quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Poema Antigo - Nostalgia
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Outro que encontrei nuns arquivos perdidos, fruto de uma "bebedeira" e uma experiência nostálgica com sorvete.
Nostalgia
Eu sonhei com Chica Bon,
doce, na minha boca
e meias, pequenas agora
roçando contra o tapete
enquanto o mundo lá fora
escurecia.
Sonhei desenhos
sem circulação
mais ninguém se lembra depois
se todos vão dormir.
E o frio do ferro batido,
móveis do apartamento
enquanto as cortinas brancas
dançavam sob as trilhas
de Danny Elfman.
E tudo era tão, grande...
na pequenez,
em vestes de lã, pensava
"eu só quero meus brinquedos".
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Ode
Ode
Ondas
vagas neste tempo,
crisálidas vazias,
as ideias que são fetos
ainda.
Tudo concepção
do breu ao útero nocivo.
O caos em si é produtivo
como o desapego.
domingo, 26 de outubro de 2014
Invocação
Invocação
Verte sobre o rio,
correnteza,
de antigas plebes d'água
se alastre
e traga rumo ao rio
desastrar-se
leva esta gente em sua borda
lave hasta ambos se igualem
no equilíbrio tênue da Orla
leve esta gente em sua borda
lave hasta ambos se igualem.
sábado, 25 de outubro de 2014
Invocação
Ela é tão distante
nada lhe tem sentido,
no vazio
só sua vontade
sobre o Breu fértil que a gerou.
Em sua imagem e efigie
os seus olhos o elo com o Feto
e a placenta.
Ela se chamou Origem uma vez
tão distante,
que o sentido é outro
outras as suas leis
e seu desejo
é Outro.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Triolés
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Triolés
Azul de mar e o mar é anis,
um gosto azul que se retém
na ânsia o vão que se mantém
azul, de mar e o mar é anis
e céu de mar azul também
a liberdade que se tem
azul de mar, e o mar é anis
um gosto azul que se retém.
O sol vingou no dia claro,
tudo murchou na estação.
Primavera o desamparo
o sol vingou num dia claro
e tudo tornou-se tão caro.
E reluziu a situação
o sol vingou num dia claro
tudo murchou na estação.
Triolés
Azul de mar e o mar é anis,
um gosto azul que se retém
na ânsia o vão que se mantém
azul, de mar e o mar é anis
e céu de mar azul também
a liberdade que se tem
azul de mar, e o mar é anis
um gosto azul que se retém.
O sol vingou no dia claro,
tudo murchou na estação.
Primavera o desamparo
o sol vingou num dia claro
e tudo tornou-se tão caro.
E reluziu a situação
o sol vingou num dia claro
tudo murchou na estação.
Constrição
Essa vontade de fumar um cigarro,
essa vontade de me jogar
na frente de um carro.
Abrir-me
com o fio de minhas unhas
minha caixa toráxica.
Sou escondido num silêncio calmo
sobre as dobras do sorriso
sou encardido como velho medo
em velhos dividendos.
Entrara em mim um caos impreciso
força em mim, força fecunda
com um plástico na cabeça!
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Coisas que escrevo no trabalho...
No mundo não tem destino,
não tem regras, nem tem dados,
no mundo não tem respostas,
nem segredos ocultados.
Nem tudo que é perfeito,
ao nosso mundo é ideal
pior é crer no destino
e esperar por um final.
Perder, perder e perder
é ver o tempo vencendo,
em ondas levando tudo
e os sonhos perecendo.
O tempo rege com esmero
tudo que morre com ele
todas as perdas, as faltas
todo o vazio é só dele.
Onde os destino convergem,
tudo teima um recomeço,
brilha um medo repentino
de ser aquilo que mereço.
For e jardim.
Era ela flor, jardim
era ela aquarela flor
pela dor, puro amor, sim
era ela aquele amor.
Era ela apenas flor,
flor carmim d'algum jardim
do sonhar e de almejar
ser no fim algum amor.
Era ela apenas flor,
flor de flora florescente
tom de estranha tentação
com um medo tão presente.
Era ela apenas flor
flor de sonhos revelados
na confusão, no esplendor,
de um passado machucado.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Choro
Choro
O choro a se ouvir, cobre cada canto
um misto de dor, dó e de compaixão
gemido de tom frio e de desencanto
sentido de cor fria e desilusão.
Todo espaço queima em vão no chão
todo o tempo queima em si no pranto,
esse grito teima a dor de um não,
essa cor se abre em flor de um canto.
O choro a se ouvir, torce e se farfalha.
Tem gosto de anis de azul doce tom
que beija um batom neon tão colorido.
E abre num fio em fel, feito navalha
abrindo em minh'alma a dor num som,
no peito a emergir um pomo encardido.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Trovas(já postadas aqui, mas as que eu achei as melhores)
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Trovas(já postadas aqui, mas as que eu achei as melhores)
Trova VII
Sangue reflete o vermelho.
Sobre o sentido da cor.
Como algum cínico espelho.
Como um recado da dor.
Trova I
Este sonho acaba agora,
nada certo, tudo está errado,
quando acordo nesta cama
todo o mundo está trocado.
Trova III
A luz do teu apartamento
é como um velho farol
nas noites mais solitárias,
ou quando falta-me um sol...
Cor
Estava azul, esses nimbos,
pintaram na tempestade,
o blues que rege a tormenta
por motes de ansiedade.
Chuva
É tarde que de aguarela,
a chuva borrando a tinta,
desbota a vida e a parcela
d’outrora, memoria extinta.
D’outrora, memória extinta,
na chuva de fim de tarde,
momentos com seus lampejos,
passados de tempestade.
Lua
Os sonhos são feiticeiras
nas águas turvas da Lua
vem donde nasce o desejo
sem medo que lhe possua.
Sonho
E os sonhos são como guias,
o tolo na corte um rei,
é tudo que o rei queria
com tudo que já sonhei.
Efesto
A vida geme na forja
em golpes fortes e frios
e o rude ferro faísca,
faísca para o vazio...
O Rei
O rei no trono sentado
cercado pelos seus rostos
enxerga vago e distante
a falta de seus opostos..
A torre
Um velho e amargo garoto,
no ódio em asco e no medo
perda por pedra cresceu
na torre virou segredo.
Agonia
Pois todo silêncio emerge
de algum latente estouro.
Silêncio de desespero
na espera num matadouro.
Destempero
E os sonhos morrem na praia
e brilham como de espuma
são como falsas promessas
carcaças de coisa alguma.
Ingratidão
E o Sol! Que ri lá de cima,
é um cínico psicopata,
pois mata tudo que cria
e os queimando os desidrata.
Desespero
E a luz do qual me ilumina
só mostra a nossa desgraça.
É como um sádico artista
que de tudo acha graça.
Peter
Peter Pan, com meu passado
na Terra do Nunca vive,
em tempos descompassados,
memórias que nunca tive.
Alento
Não tenhas medo menina,
que o tempo rege a razão,
e a cada vulto que esvai,
seu mundo volta p'ro chão.
Coração
Coração barco a deriva,
vai nas ondas do desejo,
nas correntes de pessoas
nas tormentas que prevejo.
Trovas(já postadas aqui, mas as que eu achei as melhores)
Trova VII
Sangue reflete o vermelho.
Sobre o sentido da cor.
Como algum cínico espelho.
Como um recado da dor.
Trova I
Este sonho acaba agora,
nada certo, tudo está errado,
quando acordo nesta cama
todo o mundo está trocado.
Trova III
A luz do teu apartamento
é como um velho farol
nas noites mais solitárias,
ou quando falta-me um sol...
Cor
Estava azul, esses nimbos,
pintaram na tempestade,
o blues que rege a tormenta
por motes de ansiedade.
Chuva
É tarde que de aguarela,
a chuva borrando a tinta,
desbota a vida e a parcela
d’outrora, memoria extinta.
D’outrora, memória extinta,
na chuva de fim de tarde,
momentos com seus lampejos,
passados de tempestade.
Lua
Os sonhos são feiticeiras
nas águas turvas da Lua
vem donde nasce o desejo
sem medo que lhe possua.
Sonho
E os sonhos são como guias,
o tolo na corte um rei,
é tudo que o rei queria
com tudo que já sonhei.
Efesto
A vida geme na forja
em golpes fortes e frios
e o rude ferro faísca,
faísca para o vazio...
O Rei
O rei no trono sentado
cercado pelos seus rostos
enxerga vago e distante
a falta de seus opostos..
A torre
Um velho e amargo garoto,
no ódio em asco e no medo
perda por pedra cresceu
na torre virou segredo.
Agonia
Pois todo silêncio emerge
de algum latente estouro.
Silêncio de desespero
na espera num matadouro.
Destempero
E os sonhos morrem na praia
e brilham como de espuma
são como falsas promessas
carcaças de coisa alguma.
Ingratidão
E o Sol! Que ri lá de cima,
é um cínico psicopata,
pois mata tudo que cria
e os queimando os desidrata.
Desespero
E a luz do qual me ilumina
só mostra a nossa desgraça.
É como um sádico artista
que de tudo acha graça.
Peter
Peter Pan, com meu passado
na Terra do Nunca vive,
em tempos descompassados,
memórias que nunca tive.
Alento
Não tenhas medo menina,
que o tempo rege a razão,
e a cada vulto que esvai,
seu mundo volta p'ro chão.
Coração
Coração barco a deriva,
vai nas ondas do desejo,
nas correntes de pessoas
nas tormentas que prevejo.
Pessoas Felizes
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Pessoas Felizes
Felizes as pessoas, são todas felizes
janelas por brilhar nos prédios, que são vidas
distantes a luzir, são vidas refletidas,
são belas fantasias, são todas boas atrizes.
Mas neste mundo cinza imerso em pesticida,
as luzes por brilhar são todas meretrizes
perdidas se cortando escondem cicatrizes
fugindo do terror de serem percebidas.
É tudo propaganda entenda a brincadeira,
são proles ao cantar o fel mais hedonista,
sorriso de amarela estampa corriqueira.
As luzes a encantar são apenas... é só luz!
Que ainda vai apagar, sumir vai... Da vista!
Tal vidas que estão lá e no fim nada reluz .
poema antigo, da minha época que eu escrevia umas coisas beem tensas. muita coisa que agora eu joguei ou jogaria fora ou deixaria de lado. mas algumas coisas muito boas, como este poema, ao meu ver.
Pessoas Felizes
Felizes as pessoas, são todas felizes
janelas por brilhar nos prédios, que são vidas
distantes a luzir, são vidas refletidas,
são belas fantasias, são todas boas atrizes.
Mas neste mundo cinza imerso em pesticida,
as luzes por brilhar são todas meretrizes
perdidas se cortando escondem cicatrizes
fugindo do terror de serem percebidas.
É tudo propaganda entenda a brincadeira,
são proles ao cantar o fel mais hedonista,
sorriso de amarela estampa corriqueira.
As luzes a encantar são apenas... é só luz!
Que ainda vai apagar, sumir vai... Da vista!
Tal vidas que estão lá e no fim nada reluz .
poema antigo, da minha época que eu escrevia umas coisas beem tensas. muita coisa que agora eu joguei ou jogaria fora ou deixaria de lado. mas algumas coisas muito boas, como este poema, ao meu ver.
sábado, 16 de agosto de 2014
Catoblepas
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Catoblepas
Na estrada sinto seu cheiro
poeira cá do serrado
que abre o mar do sertão.
Lembrança deste estrangeiro
perdido pelo passado
olhando pelo portão.
Toda estrada leva para algum lugar,
entre as sebes a promessa do tesouro
dentre os dentes do Catoblepas,
sobra a dúvida,
em algum lugar o tesouro,
a promessa de saber.
Toda estrada me furta um destino
me chafurdando na terra.
A loucura de saber quem sou,
Catoblepas me mostrou o segredo
as pessoas que eu talvez seria.
A prisão porventura do “ou”
eu sou apenas aquilo que cedo,
eu sou resto do que poderia.
Toda estrada leva para algum lugar,
entre estes destinos, sentir-se à parte
frente aos olhos do Catoblepas,
a certeza,
a perda e a morte do que não fora,
a promessa de saber.
Toda escolha me furta um destino
me chafurdando na terra.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Curinga
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Curinga
A barca dos loucos desliza
entre mim
e os insensatos me abraçam
num cheiro de álcool
e amônia.
E a madeira sob meus pés
oculta meu reflexo.
Este nada entre antigos nomes,
antigos Eus de tantos nomes,
olhando para mim.
Sabem,
sabem rindo um riso cínico,
tudo que não vi
pelo olho humano.
sábado, 9 de agosto de 2014
Poema
Enquanto as velhas chamas dançam,
toda esta gente,
escalando os restos d'ancestrais,
embrulhando um grito de piedade
tentando submergir.
Os sóis apenas queimam
e o cosmo continua em seu jogo,
sem se vergar sobre trivialidades.
Nós cavamos a lógica
das regras,
tentando sob o peso
dos resquícios do Tártaro
saber, roendo a superfície,
se nós somos um erro,
por favor.
Não.
tentando sob o peso
dos resquícios do Tártaro
saber, roendo a superfície,
se nós somos um erro,
por favor.
Não.
Soneto
Soneto
Eu não existo entre esta gente
na certeza insana da rotina.
Entre estes rostos cá presentes
a memória mesma me fulmina.
Mas existo sempre indiferente,
sou nas ondas luz que ilumina
por um barco estranho penitente
luz incerta. Luz em breu inquilina.
Neste mundo tenro e tão
fecundo
sou coringa nesta brincadeira
no destino apenas vagabundo.
sou coringa nesta brincadeira
no destino apenas vagabundo.
Um pequeno vício das
fiandeiras
que tornou-se gente num
segundo
e depois voltou pra prateleira.
Julho ficou meio vazio... E ando meio enferrujado.
e depois voltou pra prateleira.
Julho ficou meio vazio... E ando meio enferrujado.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Imperador
Uma,
apenas uma vez na vida
controlarei a mim mesmo.
No momento certo
em desespero
na agonia
de meu momento vazio.
Controlarei a mim
e são,
ébrio como um corte de navalha,
seco como ferro quente,
sentarei sobre meu destino
em um trono rústico,
como quem em poucos movimentos diz,
não.
Poema de outra data, achei ele por ae... De que momento ele veio?
sábado, 17 de maio de 2014
Kate Bush - Among Angels - 50 Words For Snow - Chronicles of the Snow Gl...
Among Angels
Only you can do something about it.There's no-one there, my friend, any better.
I might know what you mean when you say you fall apart.
Aren't we all the same? in and out of doubt.
I can see angels standing around you.
They shimmer like mirrors in summer.
But you don't know it.
And they will carry you o'er the walls.
If you need us, just call.
Rest your weary world in their hands.
Lay your broken laugh at their feet.
I can see angels around you.
They shimmer like mirrors in summer.
There's someone who's loved you forever but you don't know it.
You might feel it and just not show it.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Tema e Variação
Tema e Variação
Um gesto impresso
em toque
impele
pele contra pele.
-||-
Um gesto tátil
expresso em toque impele
impressão
pele contra pele.
-||-
Um gesto expresso
em toque impele
imprensa
pele contra pele.
-||-
Um gesto
pele contra pele
momento tátil
brincadeira expressa.
-||-
Brincadeira expressa
em gesto e momento:
o faz-se desta peça
pele contra pele.
sábado, 19 de abril de 2014
Lua
Lua
Ah algumas perguntas
que ela não responde.
Mas o silêncio
responde por ela.
Este seco insensível
guarda.
Segredos de mundos
adversos
refletidos sobre minha
imagem
desenhada a giz de
cera,
aulas na quarta-série.
Só que ela abre
antigas portas
d'antes de entrarmos na
brincadeira
de nomear o mundo e as
coisas.
E corríamos nus, nós
dois, sem medo
do sentido oculto.
Mas ah algumas
perguntas que ela não responde,
e o desejo apenas
transparece
nostalgia, anelo
licantropo.
De volta ao colo
materno,
sufocar-se.
Latidos assustam, no
caminho
que os homens
abandonaram.
E quando nos
separávamos,
eu submergi
só.
Ler quando souber a hora.
Ler quando souber a hora.
No jardim as feras se libertam,
em máscaras feitas de mármore branco,
liberdade, pássaros na
gaiola
cantam luz na sombra e
na agonia.
Ela em cabelos de
cordas, serpentes,
redes de pesca e barcos naufragando. Pousa deitada nas pedras nuas nua em uma caverna.
redes de pesca e barcos naufragando. Pousa deitada nas pedras nuas nua em uma caverna.
É um âmago, um elo
com as mais anciãs verdades presentes no mundo dos homens.
Nos mais escuros
abismos dos oceanos sereias cantam os mares azuis e oceanos
cravejados por mim...
Era uma rainha
sedutora.
Ulisses, o que à na
lenda de Ulisses?
Verdade conciliadora em
grades de ferro bordadas (aquelas faróis, três irmãs e o segredo
amargo dos ciclos da lua e do inferno) de cadeados abrirão amargos
caminhos (segredos trancados frangalhos mutilados estraçalhados por
farpas de ferro) para a marcada verdade do início dos tempos
modernos, para a inércia dos tempos para os turbilhões do mar e da
tempestade. Há um erro nesse poema.
08/02/2011
08/02/2011
sexta-feira, 4 de abril de 2014
25 anos.
25 anos daqui a pouco e ainda continuo perdendo moedas no forro do meu casaco. Um dia vou descobrir como elas vão parar lá. Tenho este casaco verde dês de algum lugar entre os 17 anos. E quando este se tornou inutilizável resolvi guardá-lo como relíquia. Quem sabe, trazê-lo de volta a vida este inverno, brincar um pouco com meu antigo eu.
Abro o armário, tiro
ele e dou uma olhada, pude notar além além de uns ovinhos de barata
aquela marca de batom que nunca saiu. Me lembro do perfume, Humor e
do humor instável da dona, toda aquela instabilidade que me envolvia
como um barco na borrasca e depois uma calmaria entre mordidas e
beijos de cera quente. Foram 3 anos tempestuosos, deliciosos ou não,
onde aprendi a manter minha calma, como uma âncora teimosa.
Mas voltando ao caso do
casaco, vasculhando em seus bolsos acho pequenos desenhos com caneta
nanquim, pequenos retalhos de mundo que um dia já projetei, fazendo
parte de uma estética que me agraciava uma certa aceitação,
entrando como alienígena numa nostalgia esquizofrênica sobre os
anos 80, numa projeção, como de quem viveu embrenhado nas
reminiscências artísticas que educaram as crianças nas décadas
seguintes, antes porém, de Tim Burton virar moda. São papeizinhos
com olhares em desalento. Poeminhas um tanto problemáticos de quem a
murros em ponta de faca procurava aceitar este mundo,
amadurecer.
Versos, sonetos e prosas que hoje olho com certo distanciamento, aquele imaturo pouco conseguia imaginar o que lhe esperava, mas eu e ele ainda temos certos tormentos em comum. Músicas e velhos temas que sempre lhe tocam, num fascínio pela vida sendo contido no frio na barriga.
Versos, sonetos e prosas que hoje olho com certo distanciamento, aquele imaturo pouco conseguia imaginar o que lhe esperava, mas eu e ele ainda temos certos tormentos em comum. Músicas e velhos temas que sempre lhe tocam, num fascínio pela vida sendo contido no frio na barriga.
Versos estranhos e
parecidos, um desejo e um sentir-se deslocado, uma falta de tino e um
ser sem noção impactado pelo deslumbramento da delicia de viver,
sentindo ela esvair-se entre os dedos que se desgastam e enferrujam.
Ah, o poema, o som e o sabor e o cheiro mas sobretudo a cor das
palavras, os tons azuis como o céu que os olhos procuram como último
símbolo vivo de liberdade! Azul de mar ou de céu, é sempre aquele
em que se pode partir.
Partir e o desejo de
ter um porto, criar raízes e voar, pairar entre os mundos que me
geraram, na dualidade de uma nostalgia ao passado inatingível e o
apego ao presente. Escutar Clube da Esquina, The Cure e Dead can
Dance.
Não tem nada mais
amargo que sentir o mundo se transformar e nada mais doce que
sentir esta mudança. Sentir-se vivo, a roda da fortuna gira,
brincamos com o destino e eu faço aniversário este domingo.
terça-feira, 11 de março de 2014
Vagamundos
Vagamundos
Sondas o mundo num ímpeto inocente,
como os primeiros perdidos ancestrais
(vagas primeiras de tempos irreais)
urges seu grito na fome permanente.
Tudo vislumbra desejos imortais
mar que se expande de forma inconsequente,
tem horizontes, por mais que se tente
tê-lo no abraço com braços colossais.
Sondas o mundo pois buscas ventura
vives no imenso co'a nômade sina
tudo porquê desejaste, porque quis.
Mas se um dia encontrares o que procura
terás seu mundo preso na rotina
sem movimento, sem asas, infeliz.
Marcel Angelo
Sondas o mundo num ímpeto inocente,
como os primeiros perdidos ancestrais
(vagas primeiras de tempos irreais)
urges seu grito na fome permanente.
Tudo vislumbra desejos imortais
mar que se expande de forma inconsequente,
tem horizontes, por mais que se tente
tê-lo no abraço com braços colossais.
Sondas o mundo pois buscas ventura
vives no imenso co'a nômade sina
tudo porquê desejaste, porque quis.
Mas se um dia encontrares o que procura
terás seu mundo preso na rotina
sem movimento, sem asas, infeliz.
Marcel Angelo
segunda-feira, 10 de março de 2014
Desolação
Desolação
Sacro mundo imerso em sal,
lágrimas de desencanto
secas almas desidratam,
seco sal inato em prantos.
Templo eterno desencanto
como traumas tramam torres
entre falsos sóis penumbram
mortos ermos refletores.
Brilha feito falso sol
beijo em si desolação
torna estas almas mortas
alimento, combustão.
Queima tudo com seu encanto
cozinhando vossos filhos,
rostos mudos observam
no fascínio pelo brilho.
Sacro mudo imerso em sal
Templo eterno em desencanto
brilhe feito falso
sol
queime tudo com seu encanto.
queime tudo com seu encanto.
domingo, 2 de março de 2014
Torre
A torre inercial
exerce em seu sentido
essência embevecida
promessas
novas memórias.
De uma nova outra vida
lucilando
vitrines de apartamento.
Por exemplo.
No medo imerso em águas
águas da rua
faróis emergem em rotinas
na solidão expecta.
E o sonho rege euforia
o augúrio de Fântaso sob a égide de Morfeu.
não é o meu melhor mas eu acho que gostei dele.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Trova
Glyn Smyth(autor da imagem)
Trova
Os sonhos são feiticeirasnas aguas turvas da Lua
vem donde nasce o desejo
sem medo que lhe possua.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Trovas
O rei no trono sentado
cercado pelos seus rostos
enxerga vago e distante
a falta de seus opostos..
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Trova
Trova
Um velho e amargo garoto,
no ódio em asco e no medo
perda por pedra cresceu
na torre virou segredo.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Frase “Não foi o leitor que abandonou a poesia. Foi o poeta que abandonou o leitor”
Por que não se lê poesia?
Não é à toa que foi na melhor MPB que os jovens continuaram procurando versos que não encontram na chamada poesia contemporânea.
por Fabrício Carpinejar
Há o julgamento informal de que poesia é perda de tempo. Tendo lançado até agora dois livros, não cheguei ao ponto de receber os pêsames, mas não falta muito para isso. Até porque o poeta é identificado como um defunto comercial e nunca será de bom tom dar as condolências ao próprio falecido. Mas, afinal, por que todo esse preconceito quando o assunto é poesia?
A resposta mais fácil estaria na baixíssima taxa de compra de livros no Brasil. O índice é de 0,8 livro não-didático por habitante/ano. Como ninguém leva um livro pela metade, não se chega a adquirir um volume inteiro, ficando longe de países como os Estados Unidos (sete livros por habitante/ano). Sobrariam para os versos as migalhas. O Prêmio Jabuti de Literatura, o mais importante do país, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, seria outra prova desse desinteresse. Nesse ano, apenas 63 livros foram inscritos na categoria poesia, 40 a menos dos 103 inscritos no ano passado. Nas livrarias, a seção de poesia dorme em algum canto obscuro, longe do alcance da visão dos leitores.
Todos esses dados seriam suficientes para indicar que o brasileiro não gosta de poesia. Será? O curioso é que boa parte das pessoas costuma iniciar-se na literatura por meio da poesia, seja em cartas, seja em cantadas extra-literárias para conquistar alguém. Mas o adolescente que se empenha em comover seu par é o mesmo que acha difícil a interpretação poética. Esse é o paradoxo: os poemas são considerados fáceis de fazer e complicados de ler. Como isso? Para muitos jovens, ainda vigora uma idéia romântica de criação. Poesia é pura inspiração, acessório para colocar em cabeçalhos de agenda. Faz parte do kit básico de sedução, ao lado das flores e do ursinho de pelúcia dado para a namorada.
Esse adolescente é o mesmo que tem horror à obrigatoriedade de ler os chamados poetas clássicos nas aulas de literatura – tudo para conseguir passar no vestibular. Aprende datas, o nome dos movimentos, mas não se inspira na leitura dos autores. O conjunto é resumido nos esquemas das escolas literárias e o texto em si termina relegado a um papel secundário. Toda trajetória de um escritor é abreviada a uma fria questão de vestibular. Sobretudo, o sujeito aprende que todos os bons poetas fazem parte do passado, culminando com a geração modernista de 1922 e uns poucos da primeira metade do século XX. Você já percebeu que não há praticamente nenhum poeta consagrado desde então, conhecido e lido como Drummond ou João Cabral?
Por que poesia virou mercadoria que todo mundo tem para vender mas ninguém quer comprar? Como foi que os leitores perderam o interesse pela poesia? Desconfio que a resposta esteja no fato de que os próprios poetas tenham perdido o interesse pelos leitores. A poesia como um exercício de linguagem, fria, escrita para agradar os professores de semiótica, torna-a cada vez mais distante do interesse dos leitores. Enquanto a poesia narrava uma história, era capaz de ser atraente, compreensível e proporcionar entretenimento, os poetas eram populares. E isso não era sinônimo de sentimentalismo barato, como o ato de despejar emoções no papel sem uma preocupação com a estrutura. O poeta era o equivalente a um músico, que tocava palavras como cordas de um violão.
Não é à toa que foi na melhor MPB que os jovens continuaram procurando versos que não encontram na chamada poesia contemporânea. Fora daí, ela passou a ser encarada de duas formas: a sentimentalista, à base de trocadilhos fracos, ou a acadêmica, difícil, culta, que atende a interesses universitários e não chega aos ouvidos da gente. Para sair desse impasse, talvez seja a hora de os poetas voltarem a contar histórias. É preciso fugir da armadilha que impõe que a boa poesia seja um exercício de linguagem e que qualquer poeta disposto a narrar a vida das pessoas seja etiquetado como menor. Não foi o público de poesia que desapareceu, como querem alguns teóricos da literatura. O que desapareceu foi a poesia em contato com a vida das pessoas. Talvez ela esteja adormecida, esperando que alguém traga de volta o simples prazer de ler um poema.
Fabrício Carpinejar é jornalista e poeta, autor de Terceira Sede e Um Terno de Pássaros ao Sul, ambos pela editora Escrituras.
Os artigos publicados nesta seção não traduzem necessariamente a opinião da Super.
Frase
“Não foi o leitor que abandonou a poesia. Foi o poeta que abandonou o leitor”Sobre poesia
Isso foi para um grupo de poesia no facebook. Palavreado e umas discussões que tavam tendo lá. Mas enfim isso expõe um pouco a minha visão sobre as discussões sobre o que se tem escrito ultimamente. Temos muita coisa boa mas temos enxurrada de coisas ruins, e uma idéia de poesia que na minha opinião é mais desconhecimento do que é poesia do que qualquer outra coisa.
Vamos lá, como ta todo mundo dando pitaco eu vou também dar o meu.
1 - Tudo bem escrever poesia e ela não ser boa. Tem de mostrar mesmo, se não tem pessoas que vão ler então na minha opinião não vale a pena escrever. Poesia é comunicação. Ninguém nasce escrevendo que nem um Cruz e Sousa ou um Leminski. Temos o direito de escrever poesias ruins se nos comprometermos em melhorar, aprender.
2 - Pra escrever poesia tem também de ler poesia, e não existe uma estética ruim ou estilo ruim, o que existe são poemas e poesias sem algo mais, sem originalidade. Podes ser o campeão dos trocadilhos ou das rimas mas isso não te faz um poeta.
3 - Todo poema tem o dever e o prazer de ser criticado. Não é algo sublime e subjetivo que o torna intocável, bem pelo contrário, e as criticas tem o dever de serem construtivas, apresentar os lados bons e os aspectos ruins.
4 - Qualquer coisa não é arte, se fosse assim então anularíamos os estudo, a prática e a inspiração.
5 - Eu não vejo diferença de valor entre um poema concreto e um poema de cordel, cada qual é bom em sua maneira.
6 - Apenas causar asco ou choque qualquer um faz, mas comunicar apenas isso além de batido é um tanto quanto de mal gosto. Se não feito de forma adequada parece apenas uma pessoa preguiçosa querendo seguir um caminho fácil. Tanto o grotesco quanto o agradável possuem valor, e o que vai definir é como se trabalhar com eles.
7 - Grande parte das poesias aqui parecem gente chutando cachorro morto. Tentam ser marginais mas não são muito diferentes de um "punk" que vive no bob's. Não quebram nada, não questionam nada e não falam nada além do óbvio.
8 - Antes de escrever temos de ler poesia, outras autores, conhecer sobre. Da marginal até a parnasiana, sem juízo de valor, quanto mais diversidade melhor.
9 - Antes de definirem o que é poesia, para não cair num senso comum que não é nada mais do que encher linguiça, vale a pena ler o que já fora escrito sobre poesia. O que é poesia, de Fernando Paixão é um bom começo, mas vale a pena considerar também a poesia popular, repentistas, cordel, etc.
10 - Falar e falar e não dizer nada, se colocar ou ficar escrevendo sobre escrever poesia éo que mais tem. Tá saturado, tem gente que escreve só sobre isso, poemas assim tão que nem zumbi no facebook, no gargalo.
Tem uma carta do Alexei Bueno que apesar de meio exagerada é uma critica muito interessante, e do carpinejar também. Um segundo.
http://super.abril.com.br/cultura/nao-se-le-poesia-442564.shtml <- br="" l="" n="" o="" poesia="" por="" que="" se="">
http://observatoriodacritica.com.br/polemicas/1998-polemica-do-poeta-alexei-bueno/carta-aberta-aos-poetas-brasileiros-do-poeta-alexei-bueno-no-listas-de-poesia-versao-expandida/ Carta aberta aos poetas brasileiros do Alexei Bueno->
Desmoronando Pasárgada - Raescla Oliveira
link da imagem
Desmoronando Pasárgada - Raescla Oliveira
Desmoronando a Pasárgada
do pernambucano Bandeira
desmoronando os muros
da ilusão de Bandeira
ou de qualquer poeta, qualquer homem
que ainda não despertou do devaneio
do “Campo dos Persas”
não há rei!
Não há cama!
Nem há mulher alguma
Que queira deitar contigo
Mata-te, pois não há Pasárgada
Mata-te, pois aqui não é Pasárgada
Desconstrói esse sonho machista
Anda, quebra as paredes de Pasárgada
e mata-te, pois aqui não há recanto para os teus sonhos
não há banho de mar e nem bicicleta
As prostitutas não querem te namorar
Se são bonitas como dizes, que te importa
Porquê ainda permanece a sonhar?
Não há cama!
Não há rei!
Mata-te, pois Pasárgada não nasceu
Morreu nos teus sonhos e dos poetas
Dos falsos poetas jamais conhecedores das mulheres, mas
que estão sempre a descrevê-las
e continuam a esperá-las em camas e em reinos
como o de Pasárgada
Sempre na descrição desses homens
Foram as amantes, as esposas ou as prostitutas bonitas
Morram todos, pois aqui não é Pasárgada
Morram no desabamento da Pasárgada dos seus sonhos
Contracepção e aborto
Zaratustra, os persas, a religião
Proibição
Contraditória Pasárgada, morre nos teus sonhos bobos
Morram todos, pois aqui não é Pasárgada
Morram no desabamento da Pasárgada dos seus sonhos.
Raescla Oliveira
Desmoronando Pasárgada - Raescla Oliveira
Desmoronando a Pasárgada
do pernambucano Bandeira
desmoronando os muros
da ilusão de Bandeira
ou de qualquer poeta, qualquer homem
que ainda não despertou do devaneio
do “Campo dos Persas”
não há rei!
Não há cama!
Nem há mulher alguma
Que queira deitar contigo
Mata-te, pois não há Pasárgada
Mata-te, pois aqui não é Pasárgada
Desconstrói esse sonho machista
Anda, quebra as paredes de Pasárgada
e mata-te, pois aqui não há recanto para os teus sonhos
não há banho de mar e nem bicicleta
As prostitutas não querem te namorar
Se são bonitas como dizes, que te importa
Porquê ainda permanece a sonhar?
Não há cama!
Não há rei!
Mata-te, pois Pasárgada não nasceu
Morreu nos teus sonhos e dos poetas
Dos falsos poetas jamais conhecedores das mulheres, mas
que estão sempre a descrevê-las
e continuam a esperá-las em camas e em reinos
como o de Pasárgada
Sempre na descrição desses homens
Foram as amantes, as esposas ou as prostitutas bonitas
Morram todos, pois aqui não é Pasárgada
Morram no desabamento da Pasárgada dos seus sonhos
Contracepção e aborto
Zaratustra, os persas, a religião
Proibição
Contraditória Pasárgada, morre nos teus sonhos bobos
Morram todos, pois aqui não é Pasárgada
Morram no desabamento da Pasárgada dos seus sonhos.
Raescla Oliveira
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Jardim
Jardim
Meu jardim tem flores de âmbar,
de demência e dor e desejo
um perfume em flor que revolta
em acordes, sol preso em pejo.
Meu jardim tem dores em flor
nos horríveis tons de ventura
onde o fel se opõe no seu quarto
no frescor após a tortura.
Meu jardim tem flores.
Meu jardim tem flores e frutos.
Meu jardim tem flores e frutos e fome.
Nele reina um perfume de açúcar
onde as moscas morrem se presas,
como um mundo em tenras promessas
onde a dor não tem natureza.
Meu jardim com grandes pilares
que se erguem pelo sobejo
num marmóreo sujo de sangue.
Um jardim de gozos lunares
onde o sonho em seu cortejo
reina em flor e em cor enxangue.
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