segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Trova...




A luz do teu apartamento
é como um velho farol
nas noites mais solitárias,
ou quando falta-me um sol...

link da imagem

é algo muito simples e singelo, mas eu gostei desta trova, assim, do jeito como ela é...

domingo, 12 de dezembro de 2010

De um Domingo


Coisas que possivelmente ninguém me entenderá, porém muitos pensarão entender.

1. Xique Xique, do Tom Zé é para mim a melhor música para representar uma cidade grande à noite.
2. Realizar um capricho infantil é algo deliciosamente divertido.
3. Nem todo exagero meu é figura de linguagem.
4. Melancolia está para mim assim como o mar está para um barco.
5. Nem tudo que é triste é para ser evitado mas muito do que é considerado alegre eu evito.
6. Estar alegre não é ser feliz e ser feliz não é ser alegre.
7. Eu nunca farei parte da matilha não importa se ela me acolha ou não.
8. E as vezes é mais seguro fugir do farol.
9. Os coadjuvantes são os personagens mais interessantes.
10. Ser um passageiro não é ser efêmero.
11. Tomar sorvete de casquinha azul num dia de chuva enquanto espero o ônibus é a melhor coisa do mundo.
12. A sanidade está para o homem assim como as janelas estão para o apartamento.
13. Observar uma cidade se movimentando à noite, com suas casas e suas janelas é o mesmo que olhar as estrelas.
14. As vezes estar sozinho é mais fácil quando se está acompanhado.
15. Infeliz é o homem que não se diverte ao pisar em uma poça.
16. Estou para um dia ensolarado de praia assim como um peixe está para o forno.
17. Meus dias felizes são os nublados.
18. Um homem considerado pelos outros como adulto é sem sombra de dúvida uma criança infeliz.
19. Me sinto mais seguro estando do lado de fora da caverna, e dormindo mais longe da fogueira.
20. Perfeita será a menina que conseguir entender o que realmente o mar me esconde.
21. Perfeita será a menina que conseguir entender o porque de ser uma atrocidade comer uvas passas.
22. E eu prefiro ser uma traça do que uma cigarra.
23. Um relógio de bolso mostra às horas como elas realmente devem ser.



Mais um texto confuso.

Na tarde de domingo as memórias sibilam aquelas velhas sensações perdidas há muito tempo. 2006, 2007, 2005... E a vida se resume em assistir uma palestra do professor de história de um amigo meu, como primeira aula no Instituto Estadual de Educação. A primeira aula que tive lá foi uma palestra sobre o The Wall e os outros personagens principais deste dia foram o Raphael e o Márcio, posso estar confundindo, mas o pai do Raphael nos deu carona, e foi conosco, para um cover do The Cure e do The Smiths, foi aí que realmente conheci The Smiths. A vida se consiste de sensações, a aura deste colégio à noite, que nunca hei de me esquecer e principalmente, aquele dia particularmente marcante. O cheiro do cigarro alheio em uma creperia com tons vermelhos que nunca mais vi em minha vida de camisas velhas e botões desaparecidos.
A nossa percepção de realidade consiste principalmente em adquirir memórias, completamente subjetivas, envolvendo sensações e é nesta simulação que usamos para associá-las a fatos presentes e assim poder agir de acordo, é claro que é bem mais complexo que isso, mas foi justamente este estímulo pelo ambiente sombrio, que, devido a alguma associação à outras memórias, fez o meu cérebro liberar seratonina, assim sendo feliz naquele momento, suscitando uma espécie de dependência que me fez afeiçoar-me a esta memória. Pura especulação pseudo-cientifica, mesmo assim, acho que é isso que me faz preferir sair à noite e à buscar sensações semelhantes, a felicidade é o mais belo vício que pode existir neste mundo melancólico, numa melancolia tão e tão agradável.
Agora é que eu cito Luiz Delfino, só a chave de ouro do qual, de uma maneira deturpada e imprecisa, entra neste contexto. “Me perguntas se isto é belo, e eu acho.”

Ps: Tocando o álbum acústico da MTV do The Cure.
E bem, a poesia vai ter de ficar para mais tarde... Responderei os comentários e voltarei a acompanhar os blogs a partir do dia 15...