sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ave Sangria




Reza a lenda que o nome Ave Sangria surgiu da sugestão de uma cigana meio louca encontrada no interior da Paraíba pela banda, que na época se chamava Tamarineira Village. O vocalista Marco Polo explica: "Ela gostou de nossa música e fez um poema improvisado, referindo-se a nós como aves sangrias. Achamos legal. O sangria, pelo lado forte, sangüíneo, violento do Nordeste. O ave, pelo lado poético, símbolo da liberdade do nosso trabalho".

Os integrantes do Ave Sangria chegaram em 1974 ao estúdio de gravação Hawai, na Avenida Brasil, Rio de Janeiro, empunhando peixeiras, como uma forma de antecipar as piadas que viriam diante do fato de todos serem nordestinos, algo infelizmente comum na época e que ainda se pode ver hoje em dia. As gravaçoes foram cheias de problemas, o som saiu mais acústico e a banda esperava algo mais rockn'roll, o chamado "amaciado". Como se não bastasse a arte da capa sofreu um remendo, maneira que a gravadora encontrou para não pagar os direitos autorais ao ilustrador Laílson de Hollanda Cavalcanti.

Apesar dos contratempos, o disco consegue trazer um som original que mistura a psicodelia com as raízes da música nordestina. Um fundo musical para as viagens poetizadas contidas nas letras das belas canções que ilustram o trabalho.

Em 1975 o Ave Sangria se despediu com o show Perfumes & Baratchos mas deixaram sua marca viva na música brasileira e principalmente nordestina. Marco Polo (vocais), Ivson Wanderley (guitarra solo e violão), Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão, vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Juliano (percussão), o Ave Sangria, os Rolling Stones do Nordeste, apesar do falecimento precoce...brincaram de fazer música.

Fonte do BLOG

Músicas:
01. Dois Navegantes
02. Lá Fora
03. Três Margaridas
04. O Pirata
05. Momento na Praça
06. Cidade Grande
07. Seu Waldir
08. Hei! Man
09. Por Que?
10. Corpo em Chamas
11. Geórgia, a Carniceira
12. Sob o Sol de Satã

Corpo em Chamas
Ave Sangria


Quando eu botar fogo na roupa
Você vai se arrepender
De tudo o que me fez
Voce vai ver meu corpo em chamas
Pelas ruas... Ho, yeah

E o povo todo horrorizado
Iluminado pelo meu fulgor mortal
Eu vou dançar
Girando o corpo incendiado
Até cair no chão

yeh yehyeh yehyeh yeh

O grito agudo da sirene
Dos bombeiros
Alertando a multidão
Alguém falando que era um louco
No céu negro, a lua cheia a brilhar

Segure a mão de uma criança
Amão gelada
E a mãe gitando: "Não e não!"
E eu tão feliz
Guirando colorido
Sob as chamas do luar

yeh yeh yeh yehyeh yeh

Quando eu gritar não se arrepie
Lembre apenas
Das contrárias que me fez
Saia correndo e mergulha
Assim vesticda
Lá no mar... ho, yeah

Mas não vai ter mar que me salve
Da alegria deste salto
Em fogo e luz
Olhe pra mim
Essa é a peça de teatro
Mais bonita que eu já fiz

yeh yeh yeh yeh yeh yeh

Depois a noite há de descer gelada
Sobre os corações
De quem souber
E alguém dirá que foi
O primeiro a ver... oh, yeah

A presença selvagem
De um clarão vermelho
Rodopiando pelo chão
Esse sou eu
Dorido, dolorido
Colorido e sem razão
Ou não...

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