então vou ver de conseguir internet em casa, e isso significa melhoras no blog e poder ler também outros trabalhos de outros blogs e sites...
mas bem, indo no embalo das aulas de história da arte e outras acabei escrevendo esse poema, até mais.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Apoio, repassando a mensagem.

Bem, estou repassando, e vejo isso como obrigação.
O pai de uma amiga minha, pelo que eu soube, morreu em serviço.
Esse tipo de cidadão é de fato um herói.
Assim também como os policiais que efetuam com qualidade o serviço, mais por um senso de dever principalmente.
Bom, essa é minha forma de apoio.

Olá, leia e repasse, faz favor. Quando repassar, informe que é de um amigo seu, assim os outros irão ler.

Meu nome é Luciano Luis de Souza, sou casado e pai de uma linda menina de 5 anos, era Policial Militar de Santa Catarina com 21 anos de serviço, com uma ficha de comportamente avaliada no conceito Excepcional (na PMSC temos: ruim, mal, bom, ótimo e excepcional); possuía também mais de 10 elogios de bons serviços prestados a sociedade catarinense; 02 medalhas de Honra ao Mérito; curso de Polícia Comunitária e etc... em 2006 até 2008 Comandei um Setor de Polícia Comunitária no bairro Barreiros/Sede - São José (25 mil habitantes), ao meu Comando 47 policiais militares, 04 viaturas e 02 motocicletas, efetivamos o 1ª CONSEG de São José, em fim, sempre HONREI O SERVIÇO POLICIAL MILITAR.

Fim de 2008, mês de Dez, ocorreu um movimento reivindicatório promovido pelas esposas dos militares (Praças), exigindo do Governador Luis Henrique da Silveira, o cumprimento da Lei 254, a qual o próprio assinou, isto mesmo, ele fez a Lei e não a cumpriu; Nesta reivindicação as esposas dos Praças solicitavam: melhorias de condições de trabalho - equipamentos adequados; execução efetiva do plano de carreira, com aberturas de cursos internos; como também, o cumprimento da escala vertical de vencimentos - isto é: se o Coronel ganhasse um percentual de aumento salarial, o Praça também ganharia - Isto está escrito na Lei 254.

Finalizando, o Governador Luiz Henrique da Silveira não cumpriu a Lei que ele mesmo fez, e por conseguinte, DETERMINOU a punição severa aos policiais militares que participaram do movimento reivindicatório (Movimento que solicitava o cumprimento de uma Lei que ele próprio havia feito e assinado); Início de 2009 até os dias atuais, mais de 1000 policiais militares foram punidos com cadeias e detenções, como também, 22 policiais militares FORAM EXCLUÍDOS DA POLÍCIA MILITAR, todos no excepcional comportamento e com mais de 10 anos de serviço.

O Policial Militar não possui FUNDO de GARANTIA ou qualquer outro tipo de garantia quando sai da PMSC, Não temos seguro desemprego, aposentadoria proporcional e etc, nenhum direito garantido, simplismente sai sem receber nada! pois quando entramos é nos dito que após 10 anos possuímos estabilidade, porém, não foi isso que ocorreu! A condenação foi somente na esfera administrativa, e não recebemos o direito constitucional de aguardar o julgamento até que seja condenado ou não - Presunção de Inocência - a maioria dos bandidos de todos os tipos tem seus direitos garantidos. Nós, homens de bem e pais de família, não recebemos, isto porquê o senhor LUIZ Henrique determinou que fosse assim! INCRÍVEL, contando assim muitos não acretidam, mas é a pura verdade.

Falei isto tudo com um único objetivo, Eu também fui excluído, minha condenação administrativa foi: " ... INDÍCIOS DE PARTICIPAR DE MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO..." pasmem, é isso mesmo! INDÍCIOS, em qualquer lugar do mundo, menos é claro, em SC, indícios não é prova! mas mesmo assim fui excluído. Estou recorrendo judicialmente no Tribunal de Justiça de SC, e tenho fé que isso tudo irá ser resolvido, Eu retornarei para a PMSC. Mas, não reparará todo este sofrimento e humilhação que Eu e minha família passamos.
E é por isso que Eu iniciei esta mensagem, para mostrar à todos, o tamanho do mal que o Governador Luiz Henrique da Silveira causou a mim, minha família e a dos outros 21 excluídos, como também as centenas de Praças que foram punidos arbitrariamente. o Ex Governador quer ser agora Senador! se ele não cumpriu a própria Lei, o que ele quer fazer lá no Senado?! ELE NÃO É MERECEDOR DE NOSSOS VOTOS!

Se você se sencibilizou, favor enviar a seus outros contatos, assim todos poderão saber quem é verdadeiramente este monstro Luiz Henrique!

Muito Obrigado
Luciano Luis de Souza
(48) 9116-6747
à disposição pra qualquer dúvida

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A dançarina - Outro Estudo














Link da Imagem

A dançarina

São sardas de fogo numa noite sem estrelas, a pequena menina dança em meio a turba confusa de vidas, ela dança envolvida em um silêncio de mundo em seus gestos e formas.
É ela apenas um facho de sonho algum perdido na festa que o meu breu contorna, sozinha no vasto de um céu nenhum em meio á tantas luzes apagadas por meus sóis. Só e sozinha no vasto de um céu qualquer, que a envolve em meus sóis, e no breu a deforma.
São sardas de sonhos em uma noite eterna, dançando feliz numa festa fútil, é só a vida de alguém afogada em um mar vidas... Uma menina alegre, que transparece e aparece nos meus olhos ofuscados, ela como um farol vivo, como girassol. É estrela, que brilha longe e tão terna, distante desse mundo que a envolve tão inútil, é uma estrela que brilha tão forte que se esgota e se apaga, esquecida, como um sol que abandona todo aquele Mundo que um dia iluminou.

Todo aquele Mundo que um dia a desejou...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Dragão





Link para o dono da foto...
FiLH









O Dragão

Um dragão voa,
pedaços de ferro cantando engrenagens,
uns trapos de tinta em desgaste de uso,
mas o dragão voa.
No percurso
das espadas de Jorge
nos projetos de Santos,
no percurso
das lendas que vivem nas ânsias d’adultos,
pedaços de gente contando passados,
e o dragão voa
no azul das férias do tempo de escola,
numa hora esquecida na tarde
lá pelas memórias apagadas da infância...
Mas o dragão voa,
nos cabelos que nadam no vento,
no percurso da Bike perdida
num pouco de tinta em desgaste de uso,
nos pedaços de ferro sonhando engrenagens...

Mais uma tentativa de verso livre...
Gostaria de comentários,
estava escutando Yann Tiersen e talvez Cerebral Pain quando escrevi o poema...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Recado



Meu amigo me ajude os meus gestos se foram,
fiz tudo que pude e os meus traços revoam
ao longe, pessoas e lugares tão vivos
que guardam e entoam seus passados esquivos.

Me ajude a voltar para o sol de meu mundo,
perdi-me no mar com seus sóis vagabundos...
E as cores que tenho, sem luz, se perderam
e o resto mantenho nos céus que esqueceram!

Meu amigo me ajude que a turba me arrasta
meu rosto e alaúde no sal se desgasta
e o mar que me leva co’as almas correntes
me leva pra Treva e dilui minha mente.



Esse aqui é o link do blog (O Tempo e a Maçã) vale a pena conferir, a foto pertence ao fotógrafo Mehmet Ozgur.

Velho tema, mas as vezes, a roupa faz o personagem...
Ficar tentando cavar muito fundo dentro de sua cabeça, diferentemente deste caso, acaba por emergir coisas bem estranhas.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Triolés



link da imagem


Triolé - Melaço

Meu mundo foi cair nos teus braços,
e acabou se despedaçando,
no fundo de um mar de melaço
meu mundo foi cair nos teus braços
sem voz, sem ter luz e sem espaço
tão perdido e sem ar, arfando
meu mundo foi cair nos teus braços
e acabou se despedaçando.

Triolé - Fumaça

Erguem-se nos céus essas fumaças,
no além d’arranha-céus tão impotentes
são almas de chumbo, tais desgraças
erguem-se nos céus, essas fumaças
encardem n’um breu toda’as vidraças
e entopem a existência dessa gente,
e erguem-se fantasmas da fumaça
no além d’arranha-céus tão impotentes.

domingo, 25 de julho de 2010

A maior das liberdades é a liberdade de não ter medo, de não ser coagido, pois com o medo não se expressa nem a liberdade de pensar”.

Dossiê em defesa da liberdade de expressão e pela suspensão definitiva do uso da arma de choque elétrico utilizada pela polícia militar de Santa Catarina .
Paulo Onésimo Minardi Pereira

“A maior das liberdades é a liberdade de não ter medo, de não ser coagido, pois com o medo não se expressa nem a liberdade de pensar”.

Procura-se tratar aqui da admissibilidade e o uso da arma de choque elétrico que está sendo utilizada pela polícia militar do Estado de Santa Catarina. Esta arma conhecida como Taser, sob a denominação de “não letal ”é considerada pela Anistia Internacional como uma tortura institucionalizada, um pau-de-arara portátil. De acordo com a Anistia Internacional a arma em questão já matou 336 pessoas nos Estados Unidos, local de onde o artefato é oriundo. O que pode-se esperar de um império senão a contínua fabricação de armas cada vez mais terríveis?
Antes de entrar nos detalhes específicos da arma e suas consequências nefastas para os cidadãos, é necessário tecer determinados comentários em relação ao Estado, ou seja, a estrutura formal, institucional, que permite que tal situação se implemente sob a égide da legalidade. De acordo com Nilo Batista nos Anais da 1ª Conferência de Direitos Humanos verifica-se que as múltiplas violências do Estado (a cada dia menos veladamente manipuladas por interesses privados ) devem ser compreendidas dentro de um quadro jurídico que legitima suas rotinas e dissimula a maior parte de seus abusos. Ou seja, para falar da violência do Estado e os seus aparelhos policiais é necessário falar da base legislativa e do sistema penal que a partir dele se estrutura e opera. A militarização da segurança pública é outra característica desse sistema penal que se dá ao influxo de dois fatores: o primeiro é a reinvenção do inimigo interno que integrava a doutrina da segurança nacional e o segundo é a questão das drogas. Como se sabe o conceito de inimigo interno integrava a doutrina da segurança nacional, importada dos Estados Unidos e desenvolvida por nós na Escola Superior de Guerra, diante do alinhamento geopolítico do Brasil no quadro da chamada guerra fria. Quando sob a ditadura militar, a doutrina da segurança militar ganhou positividade jurídica, numa conjuntura onde a mera manifestação de pensamento poderia constituir-se num ato de guerra psicológica adversa, o conceito de inimigo interno foi internalizado pelos operadores da repressão aos crimes políticos para a qual a tortura de suspeitos era um instrumento investigatório rotineiro. Vejam senhores e senhoras são as terríveis e humilhantes penas da Idade Média, quando a Igreja e o Estado aplicavam o terror e penas hediondas para manter o seu status quo. O estilo penal sanguinário do “ancién regime ” adaptou práticas da baixa Idade Média às conveniências do absolutismo. Não podemos nos esquecer, jamais, que o poder originário da delegação dos poderes na democracia pertence ao povo, e somente ao povo.

Mas seguindo o raciocínio de Nilo Batista verificamos que não é difícil perceber as consequências funestas da consideração do acusado como inimigo; esse pensamento tem um caráter segregador e os acusados se vêem desde logo espoliados de um direito civil: já não se trata aqui de um cidadão sujeito as restrições legais em face de uma fundamentada indicação, mas sim de um estranho, um inimigo.

A questão das drogas ilícitas oferece um campo fértil para a cultura do inimigo interno e mobiliza recursos astronômicos. Esse argumento é utilizado com freqüência pelos norte- americanos para defender outros interesses mascarados pelo tráfico de drogas e assim procuram legitimar a violência bélica do Estado. É evidente que ninguém é a favor do tráfico de drogas, mas esse argumento é reutilizado com intuitos escusos. Basta lembrar que no séc. XIX quando a China não aceitava abrir o seu comércio para a Inglaterra, os ingleses introduziram o ópio na China e posteriormente declaram guerra invadiram e tomaram territórios sob a fundamentação de tráfico de drogas. Ou seja, esse argumento é antigo, continua sendo utilizado atualmente e tem o respaldo do poder dos veículos de comunicação, e o que é o pior: os próprios donos do poder detém a comunicação direta ou indiretamente. Existe um monopólio de comunicação no Brasil que fere a Constituição Federal. Voltando ao Nilo Batista: À televisão corresponde um papel especial nesse empreendimento de colocar a vítima de acordo com o carrasco: o vigilantismo eletrônico funciona também como um amansamento em escala das mentes, da despolitização e do encobrimento de conflitos. Fomentam o empobrecimento crítico das controvérsias, da exibição bisonha de um país que não existe em lugar algum, salvo nos impulsos eletrônicos. Como disse Madalena Román: o poder mais eficaz é aquele que nos seduz e se inscreve em nossos corpos de maneira sutil e nos converte em partícipes de uma sociedade disciplinar.
Interessante tratar agora de uma defesa em relação aos movimentos sociais, porque a Constituição brasileira diz no seu artigo quinto que é permitida a manifestação popular.

A alegação do Estado na sua repressão aos movimentos sociais é a de que os estas manifestações impedem o direito de ir e vir quando utilizam as ruas. Ora, esse argumento é incipiente, porque em determinadas situações de conflito o Estado insiste em reprimir, porque seus entendimentos são praticamente imutáveis, e em função disto, à população é necessário dar visibilidade às suas reivindicações. Não há nenhum tipo de conflito sem que aja algum tipo de ônus que deverá ser suportado por parte da população. Deve-se tratar brevemente do conceito da desobediência civil como um tema pertinente e uma necessidade popular.

De acordo com Celso Lafer, que trabalha o pensamento de Hannah Arendt a desobediência civil tal como formulada por Thoreau pode ser encarada como Direito Humano de primeira geração. Ele é individual quanto ao modo de exercício, quanto ao sujeito passivo do direito e quanto a titularidade. Demonstra a injustiça de uma lei através de uma ação que almeja a inovação e a mudança da norma através da publicidade do ato da transgressão. Esta transgressão à norma na desobediência civil, é vista como um cumprimento de um dever ético do cidadão, dever este que não pretende ter validez absoluta ou universal, mas que se coloca como imperativo pessoal numa dada situação concreta e histórica. Vejam que essa reflexão de Thoreau influenciou Ghandi, que nele encontrou argumento ocidental para fundamentar a Satyagraha, que é a sustentação da verdade frente às injustiças legais. Essa desobediência civil tem caráter pacífico, não violento.
Como diz Hannah Arendt: a autoridade não se confunde com o monólogo da coerção imposto pela força, pelo vigor ou pela violência. A cidadania é o direito a ter direitos. A crise de autoridade ou seja a falta de confiança mais ampla no mundo é um dos processos importantes que contribuem para abalar a concepção da legitimidade. Quando a violência transforma-se em estratégia há claramente uma tendência à monopolização do poder. Resgatar a faculdade de agir para resistir a opressão e impedir desta maneira a destrutividade da violência é resposta que deriva da análise Arendtiana.

Evidentemente que em questões teóricas ainda temos muito a falar. Mas este pequeno dossiê tem a intenção de objetivamente levantar as questões mais polêmicas e colocá-las publicamente para que possamos debater e encontrar soluções para resolver estes problemas que extrapolaram todos os limites democráticos e com o seu cunho pragmático recolher a arma de choque elétrico e suspender seu uso.

A Emenda Constitucional 45 introduziu o parágrafo terceiro ao art 5º da Constituição Federal, dando status de emenda constitucional aos tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional com o mesmo trâmite da emenda constitucional. Em 1989 foi promulgada a Convenção contra a Tortura e Tratamentos Degradantes Desumanos e Cruéis. Foi adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil em 29 de setembro de 1989.

No seu artigo primeiro designa o termo tortura como qualquer ato pelo qual cause dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, que são infligidos intencionalmente a uma pessoa, castigando-a por ato que tenha cometido, ou seja suspeita de tê-lo cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas.

Em 16 de dezembro de 2009 a Anistia Internacional requereu aos governos que suspendessem o uso dessas armas. A polícia americana usou essas armas em mulheres grávidas, estudantes e idosos com problemas de demência senil.

Noventa por cento das 336 pessoas que morreram em conseqüência desta arma de choque elétrico estavam desarmadas.

Diz o art. 5º da Declaração dos Direitos Humanos : ninguém será submetido a tortura, nem tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

No art. 6º: toda pessoa tem o direito de ser em todos os lugares reconhecida como pessoa perante a lei.

É de uma evidência clara, transparente, a caracterização do abuso de poder por parte do Estado, quando permite o uso desta arma de choque elétrico. Esta arma é fortemente questionada pelo Comitê contra a Tortura das Nações Unidas e o Conselho de Direitos Humanos da ONU e pela Anistia Internacional que as consideram como sendo um método de tortura.


Das conseqüências nefastas da arma de choque elétrico

Segundo a Anistia Internacional, conclusão esta que aparece após a análise de 98 processos de autópsia, muitas pessoas foram submetidas a choques mais prolongados, alem dos famigerados 5 segundos, ou aplicadas por mais de um agente ao mesmo tempo.
Esta arma já causou a morte de 336 pessoas nos Estados Unidos segundo a Anistia Internacional;
Risco de colapso nervoso após o choque;
Paralisia do sistema nervoso;
Com métodos suplementares de imobilização da pessoa, depois do choque, há risco de morte por asfixia.

O Princípio Constitucional da Dignidade Humana

A Dignidade Humana é o princípio mais importante da nossa Constituição Federal. Para a exata compreensão do Princípio da Dignidade Humana é necessário lembrar que os avanços tem sido frutos da dor física e do sofrimento moral, como resultados de surtos de violência , mutilações, torturas, massacres coletivos, enfim, situações aviltantes que fizeram nascer consciências e exigências de novas regras de respeito a uma vida digna para todos os seres humanos. Foi claramente a experiência nazista que gerou a consciência universal de que se devia preservar a dignidade da pessoa humana, como uma conquista de valor ético-jurídico intangível. Segundo Paulo Otero o homem e a sua dignidade são a razão de ser da sociedade e do Estado de Direito. Flávia Piovesan ensina que a Dignidade Humana serve como uma mola de propulsão da intangibilidade da vida do homem, dela defluindo o respeito a integridade física e psíquica das pessoas . Logo, de acordo com o advogado Nehemias Domingos de Melo a conclusão que chegamos é que o intérprete deve ter em mente como o maior bem a ser protegido, a dignidade do ser humano, de tal sorte que qualquer norma que viole ou colida com os preceitos fundamentais deve imediatamente ser afastada por incompatibilidade ético-jurídica fundamentada nos princípios existentes na Declaração dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal do Brasil de 1988.



Bibliografia:
OTERO, Paulo. Legalidade a administração pública. O Sentido da vinculação administrativa à juridicidade. Lisboa Almedina 2003.
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional São Paulo. Max Limonard, 1977
SILVA, José Afonso da . Curso de Direito Constitucional Positivo São Paulo Malheiros 1999

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim de Tarde e Resistência



Torpor de fim de tarde
é mar de estradas vagas
e a perda e o eterno alarde...
Torpor do fim, na tarde
que tanto e tanto arde
no olhar de quem me apaga,
torpor de pó das Tardes
num mar de estradas vagas.



Resistência

Eu escrevo um Soneto ultrapassado,
n’um tempo perdido do presente
querendo envolver-me de repente
em todos os dias abandonados.

Em rimas ruins e comoventes
eu escrevo um soneto amarrotado
na Fome de tudo e do Passado,
prendendo a torrente d’entre os dentes.

Montando meu Forte em metro e rima,
enfrento a ferrugem e o bolor
que o tempo me guarda com seu cerco.

Suas tropas são vagas assassinas
com mares e mares de um pavor
n’um mar de relógios... E me perco.

sábado, 10 de julho de 2010

"CARTA DE ÁTILA NUNES E ÁTILA NUNES NETO AO GOVERNADOR DE SANTA CATARINA SOBRE A VIOLENCIA DA POLÍCIA MILITAR CONTRA OS UMBANDISTAS

"CARTA DE ÁTILA NUNES E ÁTILA NUNES NETO AO GOVERNADOR DE SANTA CATARINA
SOBRE A VIOLENCIA DA POLÍCIA MILITAR CONTRA OS UMBANDISTAS

Senhor Governador de Santa Catarina Leonel Pavan,
Vossa Excelência comanda um dos estados com maior índice de
desenvolvimento humano: Santa Catarina, hoje um sonho para milhões de
brasileiros que gostariam de aí residir.
Quando se fala em Santa Catarina, se pensa em civilidade.
O senhor é um político experiente. Foi vereador, prefeito por três
vezes de Balneário Camboriu, deputado federal e senador da República.
É um democrata experiente na Política e na Administração Pública.
Infelizmente, Senhor Governador, nos últimos dias, milhões de
brasileiros que seguem a fé umbandista, sentem-se surpresos com a
violência da Policia Militar de seu estado. Essa indignação podemos
sentir principalmente na internet, onde são postadas mensagens de
repúdio e da mais absoluta indignação.
O que aconteceu na noite de 26 de junho deste ano de 2010 na cidade de
Jaraguá do Sul, nos faz lembrar o Rio de Janeiro dos anos 50, quando
terreiros de Umbanda eram invadidos e seus dirigentes e médiuns presos
pela polícia, hoje, algo impensável em terras fluminenses.
Naquela noite, por volta das 8 da noite, a Tenda de Umbanda Caboclo
Pajelança, situada na Rua Adolfo Augusto Zie Mann, 342, Czerniewicz,
Jaraguá do Sul, foi invadida por doze homens do 14º Batalhão da
Polícia Militar, fortemente armados com pistolas, armas de choque,
sprays de gás de pimenta e escopetas, sob o comando do sargento
Adriano, que deu voz de prisão à diretora de culto Cristiane Tomaz de
Oliveira
A sessão em homenagem aos pretos velhos foi interrompida sob a ameaça
dos policiais, determinando às dezenas de pessoas presentes que se
calassem e não se movimentassem, sob o risco de terem que usar armas
de choque e gás, além de todos serem levados presos. Um ogan, menor de
idade, foi conduzido algemado pra o distrito policial
Dona Cristiane, a diretora de culto, tem certeza de estar sendo vítima
de perseguição religiosa, haja vista que os policiais militares ao
chegarem ao distrito, mostraram um abaixo assinado de vizinhos para
que o centro umbandista feche as portas e se mude do bairro.
A violência da polícia de Santa Catarina nesse episódio ultrapassou
não apenas os limites legais, mas, sobretudo, o bom senso, beirando a
barbárie.
Depoimentos dos presentes ao culto confirmam que a invasão –
absolutamente inconstitucional flagrantemente ilegal – ocorreu em meio
às ameaças dos policiais, fazendo com que senhoras e crianças
entrassem pânico, chorando de medo. Ao questionar a razão da invasão,
o ogan menor de idade recebeu ordem para calar-se, tendo seu atabaque
danificado com violência por um dos PMs.
Por serem sobejamente conhecidos pelas autoridades, - inclusive Vossa
Excelência - seria desnecessário invocar os preconceitos
constitucionais que garantem aos brasileiros a “inviolabilidade da
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias”
Desnecessário também, Senhor Governador, lembrar outro preceito
constitucional que estabelece que “ninguém será privado de direitos
por motivo de crença religiosa.
Ou então, o que preceitua o Código Penal no artigo 208, que trata de
ultraje a culto, seu impedimento ou sua perturbação, considerando
crime contra o sentimento religioso “escarnecer de alguém
publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso”
Saliente-se ainda, o artigo 140 do Código Penal: se a injúria consiste
na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou
origem, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.
Finalmente, poderia ser destacada a Lei de Abuso de Autoridade (Lei
Nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965) que regula o Direito de
Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e
Penal, nos casos de abuso de autoridade. O artigo terceiro estabelece
como abuso de autoridade qualquer atentado à liberdade de consciência
e de crença, ao livre exercício do culto religioso e ao direito de
reunião.
É sabido por todos, Senhor Governador, que a Lei 7.716 de 5 de janeiro
de 1989 define os crimes resultantes de preconceito. O artigo primeiro
diz que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional”. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97).
O artigo 20 é claro, ao proibir praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Não podemos acreditar, Governador, que o senhor deixe passar em
branco, sem uma atitude enérgica, severa, um episódio dessa natureza.
Essa violência jurássica da Polícia Militar, ao arrepio das leis e da
Constituição, não condiz com Santa Catarina. Não condiz com a natureza
boa, generosa e fraterna do povo catarinense.
Nesse ínterim, enquanto durar as averiguações dentro da Polícia
Militar que pediu o prazo inacreditável de 40 dias para chegar a uma
conclusão, apesar das dezenas de testemunhas do vilipêndio religioso e
do abuso de autoridade, nos mobilizaremos nacionalmente para chamar
atenção para a Polícia Militar de Santa Catarina que reproduz práticas
coercitivas do início do século passado.
Senhor Governador, reiteramos nossa confiança no seu senso de justiça
e de absoluta obediência ao Estado de Direito em vigor no Brasil, e
consequentemente, no Estado de Santa Catarina."

ÁTILA NUNES e ÁTILA NUNES NETO
atilanunes@emdefesadaumbanda.com.br

essas palavras não são minhas.

e outra coisa, comparado ao resto do pais, o sul ainda é muito racista.
sendo que mesmo, ibérico/indigena já sofri preconceito por ser "raça inferior"...

e depois dos espamcamentos de manifestantos, depois isso...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Versos de Vento




Fiz ao jejum e ás três da manhã estes poemas, morto de sono, com fome e sem pensar direito. Acredito que saíram confusos... Mas eles me atraem, gostaria da interpretação de outras pessoas...

Versos de Vento

Eu viajo n’um dia no vento...
Albatroz d’azul sentimento,
ou candelo versos de vento
num atroz, feliz rompimento...

Em um vento vindo do frio,
d’algum vento sul, tempestade
que carregue para o vazio
a fumaça desta cidade.

E eu viajo algum dia no vento...
Como as velas, velhos farrapos,
tal mendigo sujo nos trapos.
Com farelos já me contento...

...no relento, longe da Terra
vou viajar n’algum dia, nas vagas...
Pr’a encontrar o canto que encerra
meu Desterro azul que me apaga.

Sonares

Sonhai sonares que sondam os mundos
e buscam coisas perdidas das almas,
aquelas findas no cinza difuso,
corais confusos, nos mundos concretos.
As almas cinzas num mundo em desuso,
que nunca sonham desejos secretos
e mudam sempre p’ra outros assuntos.
Sonhai sonares que sondam os mundos,
sonhai co'as coisas confusas da alma.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Olhos

Olhos

São olhos que carregam os abismos,
portais de aberrações esquecidas
no termo dos maus sonhos, são feridas,
são as feridas encobertas de cinismo.

São olhos que num antiluminismo
apagam as verdades que vencidas
se esquecem num cáustico ciclismo
e em um redemoinho. Vai-se sua vida!

Olhar de descaminho e indiferença,
que ergue-se nas torres mais errantes,
mais distantes dos rumos os olhos cegos...

São olhos que criados na violência,
tomou no seu crescer por relevante
o Ódio e co’ rancor fincou-lhe a pregos.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Justiça obriga Manaus a reduzir tarifa de ônibus

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,justica-obriga-manaus-a-reduzir-tarifa-de-onibus,570485,0.htm

Justiça obriga Manaus a reduzir tarifa de ônibus
22 de junho de 2010 | 18h 16
A tarifa dos ônibus deve mudar em Manaus, voltando a R$ 2,10, de acordo com decisão da juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal, Maria Costa de Andrade. Em liminar respondendo à Ação Civil Pública do Ministério Público do Estado, fica suspensa a tarifa de R$ 2,25 cobrada desde 10 de junho por decreto do prefeito Amazonino Mendes (PTB).
Na decisão, a juíza ordena que a tarifa atual seja suspensa em até 72 horas "sob pena de multa no valor de R$ 1.000,00 ao dia, até o limite de 90 dias-multa". O prefeito havia reajustado a tarifa de R$ 2,10 para R$ 2,25.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,justica-obriga-manaus-a-reduzir-tarifa-de-onibus,570485,0.htm

e aqui em Desterro, é 2,95 e o as empresas falam que é impossível a tarifa ser mais baixa...

o que que o resto do Brasil tem que nós não temos?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Passagens, candelas, preces e epitáfios


Podem estar um pouco confusos, estes dois triolés e este rondel...
Apesar de que eu gostei deles, de “Prece” e “Epitáfio” especialmente.

Epitáfio é o mais antigo, de anos atrás, mas o vejo como um presente, com uma história por trás, mas uma história um pouco triste... Eu o reformei, e acho que está melhor, bom, eu mesmo acho que o eu de antes concordaria comigo agora...

Candelas foi feito durante uma aula, na verdade antes dela começar, disciplina de América Portuguesa, porém as caravelas podem não ser embarcações.

Prece foi feito acho que do domingo passado para segunda...

Bem, a gramática nunca foi o meu forte.

...

Passagem

“Querem escutar os tépidos nomes,
sombras de memória antiga e dormente,
querem escutar os tépidos nomes,
mortos sem porvir e sonhos dolentes,
alma que sem fogo enfim se consome
toda no passado, imersa em rancores
toda na memória estéril que some
leve como tempo e estanca-se as dores.”

Candelas

Caravelas perdidas ao vento,
naufragadas no azul d’oceanos,
são refúgios d’azuis pensamentos,
caravelas perdidas ao vento
são anacrônicas sombras de tempos
tão estrangeiros, no abismo dos anos
são candelas perdidas ao vento
naufragadas no azul d’oceano...

Epitáfio

Tu foste as cores dos planetas,
os pendurados no meu quarto
e foste as luzes, foste feita
de tod’as cores dos planetas
e foste os mundos, a luneta
que mostra os mundos no qual parto
e foste as cores dos planetas,
os pendurados no meu quarto.

Prece

Volte como a volta de um passado,
vezes some e às vezes reaparece
feito um sonho vago que fenece
n’um antigo mundo abandonado.

Volte pela noite que padece...
Pelo sonho fraco e inacabado
volte como a volta de um passado.
Vezes some, vezes reaparece...

Volte como os traumas naufragados
pela trama velha que esmaece.
Para os nossos sonhos ofuscados
volte como o dor que fez a prece.
Volte como a volta de um passado.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Rebatendo no Caso

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A repressão em Santa Catarina


Por mais precário que seja o Estado de Direito em nosso país e todos os legalismos que o cercam, é certo que ações repressivas e autoritárias não condizem e não devem mais condizer com um país que aos poucos vai aprendendo a lidar com os limites da democracia. Nos vinte e um anos de ditadura militar (1964-1985), o Brasil experenciou o silenciamento dos movimentos sociais, da imprensa livre e de todos e todas que não concordavam com a política da mordaça e de seus vínculos nefastos com agências internacionais coniventes com a tortura e o desprezo às garantias individuais de cada ser humano. Nesta direção, Santa Catarina tem dado péssimos exemplos para todo o país.



A Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) foi invadida por rigoroso aparato repressor no último dia 31 de maio, num inequívoco desrespeito aos direitos constitucionais, à livre expressão e organização da sociedade civil representada, neste caso, por estudantes (desarmados e pacíficos). Houve quebra da inviolabilidade do espaço acadêmico; utilização de armas que emitem eletrochoques e que causam paralisia momentânea, estratégia também utilizada para reprimir professores recentemente no estado de São Paulo. Tais armas já estão sendo alcunhadas de ‘paus-de-arara portáteis’. A repressão se dá contra estudantes que lutam por um transporte coletivo de qualidade e que apresenta as maiores tarifas do Brasil, denotando as escolhas políticas do poder público municipal por práticas privatistas e desrespeitosas à população de uma maneira geral. Estudantes e professores da UDESC foram, literalmente, encurralados no campus do Itacorubi.


Neste sentido, está ocorrendo intensa mobilização por parte de educadores e professores da UDESC e da UFSC na denúncia e apuração dos fatos ocorridos no final de maio. Fatalmente, isto será levado ao ministério público como abuso de poder estatal (seria melhor dizer governamental). Fica-nos aqui uma referência vergonhosa de tudo aquilo que aos poucos vamos expurgando de nosso imaginário coletivo, mas que ainda está muito manifesta nas ações do Estado quando sem qualquer habilidade dialógica reprime, viola, tortura, agride e quer silenciar! Porém, a história nunca silencia.

Jéferson Dantas
Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Professor, compositor, ensaísta e doutorando em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador/articulador dos Estudos do Currículo na Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz. Escrevo, eventualmente, para o jornal A Notícia (Joinville/SC). Autor de quatro livros (Suspenso e Alheio, Metabólise, Do que é do Humano e Competências e Habilidades e a formação docente no contexto das Leis 5.692/1971 e 9.394/1996 em Santa Catarina).


BLOG DO JÈRFESON DANTAS

O que é, o que é?

Aqui o link para a página CLICRBS

14 de junho de 2010 |Felipe Lenhart



O que é, o que é?

Em 2005, durante uma das primeiras manifestações de estudantes contra os aumentos abusivos do preço das passagens de ônibus na capital, um cinegrafista da TV Floripa, que acompanhava a passeata da garotada na Avenida Beira-mar Norte, gravou o momento em que um PM espancou um rapaz de 22 anos chamado, ironicamente, Luiz Henrique. Se não me engano, na frente de todo mundo – motoristas, transeuntes, manifestantes.

O vídeo, divulgado antes na internet, ganhou os portais de notícia e os telejornais. Meu amigo Fernando Evangelista, jornalista, escreveu naquela semana uma carta aberta ao então secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Benedet – então na Europa. O repórter, que também acompanhava toda a movimentação e viria a dirigir o documentário “Amanhã vai ser maior”, título que faz referência à crescente participação popular na mobilização, em resumo perguntou a Benedet: mas que diabos está acontecendo nesse Estado?

Para alguns, a carta soou exagerada, mas hoje, por tudo o que já se descobriu a respeito da Segurança Pública em SC, ela revela-se de vanguarda. Em outras palavras: aquele vídeo do espancamento, estopim da carta, foi um escândalo, ainda que parecesse um “fato isolado” (um rapaz, um PM, uma câmera indiscreta); hoje, seria mais um flagrante para a coleção de abusos/absurdos oficiais que ganham o noticiário nacional com frequência cada vez maior.

Prisões arbitrárias, tortura de presos, maus tratos, celas superlotadas, presídios e delegacias em situação calamitosa, corrupção de agentes e delegados e diretores em conluio com traficantes e assassinos (do churrasco festivo ao passeio em carros oficiais), envolvimento descarado com a política partidária e o voto de cabresto, truculência na abordagem e no acompanhamento preventivo de protestos populares pacíficos, aumento do número de assassinatos, roubos e arrombamentos. Segurança Pública e Defesa do Cidadão.

Em 2005, Afrânio Boppré, deputado estadual então do PT, recebeu uma cassetada da polícia. Essa semana, o jornalista Cesar Valente contou, no Twitter, que a deputada Angela Albino (PCdoB) foi agredida por um policial numa das manifestações contra o aumento que tornou mais barato andar de carro do que de ônibus. Soco pelas costas, diz ela.

Como é mesmo que se chama o regime político em que de vez em quando o povo e a oposição apanham das forças policiais nas manifestações de rua?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sonho




Sei dos sacys e de demônios
nos maus lençóis dos pesadelos,
pois me perdi lá nos meus sonhos
e me custou para rompe-los.
Foi num sonho tão antigo que me voltou
lá das bandas da infância com seus mistérios
Retornando inseguro ao que se passou
eu me vejo num mundo tão incerto e sério.

- Me perdi no lugar dos esquecimentos...

Um sentir no meu peito, de ter partido,
um viajante que volta, ninguém se importa,
e lá tudo letarga e não é perdido.
Eu tão velho, retorno rangendo a porta.

Com meus faróis abri caminhos,
na escuridão, nos velhos medos
onde encontrei meus conhecidos
dos que esqueci sob segredo.

- Sensação d’uma perda e envelhecimento...

E na jornada no meu sono
envelheci dentre lembranças,
reles sem-tetos no abandono
entre a penumbra em minha infância...

E entretido em reaver os velhos legados,
eu me perco em suas relíquias, no recordar
me embaralho no apreço co’o meu passado,
sem saber mais qual fora o meu real lar.

- Desespero de vagas e afogamento...

Relato da repressão policial dentro do Campus da UDESC

* Favor divulgar.

Florianópolis, 01 de junho de 2010




À Comunidade em geral,



Relato da repressão policial dentro do Campus da UDESC


Ontem, dia 31 de maio de 2010, os estudantes de Florianópolis, juntamente com a Frente Única de Luta pelo Transporte Público, deram início a 4ª semana de manifestações contra o aumento abusivo da tarifa de ônibus - dos já abusivos R$ 2,80 para R$ 2,95.

Assim, após às 18h, cerca de 20 manifestantes da UDESC iniciaram sua manifestação pelo lado de fora da Universidade.Neste momento, chegou ao local uma viatura da PM, que ficou somente observando a manifestação pacífica. Em pouco tempo foi possível ouvir o soar das sirenes que pensamos ser de uma ambulância num momento em que a via encontrava-se bloqueada pelos manifestantes e, assim sendo, abrimos caminho. Ao deslocarmo-nos para o canteiro percebemos que o soar das sirenes eram de 4 viaturas do GRT (Grupo de Resposta Tática).

Com isso fomos para a calçada ao lado dos portões da Universidade, ao passo que o grupo de GRT já deslocava-se de suas viaturas. Vieram em nossa direção com as armas Taser e avançaram sobre um estudante da UDESC. Jogaram-no ao chão, espancando-o, enquanto alguns manifestantes tentavam puxá-lo para que este não fosse preso. Contudo, devido à truculência do GRT, acabaram caindo e o discente foi preso.

Em meio à essa primeira demonstração de violência da noite, os alunos que presenciaram o fato correram para os centros da Universidade, chamando a atenção de estudantes, professores e funcionários para o que estava acontecendo. Em poucos minutos todos se dirigiam para frente da UDESC, protestando contra os abusos cometidos pela polícia que tomava novas proporções: tornou-se, também, uma indignação generalizada diante do uso abusivo da força por parte da Polícia.
Com isso os manifestantes que aglutinavam-se no centro da cidade deslocaram-se para a UDESC. Nesse meio tempo alunos contatavam professores. Com a chegada do pessoal que estava no Centro, os manifestantes entraram na universidade e fizeram uma Assembléia (o clima estava tenso, pois havia vários policiais infiltrados, famigerados P2).

A assembléia encaminhou a continuidade do ato, entretanto a polícia havia fechado a outra saída, fazendo com que não tivéssemos como sair de dentro do Campus I da UDESC. Desta forma, voltamos para frente, no portão principal. Tentamos seguir em direção a UFSC, mas a qualquer tentativa de bloquear as ruas as viaturas avançavam em alta velocidade, cantando pneu, sem preocupar-se com a segurança dos que ali estavam. Ficamos impedidos inclusive de caminhar pela calçada, ficando presos pela obstrução da polícia. Tal atitude impedia também os demais alunos e funcionários de saírem com segurança da Universidade, pois eram ameaçados com armas de choque.

O Ministério Público do Estado já havia dado aval para que a polícia utilizasse de todos os meios “legais” para que as principais ruas e avenidas não fossem trancadas.No entanto, a via que ocupávamos ontem sequer estava citada em tal nota, assemelhando-se este documento ao AI5 da época da ditadura. E foi utilizando esses aparatos “legais” que por volta das 21h30 a Polícia invadiu o campus e agrediu estudantes dentro da universidade, fazendo-se uso de gás de pimenta, armas taser, cassetetes e chegando a apontar arma de fogo na cabeça de estudante (a última feita por um P2). Soma-se a isso empurrões, socos, chutes, como o caso de estudante que foi atingido nos órgãos genitais. A manifestação que se pretendia pacífica logo se tornou uma ação incontrolavelmente violenta. Vale enfatizar aqui que nem na época da ditadura era concebível a polícia adentrar as universidades.

Das prisões realizadas na calçada em frente à UDESC e dentro do campus, a maioria estudantes da UDESC. Totalizava-se assim, juntamente com a prisão realizada por volta das 20 horas e 30 minutos, 5 detidos. Foram encaminhados para a 1ª DP e para a Central de Polícia, com exceção de um dos estudantes que passou pelo posto avançado da madre Benvenuta, 5ª DP, 1 ªDP e para a Central de Polícia. Os detidos foram liberados somente de madrugada, após assinarem o termo circunstanciado.

Diante dessa situação, professores da UDESC se deslocaram para o local, dentre Chefe(s) de Departamento(s) e Diretores de Centro. O tenente-coronel Newton Ramlow informou a um(a) dos professores que havia detido pessoas infiltradas de São Paulo, que não faziam parte do movimento e que vêm pra cá só pra causar confusão, além de um estudante da UDESC que estava “incomodando” desde as 7:30! Tomando nota de quem foram as pessoas detidas logo constatamos que a informação não era verídica.

Foi iniciada uma cobrança pelas vias institucionais, solicitando um posicionamento da Reitoria da UDESC contra a repressão policial ocorrida na noite de ontem. Na hora das atrocidades cometidas pela polícia, fecharam-se as portas para os manifestantes que procuravam ali alguma segurança.

O fato ocorrido ontem é mais uma evidência concreta da criminalização dos Movimentos Sociais em nosso país e no mundo! Repudiamos a invasão do Campus e a ação violenta da polícia! Repudiamos a nota do Ministério Público do Estado! Repudiamos a criminalização dos Movimentos Sociais! Nossa luta é por um Transporte Público de qualidade!

Assinam:

DART - Diretório Acadêmico de Artes
DAOM - Diretório Acadêmico Oito de Maio
CALGE - Centro Acadêmico Livre de Geografia
CAH -Centro Acadêmico de História
CAP - Centro Acadêmico de Pedagogia
CAMUS - Centro Acadêmico de Música
CAAB - Centro Acadêmico Augusto Boal

quarta-feira, 2 de junho de 2010

INVASÃO DO CAMPUS DA UDESC PELA POLÍCIA MILITAR




INVASÃO DO CAMPUS DA UDESC PELA POLÍCIA MILITAR
NOTA DE REPÚDIO

Aos trinta e um dias do mês de maio, em virtude de uma manifestação estudantil na entrada do campus universitário da UDESC (bairro Itacorubi), contrária ao aumento das tarifas do transporte coletivo de Florianópolis, a Polícia Militar de Santa Catarina, conduzida pelo coronel Newton Ramlow, além de agredir verbal e fisicamente os estudantes, efetivou prisões e invadiu o campus universitário.
Conforme nota de repúdio elaborada pela APRUDESC (Associação dos Professores da UDESC), “apesar da alegação de ‘garantia da ordem e do direito de ir e vir dos cidadãos’, o aparato policial, paradoxalmente, prejudicou o fluxo de veículos, confinou os estudantes dentro do campus e promoveu uma sucessão de atos de violência e brutalidade. Policiais armados de cassetetes, arma taser, gás pimenta e cães criaram um confronto desigual e inadmissível em contraste com os manifestantes, que promoviam uma passeata pacífica, fundamentada em uma postura de cidadania legítima e coerente com o que se espera de acadêmicos críticos e preocupados com os problemas da cidade em que vivem, entre eles, o estado vergonhoso do transporte coletivo de Florianópolis.”
A diretoria da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Florianópolis repudia tanto a violência contra os manifestantes, como a entrada da Polícia Militar no campus universitário, duas agressões que se contrapõe diretamente às normas de um Estado Democrático e de Direito, e solidariza-se com as necessárias reivindicações da população de Florianópolis.


Diretoria Executiva AGB-Florianópolis

COMITÊ DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO

Nota de Repúdio da Direção do CFH-UFSC!

Disponível em http://cfh.ufsc.br/ em notícias!

Em função dos acontecimentos e da repressão ao movimento dos estudantes contra o aumento das tarifas e a qualidade dos serviços dos transportes públicos em Florianópolis, a Direção do CFH manifesta repúdio a quaisquer tipos de violência praticados contra os estudantes e os trabalhadores, que através de manifestações pacíficas e criativas, lutam pelo direito de expressão de suas reinvindicações.

Direção do CFH
NOTA DE REPÚDIO À INVASÃO DA UDESC PELA POLÍCIA

Na noite de 31 de maio, frente a uma manifestação de estudantes na entrada principal do campus da UDESC no Itacorubi, contrária ao aumento das tarifas de ônibus urbanos na capital, uma ação da Polícia Militar, sob o comando do tenente-coronel Newton Ramlow, resultou na agressão, no espancamento e na detenção de pessoas, com invasão do campus da UDESC.
Apesar da alegação de "garantia da ordem e do direito de ir e vir dos cidadãos", o aparato policial, paradoxalmente, prejudicou o fluxo de veiculos, confinou os estudantes dentro do campus e promoveu uma sucessão de atos de violência e brutalidade. Policiais armados de cassetetes, arma taser, gás pimenta e cães criaram um confronto desigual e inadmissível em contraste com os manifestantes, que promoviam uma passeata pacífica, fundamentada em uma postura de cidadania legítima e coerente com o que se espera de acadêmicos críticos e preocupados com os problemas da cidade em que vivem, entre eles, o estado vergonhoso do transporte coletivo de Florianópolis.
Este lamentável acontecimento foi presenciado por vários professores, que tentaram inutilmente mediar a situação, cujas consequências podiam ser vizibilizadas no terror dos estudantes acuados, temerosos diante da truculência dos policiais envolvidos.
A ADFAED - Associação dos Docentes da FAED e a APRUDESC - Associação dos Professores da UDESC consideram que o acontecido envolveu uma dupla violência: contra os manifestantes e seus direitos de livre expressão e associação, e contra a Universidade, cujo dever é justamente o de promover o debate, a reflexão, a crítica e o respeito aos direitos civis.
Repudiamos, portanto, a invasão do campus da UDESC pela polícia militar bem como as agressões cometidas contra os estudantes, e exigimos que as autoridades competentes atentem a seus deveres constitucionais, como requer um Estado democrático e de direito.


Ilha de Santa catarina, 1 de junho de 2010

ADFAED e APRUDESC


Sargento Soares critica prisões de estudantes que se manifestam contra aumento da tarifa
________________________________________
01/06/2010
A prisão de quatro estudantes na noite de segunda-feira (31/05), em manifestação contra o aumento das tarifas do transporte coletivo realizada na Udesc, motivou o deputado Sargento Amauri Soares a falar sobre o assunto na Tribuna da Assembleia Legislativa.
O parlamentar classificou as manifestações de “justas, necessárias e importantes”, motivadas por um ciclo vicioso que privilegia o transporte privado em detrimento do coletivo. “Os poderes públicos trabalham para satisfazer a ganância de lucro de meia dúzia de empresários do transporte coletivo, que é uma concessão pública, e quando a juventude se manifesta contra aumentos, a polícia é chamada para reprimir os manifestantes”, disse. Para Sargento Soares, o aumento da tarifa é “abusivo, criminoso e atenta contra os interesses públicos da população da Grande Florianópolis”.
O deputado criticou o comando do policiamento feito pelo tenente-coronel Renato Newton Ramlow, que a partir da segunda semana das manifestações, passou a prender os jovens – mais de 20 já foram presos –, além de jornalistas, e reprimir os manifestantes em sua saga de combater os movimentos sociais.
Sargento Soares sugeriu o desenvolvimento de uma política pública de transporte para as grandes cidades, envolvendo todas as esferas de governo. “A responsabilidade é das autoridades municipais, estaduais e federais. É uma vergonha e a população fica refém e a mercê dos interesses dos empresários que se enriquecem à custa da espoliação do povo trabalhador das maiores cidades”.

http://www.youtube.com/watch?v=pHAym78lw4Q
http://www.youtube.com/watch?v=TzcPi--Bah8

COMITÊ DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO


Pesso por favor, que qem puder, espalhem, o máximo possivel.

Nota, estou apenas repassando a informação.