sábado, 27 de novembro de 2010

Tráfego



Tráfego

Nessa ferrovia, não via meu destino passar,
e nem percebia ou sabia que as pessoas caminhando
não vão mais voltar pra cá,
vão pra lá, jamais voltar...

Esses passageiros tão passageiros na rua
passando na vida minha a esquecida na lua,
distante a sonhar o sólido,
tão sólido mundo ilógico...

Eles não percebem, e nem mais querem saber,
que eles nos caminhos se vão sozinhos morrer,
nas suas solidões tão ternas,
nas suas vastidões internas...

Nessa ferrovia perdia meus desenhos de infância,
e nem percebia nem via que o passado em sua estância
se perdia no limiar,
da razão de meu sonhar

Eles não percebem, nem reconhecem o real,
vivem se importando e vão procurando o normal
modo normal de viver
e assim desaparecer...

Nessa ferrovia perdia meus brinquedos, memórias
que bem me prendia nos dias d’esquecidas histórias
que não se tem mais, passado
que não volta mais de fato...

Eles só passavam e nem ligavam pra isso,
querem os seus mundos sem nenhum desperdício,
e nem nunca percebeu-se,
que a infância, perdeu-se...
Só isso...


Poesia antiga...
Sem tempo nem para respirar...

2 comentários:

  1. Realmente a VIDA é uma ferrovia, onde lembranças vem, momentos vão e no final tudo acaba parando numa mesma estação.
    Muito linda.

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