sábado, 2 de maio de 2009

Enxame


"Mas as floras nascidas sobre o asfalto
Dessas ruas, no pó e entre o bulício,
Sem ar, sem luz, sem um sorrir do alto,

Quem têm elas, que assim nos endoidecem,
Têm o que mais as almas apetecem...
Têm o aroma irritante e acre do vício!"
Antero de Quental

Enxame

Nas tempestades as bruxas altivagas
rasgam o céu vão nas nuvens legionárias
elas são aves de breu e de perdição
fatais delícias do inferno missionárias.

Nas tempestades devastam gerações
vão derrubando famílias aos abismos.
Moças, meninas de inveja e de apatia,
rosas de asfalto de podre mecanismo.

Nas tempestades, rasantes pelos nimbos,
vão se espalhando por entre multidões,
formas de vícios, num trago um dissabor,
degenerando emoções em ilusões.

Nas tempestades, nas noites tais criaturas
vão se espalhando num vírus formidável,
elas são tantas, são filhas infelizes
de nossos frutos, óh "mundo admirável".
oh "Admirável Mundo Novo".

Um comentário:

  1. Bravo!!!!
    Adorei a poesia, a citação ao Antero...
    sem palavras!

    Tem um selo pra vc no meu blog
    vê lá!

    Té mais!

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