quarta-feira, 4 de março de 2009

Revel - Soneto - Rebeldia - Rondel


Revel

Um mundo escuro, sem futuro
bem rege os erros que me cercam
sem ar no vasto me esconjuro,
sem vóz revólto ao que disseram...

Sem ar sem cor, sem vóz no escuro
sem velhos sonhos que me velam.
Se ter um Dom ao qual procuro,
sem ter segredos que me esperam...

Um cinza em féu, d'um amargor,
que piso cada dia enfim...
Diante e só, só para mim...

Um mundo vão, com seu torpor,
e cada vez que piso ao léu,
minh'alma sangra o azul do céu!


Rebeldia

Mas eu amo a melancolia!
Vão falar o que bem quiserem,
nos meus mundos não se metem,
no clichê de minha porfia!

Eu sou feliz nessa utopia,
desse viver todos diferem,
vão falar o que bem quiserem,
Mas eu amo a melancolia!

Sou um clichê em minha poesia,
não sou nada que eles querem,
minha rima é porcaria,
mas jamais serei o que pedem!
Pois eu amo a melancolia!

Um comentário:

  1. Eis um belo exemplo de rondel... Uma vez, ousei tentar fazer um para minha namorada, ela disse que gostou, mas não se pode confiar em mulheres apaixonadas...

    Novamente, obrigado pelo comentário. Bom saber que também lê Gaiman (tenho praticamente tudo que foi lançado dele aqui no Brasil). Se não for incômodo, será que poderia depois me explicar com calma o esquema do rondó? Não consegui entender direito com o exemplo que você deu... (acho que o trabalho tá me deixando burro!)

    ResponderExcluir