sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Abismo

Ela tinha quinze invernos,
longos, ternos anos louros,
são tesouros frios perdidos
em sofrido naufragar.

Tantos cantos por nascer,
foi escolher nascer aqui,
nessa terra que por si
deixa-a morrer e se acabar.

Nessa terra de pessoas
que já mortas só respiram,
são insensíveis, não se inspiram.
Vivem atoa a definhar..

Ela tinha quinze invernos,
longos, ternos anos louros,
são tesouros frios perdidos
em sofrido naufragar.

Frágeis traumas bem costura
pelos panos que escolheu,
traspassando os sonhos teus,
que torturas por matar.

Em pessoas que por medo
são letargas, bem reclamam
perdem tudo que mais amam
sem um dedo levantar...

Ela tinha quinze invernos,
longos, ternos anos louros,
são tesouros frios perdidos
em sofrido naufragar.

Nesse mundo em que desleixam,
esse mundo que repleto
de grupinhos que seletos
nada deixam germinar.

Nesse canto de segredos ,
te escolheram pra brincar,
resolveram bem moldar
um brinquedo para usar.

Ela tinha quinze invernos,
longos, ternos anos louros,
são tesouros frios perdidos
em sofrido naufragar.

Como tola andorinha
foi no iferno ter alento?
Tola ingênua seu tormento,
chance tinha pra evitar!

Como escolhem tais abismos?
É mais fácil se iludir
crer num falso de existir...
Conformismo a anestesiar!

Ela tinha quinze invernos,
longos, ternos anos louros,
são tesouros frios perdidos
em sofrido naufragar.


Não que realmente seja para alguém, mas isso veio de algumas conversas com muitas pessoas, uma crise geral aliás. Espero que entendam.

Isso é um rondó.

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