segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tema e variação


Tema e variação

Um cavaleiro de armadura
vai ressurgir no meu quintal,
em um momento de candura
retornaremos ao normal.

Um cavaleiro de armadura,
vai ressurgir no meu jardim
vem carregado de amargura
é  um mensageiro de seu  fim.

Um cavaleiro de armadura,
vai ressurgir com a lua cheia
leva promessas de ventura
muros levanta e o sol receia.

Um cavaleiro de armadura,
vai ressurgir na lua minguante
com suas cantigas desventuras
tentar crescer por um instante.

Um cavaleiro de armadura
vai ressurgir com a lua nova,
leva promessas prematuras
mortas raízes em suas covas.

Um cavaleiro na amargura,
vai ressurgir na lua crescente
vai renascer da sepultura
vai se vencer, ser ascendente. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Resilir


Resilir 

 Eu morri e não lembro de ter sonhado,
eu perdi no mar os meus documentos.
 Fui deixar morrer na praia pelo vento
os papéis diários de meu passado.

 Eu morri e não lembro d’algum momento
 que colhi um sentido que compassado
poderia findar por mim registrado
que podia morrer... com este memento.

 E se desfizeram no mar envoltos
no sal de meus olhos deficitários
 partiram cortando-me as fantasias.

 Eu perdi no mar, no tempo revolto,
memórias que estão nos meus inventários
 e que estão em questão na bibliografia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Despedida



Despedida

Um boneco no jardim jogado
descascando pela maresia,
esperando se lembrar.


Eu vi o mar me levar embora,
onde o tempo pesa na fortuna
mas queremos retornar.

Uma casa a se perder de vista
e as noticias todas tão difusas
diluindo na varanda.

Eu vi o  vento corroer  a tinta
entre as cores ao sangrar meus olhos
fica a íris cinzentada.

Todo o mato já cresceu  sozinho,
Onze Horas  cresce pela casa
se alastrando pela sala.

Marca a hora que morreu por dentro,
marca o tempo que morreu comigo
esquecido  no jardim.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Poemas e poesias antigas



Consegui achar uns poemas de 2006.
De nove anos!

Segue aqui um soneto.

Recado

O significado de sua mensagem,
foi-me por ser pernóstico avassalado,
inda aparece-me oculto mistificado,
na minha paranóia foi-me miragem.

Posso eu compreender o seu recado?
Mas eu não obtenho certa vantagem,
sou um tanto tímido por passagem,
posso ser ignobil um "gran" coitado.

Pesso então que estejas sempre por perto,
és, creio, meu alicerce, o meu socorro,
sem ti não sei nem mais o que me é certo...

Sem a ti por me dar, a sua compania,
eu numa abstinência decaio e morro,
eu não sei se consigo sair! Desta mania...


http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=6660

Sim, são horríveis, muito mesmo.

domingo, 30 de agosto de 2015

Trovas



Retorno

Um velho morreu no mar,
n’algum lugar dentre  as vagas,
o frio fisgou-lhe no peito
e aos peixes, dividas pagas.

Juventude

A cena se repetindo,
no tempo como algum trauma,
O Enforcado na estrada,
o sacrifício e sua alma...

Tempo

O varal cá balançando
o tempo está pra brincar,
co’as crianças no quintal
e a fé de que vão voltar...


Morte




Morte,
não tem promessa
é  aquilo que os mortos temem.
Enfrentam a porta do quarto de seus pais.

Os dias devem morrer,
todas as horas são horas mortas
e ela dança seguindo seus passos
no rastro das memórias apagadas.
Como quem brinca de pular poças
como quem brinca de amarelinha.


O tempo ermo da rotina
é um piso, um degrau
é aquele amigo esquecido
e a porta
aquele quarto demolido.

É aquilo  que os mortos temem.
Em frente á porta do quarto de seus pais,
o garoto perdido é um estranho,
comutado.

sábado, 8 de agosto de 2015

Desconcerto

link da imagem

Desconcerto

O palhaço está triste
E não existe na cena
Nenhum estardalhaço.
-
O final não consiste
No que valha me a pena
Se esta tudo aos pedaços.
-
E jogaram no palco
De talco toda nua
Nossa musa queimaram.
-
Com todo o meu rancor
No terror da empatia
Acender a  fogueira.
-
Pois queira ou não me queira,
É mentira  eu queria...
Me despir do pudor.
-
Me vestir no pavor
De sentir me sem chão
De esquecer o meu nome.
-
E matar a platéia
Numa idéia de alforria
De querer me aceitar.
-
Vem matar a platéia
E o teatro tem fome,
Todos os nossos nomes.

sábado, 25 de julho de 2015

A vila


A vila

A dor  dos que não sabem  brincar, 
Na roda se perdendo no centro.
E tão fora do lugar.
Estão longe tão dentro.
Da brincadeira.
É
De brincadeira
Tanta dor
Nessa roda.
Roda criança.
A vida é esperança
Nessa ciranda
Não mais adianta.
A sua mão
Não tem par
Não vai dar
Não.
As crianças nas cirandas
Mostram os dentes
Numa dança não adianta
Mostram os dentes
Serram os dentes
Estes dentes
Dizem não.
E quando tudo acaba
A marca das mordidas
vão pra além do ensino médio.
E quando o céu desaba
num desdém de fino tédio.
A farsa de sua vida
É o centro da roda.
Eles dizem,
Você não está na brincadeira.

Fica o dia que eu ouvi,
chavão antigo...
Eles riem de ti,
não contigo.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Fim de Ano

Sinto por estar um tempo sem publicar. Mas de novembro até o fim deste ano aconteceram algumas coisas meio tensas, então não tive cabeça para escrever nada. Nem mesmo para trabalhar em outras coisas.
Mas uma coisa é, neste meio de semestre eu realmente li muita coisa só dentro da literatura, não vou postar os que eu li de outras áreas. Ao menos em algo fui produtivo.

Vou tentar postar mais coisas, e mais poemas para janeiro, creio que a inspiração está voltando, eu acho.


1. História sem fim - Michael Ende
2. Momo - Michael Ende
3. Lua de Larvas - Sally Gardner
4. Fabulas Italianas Italo Calvino
5. Once Upon a Time - Irmãos Grimm
6. Contos de Fadas - Grimm Perrault
7. Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
8. A luz fantástica - Terry Pratchett
9. Direitos Iguais Rituais Iguais - Terry Pratchett
10. O aprendiz de Morte - Terry Pratchett
11. Coisas Frágeis - Neil Gaiman
12. Elric of Melnibonè: Os Mares do Destino - Michael Moorcock
13. Elric de Melnibonè: O mistério do Lobo Branco - Michael Moorcock
14. Elric de Melnibonè: A Torre Evanescente - Michael Moorcock
15. Elric de Melnobonè: A fortaleza da pérola - Michael Moorcock
16. Corum, trilogia de las espadas Part I - Michael Moorcock
17. Dorian Hawkmoon: La joya en la frente - Michael Moorcock
18. Dorian Hawkmoon::El amuleto del dios Loco - Michael Moorcock

também fiz minha segunda tatuagem.