Alunar
Alunar, aterrar
Lá em casa minha mãe
Não parou de pensar
“Tudo em paz com nosso adeus”
Alunar, aterrar
”Assegure o amanhã”
E o sol vertical
Fogo solto na manhã
Alunar, ilusão
Ver Aquele Musical
Tudo em paz
Se eu morrer
Não me esqueço de você
Alunar, alunar
Fogaréu vertical
Aterrar, aterrar
Não preciso de seu medo, mamãe
Só morrer é seguro
Tudo em paz, tudo bem
Quero ver soluções
Boa noite, meu bem
Tudo em paz com nosso amor e depois
Só morrer é seguro
Anjos de cristal
Velharia lá de casa
Côres, corpos, casa
Alunar, aterrar
Assegure o amanhã
E o sol vertical
Velha estrela de latão
Ilusão, ilusão
Tudo bem com nosso amor
Alunar, aterrar
Lá em casa minha mãe
Não parou de pensar
Ver aquele musical
Tudo em paz, se eu morrer
Não me esqueço de vocês.
Alunar
Lõ Borges – Marcio Borges
Interprete Milton Nascimento em Álbum homônimo, uma melancolia muito forte aliás... Album de 1970.
Esses caras, Milton, Lo Borges, Beto Quedes e por ae vai... Eles tem muito do que acho eu só viria a aparecer mais tarde nos anos 80, com outro movimento artístico, que ignorou ao chegar a cá muito do que já fora feito....
Milton em especial (não é apenas um ponto de vista meu) parece ter alguma chama em comum com Cruz e Souza, uma melancolia que parece sendo apenas deles, apesar deles serem tão diferentes entre si, e em seus trabalhos. Seria magnífico ver um poema de Cruz e Souza musicado pelo Milton Nascimento... Posso ter certeza disso.
Bom, vale a pena sonhar.
Minha mãe colocava Clube da Esquina para mim escutar quando eu era pequeno, deve ser mais ou menos por isso que eu sou as vezes meio assim... Uma faixa em especial que faz de lembrar de meu berço acho, a faixa dez do Clube da Esquina. Outra música também é a Cravo e Canela, que me faz lembrar não sei porque de uma doceria que tinha em São Paulo, se não me engano, próximo a Praça do Por do Sol, dos meus primeiros seis anos de vida.
Fiquei anos sem escutar esse álbum e quando voltei me veio muitas lembranças de infância, mesmo que o sentido da letra não tenha relação, está ligado a determinadas memórias. Sendo outras em especial como, por exemplo, é a (faixa doze), sendo esse mais por uma identificação recente...
Misturado um pouco com o desejo de ter um quarto só meu... Bem, quem é TDA deve me entender de certo modo... Hoje em dia com o ouvido mais treinado e um pouco mais de noção para entender as letras, elas acabam ganhando muito mais peso do que quando pequeno, mas as vezes acho que as fantasias que eu tinha viajando naquelas composições inimagináveis fazia elas dentro de minha cabeça terem um tom ainda mais fantástico, muitas cores a mais... São dois albuns diferentes, cada qual com seus encantos... É a vida... Cada qual com uma relação com fases diferentes de minha vida... Como será o Clube da Esquina para mim quando eu for adulto? Ou quando velho? Como será todos os outros grandes álbuns de minha vida, como Quadrophonico de Alceu Valença e Geraldo Azevedo, ou os dois Magníficos Cantoria?
Esses álbuns são como o primeiro beijo, a primeira namorada ou o primeiro dia de aula, a gente nunca esquece e todos os demais serão uma sombra daquilo que passou, poderão ser tão bons quanto os primeiros, e alguns ainda melhores, mas não terão aquela mágica e aquela força...
Nossa... Tanta coisa apenas pelo fato de eu ter posto uma letra de música no blog, grande comentário... Mas agora não vou mais incomodar vocês, tenham uma boa tarde e até.
Abraços.
Marcel Angelo
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