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sábado, 27 de novembro de 2010

Tráfego



Tráfego

Nessa ferrovia, não via meu destino passar,
e nem percebia ou sabia que as pessoas caminhando
não vão mais voltar pra cá,
vão pra lá, jamais voltar...

Esses passageiros tão passageiros na rua
passando na vida minha a esquecida na lua,
distante a sonhar o sólido,
tão sólido mundo ilógico...

Eles não percebem, e nem mais querem saber,
que eles nos caminhos se vão sozinhos morrer,
nas suas solidões tão ternas,
nas suas vastidões internas...

Nessa ferrovia perdia meus desenhos de infância,
e nem percebia nem via que o passado em sua estância
se perdia no limiar,
da razão de meu sonhar

Eles não percebem, nem reconhecem o real,
vivem se importando e vão procurando o normal
modo normal de viver
e assim desaparecer...

Nessa ferrovia perdia meus brinquedos, memórias
que bem me prendia nos dias d’esquecidas histórias
que não se tem mais, passado
que não volta mais de fato...

Eles só passavam e nem ligavam pra isso,
querem os seus mundos sem nenhum desperdício,
e nem nunca percebeu-se,
que a infância, perdeu-se...
Só isso...


Poesia antiga...
Sem tempo nem para respirar...

sábado, 11 de setembro de 2010

Segundas Versões

A dançarina

No Oásis ornamentário d’entre torres prediais, d’entre uma instantânea fagulha do Eterno, uma figura fulgura em meio a tantas sombras, de longe. São as sardas de fogo numa noite sem estrelas, uma pequenina menina dança, em meio a toda essa turba confusa de vidas, ela dança envolvida em Silêncio, n’um mundo em seus gestos e formas.
É ela apenas um facho de sonho algum perdido na festa que o meu breu contorna, sozinha no vasto de um céu nenhum em meio á tantas luzes d’estrelas mortas. Só e sozinha no vasto de um céu qualquer, que a envolve em meus lençóis, e no breu a deforma.
São sardas de sonhos em uma noite eterna, dançando feliz numa festa fútil, é só a vida de alguém sufocada n’um mel de vidas... N’um enleio de vapor humano, tão longe do meu frio calor das geleiras... Essa sereia, sendo só uma menina alegre, transparece e aparece nos meus olhos opacos como um licor ou um farol vivo, feito um girassol. Ela é estrela, que brilha tão longe e tão terna e eterna em meus temores, tão distante deste mundo que a envolve tão inútil, é uma super-nova que brilha tão forte que se esgota e morre em um sopro e vai-se esquecida e esvaecida, como um sol que abandona todos aqueles mundos que um dia ela iluminou.
E todo este Mundo que um dia a desejou...

Marcel Angelo


Altívagos

O mundo é de loucos e as coisas correm como trens, correm como carros nas estradas,
partindo sempre e sempre indo embora e sempre partindo de suas partidas. O mundo é de loucos e as coisas passam como passam palavras num jornal, sempre efêmeras, sempre vagas, para se dissiparem como jornal que molha e desaparece. E a memória fenece.
O mundo é de loucos e nesse mundo lunático todos olham para o chão,vivem para o chão e como estátuas de barro a de derreterem pelas chuvas, se diluindo, e a dissolverem as suas coisas, extinguindo as suas coisas de barro para o chão.
Em um mundo de mares e marés, ares e nuvens, em um mundo de nuvens...
Porém vivemos também em um mundo de nuvens, de longínquas mentes pairando no ar, a voar por longas e longas raias, que enfim se confundem.
São aves que vivem voando por mares e marés desconhecidas, territórios de luzes e trevas, de profundas cavernas, de mundos oriundos de meras memórias. São vidas que vivem de memórias, de pensamentos e sentimentos divagantes como cavaleiros errantes vitimas de -“Quixotismos”.
São almas de voadores altívagos, viajantes de mundos únicos criados e recriados. São seres que vivem entre estátuas de barro, são seres que colorem as efêmeras palavras, são os que atravancam as endo-partidas!
São seres undívagos de seus undo-universos, que criam mundos etéreos, que tiram tudo de aereocéfalo-monastérios, mesmo estando na janela de seus quartos de dormir.
Mesmo olhando para os móbiles e seus brinquedos nas estantes. Enquanto escutam divagantes a televisão em que seus pais estão n’outro quarto a existir...

Marcel Angelo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Numa Cova Tamanho Solteiro


Numa Cova Tamanho Solteiro...

Aqui jáz o meu pobre rapaz,
que o destino macabro e voraz,
o cortou, martelou e enlatou,
Numa cova tamanho solteiro!

Se foi tímido, pobre garoto!
E o que faz se agora, esta, morto?
Sete palmos abaixo do chão
onde vermes comendo-o estão!
E mofando... suporta-se o cheiro...
Numa cova tamanho solteiro!

Se do pó veio... Ao pó voltarás,
meu menino que enfrenta, sózinho,
o terror de seu mundo, miudinho...
Acredito que cá onde estás!
Tu não foste de certo o primeiro...
Numa cova tamanho solteiro!

É bem triste de noite eu sei,
Foi de mim que a ti te tirei,
Não te quero e agóra o renego,
Não sou mais este velho taõ cego,
Eu te enterro e enterro inteiro!
Numa cova tamanho solteiro!

Não te quero pois nunca quis mesmo!
Bláááááááááááá!
Por Marcel Angelo


ese poema deve ser lá pelo ano de 2005 ou 2004
começando com metrica se não me engano...
adolescência ruím, vida tardia...
depois um Bum! no mundo exterior e um leque gigantesco se abre e tão complexo que eu mal consigo lidar,
(soy um menino selvagem....)


e algumas cicatrizes, ou o indivíduo relacionado a elas
enterrado???
as vezes bate uma certa nostalgia...






terça-feira, 21 de julho de 2009

Christina

Christina

Pele morena de tempos passados,
rosto: um sorriso de mel delicado,
cachos castanhos soltados, sonhados,
soltos, serenos segredos guardados.

Olhos castanhos de amêndoas-castanhas.
Densos sabores tão tenros, de estranhas
chamas contidas, retidas, tamanhas
gemas de ferro, tão densa tüa manha...

Olhos de fogo perpétuo em sorriso,
doce dïabólico gesto preciso,
leve reflexo tão certo e conciso,
lábios calados, tão tímidos risos.

Gestos de fada, com dedos de fada,
mãos delicadas por dom, são prendadas
sedas macias, surdinas sonatas,
feitas de sonhos, p’ra serem sonhadas!

Olha p’ro chão, n’um ar encabulado,
chama “Christina” o crachá pendurado,
em um uniforme amarelo e amassado...
- Ela trabalha n’um supermercado!


poema do início do ano, para uma Christiane que trabalha no imperatriz, atendente, nunca falei ou me dirigi a ela, mas bem, ela me lembrava uma amiga, e estava escutando flamenco e resolvi escrever esse poema.
Caso gostem...
Bom é isso ae... Espero posteriormente ter mais tempo e fazer uns post melhores...