segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cordel...


Gostaria de opiniões sobre sua estrutura, suas metáforas, seus clichês, tudo que puderem falar sobre. Fiz para um post da Jéssica Buchner, citação: Não se deixe entusiasmar a ponto de não conseguir distinguir amor de atração, amor de carência, amor de insegurança, amor de fantasia.”Caio F.


Eu agradeceria realmente.


Fonte da imagem...

Retratos são velhos moinhos,
rogando preces suicidas,
compondo terços sozinhos
de histórias todas perdidas
em vagas memórias aos trapos,
retalhos dessa sua vida...

E nesses trapos recolho,
os cacos d’alguma história
n’um mundo todo de molho
perdido em minha memória,
e o trago ao mundo nos versos
em rimas todas simplórias.

Começo dando meu tema,
d’algumas cores sombrias,
palavras soltas não voam
sem ter no céu poesia:
Insegurança e carência,
atração e mais fantasia.

E preste atenção o leitor,
que cada arcano largado
contem verdades certeiras,
e escrevo tudo trançado
nas linhas das tecedeiras,
irmãs de tempos vetados...

O Caso velho e clichê,
começa enfim, num colégio,
com todos, tantos demônios
versando as vidas co’o Tédio
e o mundo todo luzia,
nas luzes vindas dos prédios!

Enquanto tantos cardumes
corriam em tantas correntes,
alguns findavam incertos
num mundo que incandescente,
queimava tudo que fosse
incerto em si, ou só inocente...

E estas almas padecem,
de outros? D’outras matilhas!
A chance de algo tão estranho,
pois tudo morto se empilha,
‘té sonhos mortos no mar
pro naufrago em sua ilha.

E canto um conto qualquer,
num ponto ao qual ignoram,
foi lá na escola do Centro,
do bairro em que todos choram,
que canto versos cruéis
num mundo em que todos moram...

Algum moleque perdido,
em mundos não literais
dos outros nunca esperava
contatos, sabia, jamais!
Teria na mente tão sua
a vida d’outros mortais.

Vivia de tudo isolado
co’a vida morna fluindo
e muitas sombras cobriam
faróis por vezes luzindo,
e a vida d’outros luziam
n’um porto distante e lindo.

Até que um dia, na rotina
alguém o achou engraçado
e certa de tudo em si
com ele teve contato,
conversas... mundos colidem!
Vazio com o amontoado!

E um mundo todo sorria,
“Bufão! Sua peça tem palco!”
e sempre e sempre passivo
“Senhor, Há um céu lá no alto!”
e um beijo selava o contrato
em grades feitas de talco...

E as sombras deram espaços
p’ra um lume, ele sentia
com medo e certo prazer
algo tão bom que vicia,
amor? Talvez... Mas quem sabe?
Aos olhos nada luzia...

E cada vez o seu mundo,
no dela todo mesclava
o dela tornou-se o dele...
Amigos, festas tomava,
tomava tudo pra ele.
com nada ele ficava.

E quando tudo acabou
pra ela, foi só atração...
Normal pra estas crianças,
com mundos em combustão.
E a ele tudo esvaía..
Castelos todos ao chão!

Prestem atenção leitores,
entrem no abismo, no Tudo
quando se nasce no inferno,
qualquer chance que avistada
sempre é única chance,
perca e jamais terás nada!

Entre na mente os demônios
p'ra que sem luz no horizonte
lobos saírem das tocas,
para que tudo desmonte
poucos são forte o bastante
p’ra que seus traumas confronte.

E tudo estava perdido,
em sua cruel fantasia,
um Mundo todo roído
e nada mais lhe valia,
o Cais não era mais dele,
voltar jamais poderia...

E o mundo que o rejeitou,
lhe dava tanto ciúmes,
o porto lhe machucava,
e o breu criava volume
um ódio e o medo diziam,
que apaga-se esses lumes!