segunda-feira, 21 de junho de 2010

Passagens, candelas, preces e epitáfios


Podem estar um pouco confusos, estes dois triolés e este rondel...
Apesar de que eu gostei deles, de “Prece” e “Epitáfio” especialmente.

Epitáfio é o mais antigo, de anos atrás, mas o vejo como um presente, com uma história por trás, mas uma história um pouco triste... Eu o reformei, e acho que está melhor, bom, eu mesmo acho que o eu de antes concordaria comigo agora...

Candelas foi feito durante uma aula, na verdade antes dela começar, disciplina de América Portuguesa, porém as caravelas podem não ser embarcações.

Prece foi feito acho que do domingo passado para segunda...

Bem, a gramática nunca foi o meu forte.

...

Passagem

“Querem escutar os tépidos nomes,
sombras de memória antiga e dormente,
querem escutar os tépidos nomes,
mortos sem porvir e sonhos dolentes,
alma que sem fogo enfim se consome
toda no passado, imersa em rancores
toda na memória estéril que some
leve como tempo e estanca-se as dores.”

Candelas

Caravelas perdidas ao vento,
naufragadas no azul d’oceanos,
são refúgios d’azuis pensamentos,
caravelas perdidas ao vento
são anacrônicas sombras de tempos
tão estrangeiros, no abismo dos anos
são candelas perdidas ao vento
naufragadas no azul d’oceano...

Epitáfio

Tu foste as cores dos planetas,
os pendurados no meu quarto
e foste as luzes, foste feita
de tod’as cores dos planetas
e foste os mundos, a luneta
que mostra os mundos no qual parto
e foste as cores dos planetas,
os pendurados no meu quarto.

Prece

Volte como a volta de um passado,
vezes some e às vezes reaparece
feito um sonho vago que fenece
n’um antigo mundo abandonado.

Volte pela noite que padece...
Pelo sonho fraco e inacabado
volte como a volta de um passado.
Vezes some, vezes reaparece...

Volte como os traumas naufragados
pela trama velha que esmaece.
Para os nossos sonhos ofuscados
volte como o dor que fez a prece.
Volte como a volta de um passado.

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