terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Expurgo


Expurgo

Na barca dos loucos partem
p’ra longe das sóbrias pessoas
num mundo distante que vem
em letras largadas por outros.
E os velhos senhores dali,
os sóbrios, se enfiam em malogros.

Na barca dos loucos remessam
aos mares distantes e mortos
os fatos de antigas verdades,
trancados nas mentes de mornos
problemas, pessoas inocentes,
despejos que partem dos portos.

E os sóbrios medrosos nos olham,
com olhos de mortos, escravos
dos velhos problemas de sempre,
são eternos sintomas e os cravos
não escondem a sina presente
e temem o mar vasto e bravo.

E enquanto se afasta do porto
a barca dos loucos varridos,
o povo respira de alívio
temendo o convívio e o castigo
de olharem nos olhos de espelho
dos filhos pra sempre perdidos.

E os loucos enxergam as luzes
das velhas cidades nos rotos
de cada assustado no porto,
de cada um dos torpes desgostos
e sabem partir de um lugar
mais doente do que um esgoto.


Meio fraco ao meu ver... Agora....
Logo logo coisas melhores, basta eu ter um lugar para digitar...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tripulações


Soneto, meio comum aliás...
Só tres minutos, pouco tempo na lan...

Tripulações

Futuros engolidos, nos tormentos
das vagas flageladas pelo vento
que tornam naufragadas multidões
de homens no horizonte e embarcações.

São mágoas engolidas que o oceano
carrega para terras incontáveis,
mistérios co’as origens insondáveis
num frio distanciar, ano após ano.

São as almas andarilhas nas correntes,
se arrastam nos caminhos tão salgados,
e o tempo vai afogando suas memórias.

São antigos e vão ser eternamente
cardume já perdido do passado,
sem nomes e nem um resto de sua história.