domingo, 29 de maio de 2011

Trovas



Suicidas dançam ao vento,
ausentes sombras perenes
co’as vidas d’outono caindo;
rotina com suas sirenes.

Pelos sapatos suspensos
sinos badalam cantigas,
mundos trancados por d’entro
d’umas mentiras antigas.

Panos que lembram cortinas,
chita, veludo e algodão,
velhos vestidos vencidos:
chuva, bolor, erosão.

E o tempo esquece co’o tempo,
os rostos outrora quentes,
calor de verdades mortas,
nas faces sobreviventes.

Suicidas dançam ao vento,
co’as cordas, nós nos cadarços,
desamarrados sapatos,
e fadados no embaraço.

Lá na ruas, pelo relento,
pelas serenas ausências,
suicidas dançam ao vento,
na sombra de tua existência.


Reminicências de uma época ruim...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

SELO KREATIV BLOGGER AWARD




Agradeço ao Rommel e ao Febo Vitoriano pela indicação deste selo. Do blog POESIA RETRÔ.
Não poderia creio, indicar os dez blogs do qual se pede, mas vou tentar.

As regras para a validade deste selo são:


A- Publicá-lo deixando visível no blog e postar as instruções

Feito

B- Indicar mais dez blogs para este selo

  1. http://piratamolhado.blogspot.com/
  2. http://marinadgr.blogspot.com/
  3. http://inmaginary.blogspot.com
  4. http://experimentandoversos.blogspot.com/
  5. http://essenciae.blogspot.com/
  6. http://cocaineindian-apeace.blogspot.com/
  7. http://nervoroso.blogspot.com/
  8. http://gazetadofintelman.wordpress.com/
  9. http://decaranalama.blogspot.com/





C- Avisar os blogs escolhidos.

Farei isso mais tarde.

D- Falar dez coisas sobre mim

1 - Trabalho com poesia clássica ou popular, veses indo ao verso livre. Mas o foco desse blog é divulgação do material e posteriormente algumas fanzines em PDF serão publicadas.

2 - Estudo história na ufsc, além de umas disciplinas de antropologia.

3 - Cresci em Desterro uma cidade tanto de clima como de forte corrente simbolista, apesar de sua ligação com o passado ser uma coisa um tanto fraca ultimamente, essa cidade ainda carrega muito da energia de nomes como Cruz e Sousa, Araújo Figueredo, Santos Lostada, Othon D'Eça dentre outros.

4 - Sou TDAH e com orgulho. Vivo no mundo da lua.

5 - “41 . Tendência a apresentar um lado “criança” que aparecerá, por toda a vida, na forma de brincadeiras, humor refinado, caprichos, pensamentos mágicos e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias.”
Mentes Inquietas
Ana Beatriz B. Silva

6 - O Blog foi criado em 2005, mas o que está divulgado é somente a partir de 2009, o restante está num outro endereço. Para mim, como um album de recordações.

7 - Eu posso me resumir em uma camisa desbotada de um numero maior que o meu.

8 - E eu prefiro ser uma traça do que uma cigarra.

9 - Eu nunca farei parte da matilha não importa se ela me acolha ou não.

10 - As vezes acho que estou vivendo muito mais na minha cabeça do que no mundo lá fora.



Bom, é isso...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Declaração solene dos povos indígenas do mundo

Link da imagem


Nós, povos indígenas do mundo,
unidos numa grande assembléia de homens sábios,
declaramos a todas as nações:
quando a terra-mãe era nosso alimento
quando a noite escura formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando todos éramos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos eram grandes líderes,
quando a justiça dirigia a lei e sua execução,
aí outras civilizações chegaram!
Com fome de sangue, de ouro, de terra e de todas as sua riquezas,
trazendo numa das mãos a cruz e na outra a espada
sem conhecer ou querer aprender os costumes de nossos povos,
nos classificaram abaixo dos animais, roubaram nossas terras
e nos levaram para longe delas,
transformando em escravos os "filhos do Sol".

Entretanto, não puderam nos eliminar!
Nem nos fazer esquecer o que somos,
porque somos a cultura da terra e do céu,
somos de uma ascendência milenar e somos milhões.
Mesmo que nosso universo inteiro seja destruído,

NÓS VIVEREMOS
por mais tempo que o império da morte!

Port Alberni, 1975, Conselho Mundial dos Povos Indígenas.


poesia pura

segunda-feira, 16 de maio de 2011

DISCUSSÃO SOBRE LIVRO DIDÁTICO SÓ REVELA IGNORÂNCIA DA GRANDE IMPRENSA

OLÊMICA OU IGNORÂNCIA?

DISCUSSÃO SOBRE LIVRO DIDÁTICO SÓ REVELA IGNORÂNCIA DA GRANDE IMPRENSA

Marcos Bagno
Universidade de Brasília

Para surpresa de ninguém, a coisa se repetiu. A grande imprensa brasileira mais uma vez exibiu sua ampla e larga ignorância a respeito do que se faz hoje no mundo acadêmico e no universo da educação no campo do ensino de língua.
Jornalistas desinformados abrem um livro didático, leem metade de meia páginae saem falando coisas que depõem sempre muito mais contra eles mesmos doque eles mesmos pensam (se é que pensam nisso, prepotentementeconvencidos que são, quase todos, de que detêm o absoluto poder da informação).
Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no
mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de
petista, fiquem tranquilas senhoras comentaristas políticas da televisão brasileira e seus colegas explanadores do óbvio.
Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da
variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem
transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os
alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro,
com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas mesmas “classes populares”, esses mesmos profissionais entenderão que seu
modo de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada
em formol – que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos tempos, com a chegada aos novos meios de
comunicação de pseudoespecialistas que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.
Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro doconjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantados para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações no mínimo patéticas.
A principal característica dos discursos marcadamente ideologizados (sejam eles da direita ou da esquerda) é a impossibilidade de ver as coisas em
perspectiva contínua, em redes complexas de elementos que se cruzam e entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos só existe o preto e o
branco, o masculino e o feminino, o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai.
Darwin nunca disse em nenhum lugar de seus escritos que “o homem vem do macaco”. Ele disse, sim, que humanos e demais primatas deviam ter se
originado de um ancestral comum. Mas essa visão mais sofisticada não interessava ao fundamentalismo religioso que precisava de um lema distorcido
como “o homem vem do macaco” para empreender sua campanha obscurantista, que permanece em voga até hoje (inclusive no discurso da
candidata azul disfarçada de verde à presidência da República no ano passado).
Da mesma forma, nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais
distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa nãosignifica automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los aomundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.
Não é preciso ensinar nenhum brasileiro a dizer “isso é para mim tomar?”, porque essa regra gramatical (sim, caros leigos, é uma regra gramatical) já faz
parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma “isso é para eu tomar?”, porque ela não faz parte da
gramática da maioria dos falantes de português brasileiro, mas por ainda servir de arame farpado entre os que falam “certo” e os que falam “errado”, é
dever da escola apresentar essa outra regra aos alunos, de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam vir a usá-la
TAMBÉM. O problema da ideologia purista é esse também. Seus defensores não conseguem admitir que tanto faz dizer assisti o filme quanto assiti ao filme,
que a palavra óculos pode ser usada tanto no singular (o óculos, como dizem 101% dos brasileiros) quanto no plural (os óculos, como dizem dois ou três
gatos pingados).
O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta “língua certa”, no exato momento em quea defendem, empregar regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: “Como é que fica então as concordâncias?”. Ora, sr. Monforte, eu lhe
devolvo a pergunta: “E as concordâncias, como é que ficam então?





http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745&cpage=1#comment-918


Aqui em Florianópolis até pouco tempo empregar o tu era errado, pois, nas escolas, o certo era usar o VOCÊ. Isso servia também para desvalorizar o nativo.

Entendo que a idéia desse livro, era dizer que não à nada de errado em não ser “paulista ou carioca”, que foi essa a visão que eu tinha quando pequeno. Eles falam certo, nós não.

A utilização da desta “lingua correta” para desmerecimento de uma população é o que deve ser combatido. E principalmente esse puritanismo, pois, como se vê pelos comentários, essa idéia de nação ou de hegemonia ainda é bastante forte.
Alguns anos atrás a superinteressante respondia aos leitores (que se incomodavam com o uso de gírias na revista) que a lingua era algo mutável.E que era algo natural, agora, quando querem passar isso para fora de uma certa parcela da população, a realidade fica bem clara. “Eles tem esse direito, nós, o povo, não.”

sábado, 14 de maio de 2011

Trovas


A trova no dicionário
é cantiga e outros trecos
mas no gosto popular,
é sinônimo de xaveco.

CHUVA

A chuva desce no vidro,
e brilham estrelas que morrem
nos holorfortes dos carros,
vidas distantes que correm.

Coração barco a deriva,
vai nas ondas do desejo,
nas correntes de pessoas
nos tormentos que velejo.

Nas florestas prediais,
gente chove em meu quintal.
numa tarde de domingo,
em tragédia tão normal.

É tarde que de aguarela,
a chuva borrando a tinta,
desbota a vida, parcela
d'outrora, memoria extinta.

D'outrora, memória extinta,
na chuva de fim de tarde,
momentos com seus lampejos,
passados de tempestade.


Cor

Estava azul, esses nimbos,
pintaram na tempestade,
o blues que rege a tormenta
por motes de ansiedade.

Foi num domingo amarelo,
que no momento preciso,
fiquei remoendo farelos,
por um instante indeciso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Desespero


Os pratos caindo da prateleira,
restratos rasgados e rabiscados,
os livros mofando na derradeira
espera dos anos, são massacrados.

Os filhos brigando por uns trocados,
bebês tão famintos na gritadeira
nos quartos tão sujos e bagunçados
que formam muralhas com a sujeira...

A casa queimando e as janelas tossindo
as cinzas dos sonhos, suas utopias
a fé tão sagrada de um sonho vão.

Papai foi pra feira e acabou partindo...
Mamãe se perdeu na sua fantasia,
foi enfim passear na televisão!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

P. D.





P. D.

Olhos que escondem o interior,
traços perdidos na poeira,
pouco se tem da verdadeira
alma que esconde-se em pavor.

Trancas e travas co’o torpor,
traumas e tramas derradeiras,
tudo teu sumo, suas maneiras
mortas com trapos e vapor.

Vês? A tua externa consciência,
é uma cópia tão esquisita
d’algo qualquer, televisão?

Alma disforme de existência
d’uma irmãzinha parasita
crescendo em plena escuridão.


Sobre uma certa verdade um tanto doentia que me toquei faz um tempo, algumas coisas em nossa realidade realmente nos assustam.
Link da imagem

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Trovas: Um dia ainda me mato...


Temas, menina, verde, sapato

Um sapato, me disseram,
que te acertou, não confunda,
o que levaste meu amigo,
foi-lhe um belo pé na bunda!

menina pato.... de fato,
tem boca feito sapato,
um beiço grande e chato,
se deres beijo? me mato!
-=-=-=-=-=-=-=-

Sou verde, sou garotinho,
ingênio e desprevenido,
eu posso ser sequestrado,,
levado a qualquer cantinho.

E Muy verde são meus pés,
uns mofados e acredite,
já mataram pelo chulé,
traz de volta a sinusite.


Trovas beeem antigas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

TDAH , o que faz dele uma doença?


http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html

O texto e o site esclarecem sobre o TDAH não à discussão.

Mas o que é realmente uma doença? Mesmo que este tenha uma explicação biológica, TDAH, seus transtornos resultam de uma inadequação deste modo de ser à uma sociedade mecanizada. Nosso tempo, assim como pessoas que são canhotas já foram consideradas doentes antigamente.