domingo, 17 de abril de 2016

Desconcerto - Revisado



Retrabalhei  em desconcerto. Refazendo  algumas partes. Revisando pro livro...






Desconcerto

O palhaço está triste
e não existe na cena
nenhum estardalhaço.

O final não consiste
no que valha-me a pena
se esta tudo aos pedaços.

E jogaram no palco
no talco toda nua
nossa musa queimaram.

Uma estátua tão viva
tão passiva no inferno
tão confusa deixaram.

Com todo o meu rancor
no terror da empatia
ascender à  fogueira.

Pois queira ou não me queira,
é mentira  eu queria...
me despir do pudor.

Em vestir-me em pavor
de sentir-me sem chão
de esquecer o meu nome.

A  plateia me consome,
sob sangue e no fleuma
invocando as algemas.

E sentir dispneia
no silêncio a agonia,
de me expor, me açoitar.

E matar a plateia
numa ideia de alforria
de querer me aceitar.