quinta-feira, 24 de março de 2011

Os meus sonetos não são bons...


Os meus sonetos não são bons, são meras
de cacofônicas, de quebras toscas
sem os suavismos de suaves soltas
das matemáticas misturas belas...

Os meus quartetos a conter quimeras
vão martelando as suas estrofes foscas,
vão modelando e vão nascendo poucas
porém robustas armações, são feras.

Na perfeições expressionistas, sorte,
vou contorcendo e vou formando enxames
a se alastrarem no Meu Mundo inteiro.

Com as criaturas não bonitas, fortes,

sem preciosismos que a direitos clame
mas que trabalham como um formigueiro!


Soneto antigo e muito criticado, mais pela primeira estrofe, devido às rimas, porém, a utilização de rimas toantes e palavras que parecem ser alheias aos versos são também recursos à muito utilizados, porém, parecem mas não são fora do sentido. Não existe o porquê de rimas ricas ou ficar medindo o valor das rimas no soneto, se soa bom é o que importa em qualquer poema. E se soa ruim, com o motivo de soar ruim, está bom.
Sei que vão me criticar por isso, mas a questão é que dependendo do contexto, por exemplo, um cordel não pode ter rimas toantes pelo que eu sei, mas isso é mais uma característica do cordel ou do repente e sua riqueza, porém, isso não se refere à todo e qualquer poema.
Mas sei lá, eu gosto desse soneto, e é o que importa, apesar d’eu reconhecer que ele não é também um dos meus melhores...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Tal numa tarde sem vento com jeito igual fim de tarde.


Tal numa tarde sem vento
com jeito igual fim de tarde.

Nesse mundo azul, sem tino
eu vi perde-me nos carros
tal fumaça de um cigarro
lá nos tempos de menino
sendo um mero inquilino
nas histórias de descarte
dessas vidas sem ter parte,
que se vão na mão do tempo
tal numa tarde sem vento
com jeito igual fim de tarde.


As memórias se perdendo
no consolo da bebida,
vai passando enfim a vida
tal numa tarde sem vento
vou vendo o mundo morrendo
num ar silente que arde
um mudo grito de alarde
nos olhos, meros mortais,
naufrágios em meus quintais
com jeito igual fim de tarde.


Quando começar as aulas, volto a aparecer...