sábado, 2 de maio de 2009

Marinheiros


Um oceano de longas memórias
de nostalgias, de letárgicos dias
vai se formando nos barcos de antanho
que já partiram em gram travessia...

Vão numa barca de loucos varridos
com capitães mutilados pedaços,
por continentes perdidos e frios,
num purgatório caminham descalços.

Sonham segredos de amores selados,
sonham suas casas e quartos no além
das velhas terras por longos caminhos,
de seus passados vazios, sem ninguém.

Barcos que andando no azul do infinito,
vão se perdendo no Tempo e Destino,
são degredados do mundo, suas vidas
viram relíquias de um ar trans-marino.

Não vão voltar, as suas sinas é o vasto,
mar de afogados, no abismo se encontram,
loucos comuns, seus destinos perdidos
são de fantasmas tão vivos que sonham.

E se talvez, bem consigam voltar
para suas terras queridas de antanho...
Lá são estrangeiros de mundo transato,
findam p'ro Hoje só como uns estranhos.

Um comentário:

  1. E aí estás entre as ondas, entre os versos seus!!!
    grande poesia, grande poeta!!!
    um saudável perfeccionismo... muito embora tenhas este ar de jovialidade, ainda tens a maturidade poética, admirável!

    Davi

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