quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ancestro

link da imagem

(outro poema reescrito)
Ancestro

Ela é tão distante
nada
e nada lhe tem sentido,
 no vazio é só sua vontade
e só sua vontade
sobre o Breu fértil
que a gerou.

Em sua imagem e efigie
 os seus olhos,
(um sinal de seus olhos)
 o elo com o Feto
 e a placenta.
Que se consomem.

Ela se chamou Origem uma vez
tão distante,
que o sentido é outro
outras as suas leis.
E sua fome,
sua libido,
sua sede,
seu desejo..
Ecoam como um  lamento.
Por entre nosso mundo,
em outa frequência.
Um choro num cárcere,
nada
e nada lhe tem sentido.

Poema



Reescrevendo poemas antigos.

Poema

Essas coisas, essas coisas
todas quase tolas
 são tênues entre,
entre tudo
 tantas baboseiras
 como, tal agulhas
fincadas
 em cada nervo
 e em cada junta...

No centro, no picadeiro.
Olhares escurecidos,
estavam todos comidos
no asco mais verdadeiro.

E o medo mais sublime
horror mais insondável,
as cracas me rasgando
na borda da piscina.

A pele desprendendo,
me deixa nú, na carne
exposta em sala de aula
com todos os meus brinquedos...

No centro do círculo,
essas coisas, tantas coisas
exposto o ridículo,
eram coisas, eram coisas bobas...

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

POEMA



 The Seducer - 1953 --  rené magritte

Achei esse poema em uns arquivos antigos. Depois descubro que ele é na verdade versos de vários outros poemas meus. Em uma ordem que esqueci. Mas o efeito ficou beem estranho.





POEMA

Outros mundos nas esquinas me esperam.

Outras vidas nos faróis me esperam:
mundos ermos e de sóis letargos
brilham fracos nos lençóis da noite,
olhos frios de corações lacrados
na fumaça de um cigarro,
vendo barcos se partirem
como planos naufragados
na ferrugem sucumbirem.

Outras vidas nos faróis me esperam:
como aquelas no jardim de infância,
velhos sonhos que de mim fugiram
vezes voltam já no fim, fragrância
que perpassa num instante,
 velho vento vagabundo
me trazendo aquela estância...
Lá de tempo tão fecundo.

Outras vidas nos faróis me esperam:
Vou-me embora navegar no asfalto,
mares cinzas de concreto armado,
como um lobo na matilha errada
repreender-me no que fiz de errado.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Ossos Retorcidos





Ossos retorcidos,
num fractal como um broto,
de uma semente infeliz.
Como uma muda esquecida
entre pedregulhos em um planeta vazio.

Cresce confrontando os astros,
formas perfeitas. É, em gênese
dor consciente e ciente de si.

Entre esferas perfeitas o grotesco acode
 o coro das almas, seus anseios
a aceitação de um vaso quebrado.
A necessidade de encaixe em um mosaico de cacos de vidro.

O grotesco acode os anseios das almas,
distante das esferas, do inquebrantável
silêncio do eterno.
O grotesco, ossos retorcidos
cresce na súplica do desespero
como uma prece, uma chance
de Caos acordar o Éros.

Acho que estou voltando a escrever, eu  fiz um soneto no  ônibus esse dia, mas esqueci de salvar ele...