segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Tempo Perdido
Tempo Perdido
Quando tudo está perdido
vendo a gente virar pó...
Estátuas de sal na praia
história sem fim de nós.
A gente tem de estar só.
Sentado no meio desta peça
enquanto apontam pra mim
fuzis, na minha cabeça.
O tempo morre comigo
de mãos dadas. Caminhando
os outros são tão legais.
Ninguém está se matando.
O tempo pula comigo
de mãos dadas. Do penhasco
as fadas estão me olhando,
meus atos causam lhe asco.
E as fadas, seres assim
Não sei se existem ou não.
nem sei se odeiam a mim,
Se sou louco com razão...
O tempo morre comigo
de mãos dadas, sonhando
Com tudo que sinto falta . ..
E é o que está me matando.
Sonhando aquilo que falta
quando tudo está vencido.
E a gente acorda chorando
ciente do tempo perdido.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Ancestro
link da imagem
(outro poema reescrito)
Ancestro
Ela é tão distante
nada
e nada lhe tem sentido,
no vazio é só sua vontade
e só sua vontade
sobre o Breu fértil
que a gerou.
Em sua imagem e efigie
os seus olhos,
(um sinal de seus olhos)
o elo com o Feto
e a placenta.
Que se consomem.
Ela se chamou Origem uma vez
tão distante,
que o sentido é outro
outras as suas leis.
E sua fome,
sua libido,
sua sede,
seu desejo..
Ecoam como um lamento.
Por entre nosso mundo,
em outa frequência.
Um choro num cárcere,
nada
e nada lhe tem sentido.
(outro poema reescrito)
Ancestro
Ela é tão distante
nada
e nada lhe tem sentido,
no vazio é só sua vontade
e só sua vontade
sobre o Breu fértil
que a gerou.
Em sua imagem e efigie
os seus olhos,
(um sinal de seus olhos)
o elo com o Feto
e a placenta.
Que se consomem.
Ela se chamou Origem uma vez
tão distante,
que o sentido é outro
outras as suas leis.
E sua fome,
sua libido,
sua sede,
seu desejo..
Ecoam como um lamento.
Por entre nosso mundo,
em outa frequência.
Um choro num cárcere,
nada
e nada lhe tem sentido.
Poema
Reescrevendo poemas antigos.
Poema
Essas coisas, essas coisas
todas quase tolas
são tênues entre,
entre tudo
tantas baboseiras
como, tal agulhas
fincadas
em cada nervo
e em cada junta...
No centro, no picadeiro.
Olhares escurecidos,
estavam todos comidos
no asco mais verdadeiro.
E o medo mais sublime
horror mais insondável,
as cracas me rasgando
na borda da piscina.
A pele desprendendo,
me deixa nú, na carne
exposta em sala de aula
com todos os meus brinquedos...
No centro do círculo,
essas coisas, tantas coisas
exposto o ridículo,
eram coisas, eram coisas bobas...
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
POEMA
The Seducer - 1953 -- rené magritte
Achei esse poema em uns arquivos antigos. Depois descubro que ele é na verdade versos de vários outros poemas meus. Em uma ordem que esqueci. Mas o efeito ficou beem estranho.
POEMA
Outros mundos nas esquinas me esperam.
Outras vidas nos faróis me esperam:
mundos ermos e de sóis letargos
brilham fracos nos lençóis da noite,
POEMA
Outros mundos nas esquinas me esperam.
Outras vidas nos faróis me esperam:
mundos ermos e de sóis letargos
brilham fracos nos lençóis da noite,
olhos frios de corações lacrados
na fumaça de um cigarro,
vendo barcos se partirem
como planos naufragados
como planos naufragados
na ferrugem sucumbirem.
Outras vidas nos faróis me esperam:
como aquelas no jardim de infância,
como aquelas no jardim de infância,
velhos sonhos que de mim fugiram
vezes voltam já no fim, fragrância
que perpassa num instante,
velho vento vagabundo
me trazendo aquela estância...
velho vento vagabundo
me trazendo aquela estância...
Lá de tempo tão fecundo.
Outras vidas nos faróis me esperam:
Vou-me embora navegar no asfalto,
mares cinzas de concreto armado,
como um lobo na matilha errada
como um lobo na matilha errada
repreender-me no que fiz de errado.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Ossos Retorcidos
Ossos retorcidos,
num fractal como um broto,
de uma semente infeliz.
Como uma muda esquecida
entre pedregulhos em um planeta vazio.
Cresce confrontando os astros,
formas perfeitas. É, em gênese
dor consciente e ciente de si.
Entre esferas perfeitas o grotesco acode
o coro das almas, seus anseios
a aceitação de um vaso quebrado.
A necessidade de encaixe em um mosaico de cacos de vidro.
O grotesco acode os anseios das almas,
distante das esferas, do inquebrantável
silêncio do eterno.
O grotesco, ossos retorcidos
cresce na súplica do desespero
como uma prece, uma chance
de Caos acordar o Éros.
Acho que estou voltando a escrever, eu fiz um soneto no ônibus esse dia, mas esqueci de salvar ele...
sexta-feira, 20 de maio de 2016
Buraco Negro
Predador
Pulsa
Onde o medo
Da alma encarnada
Geme a miséria
Prenhe frente
Ao seu holocausto
Um grande olho
Rege todo este manto
É um olho negro
E o tempo não lhe importa
A luz lhe é profana
Corriqueira
Como um fósforo.
A luz teme o breu absoluto
Faminto que a tudo vê e enxerga.
Necrófilo dos astros.
Sem motivo.
Indiferente, mecânico.
Segue sua função.
Inimigo e ameaça.
Um olho indiferente
Além dos demônios
E do Vazio
Proclama a sua ascensão
Pela existência morta.
O Mal
Demônios.
Querem purificar o mundo das coisas.
Tirando a pele e limpando os ossos.
Fazendo entalhes bonitos.
Enxergam tudo na lógica de um único olho formal.
Na mais pesada higiene.
Necrofilia clean de um consultório.
Purificado de nós de vós de tu e eles.
No suprassumo de um Eu supremo. O mais moral.
Onde as estrelas estão apagadas.
E grandes buracos negros
Sofrem em fome perfeitos.
Onde o perfeito não muda.
Onde a carne queimou para virar cinzas.
E cinzas são imortais. Reduzidas ao sumo do sumo.
Perfeito, asceptico e incorruptível.
A ordem e o silêncio.
Como a mente do Distorcido dos distorcidos.
Fiel. Santo e superior. Único.
domingo, 17 de abril de 2016
Desconcerto - Revisado
Retrabalhei em desconcerto. Refazendo algumas partes. Revisando pro livro...
Desconcerto
O palhaço está triste
e não existe na cena
nenhum estardalhaço.
O final não consiste
no que valha-me a pena
se esta tudo aos pedaços.
E jogaram no palco
no talco toda nua
nossa musa queimaram.
Uma estátua tão viva
tão passiva no inferno
tão confusa deixaram.
tão passiva no inferno
tão confusa deixaram.
Com todo o meu rancor
no terror da empatia
ascender à
fogueira.
Pois queira ou não me queira,
é mentira eu
queria...
me despir do pudor.
Em vestir-me em pavor
de sentir-me sem chão
de esquecer o meu nome.
A plateia me
consome,
sob sangue e no fleuma
invocando as algemas.
sob sangue e no fleuma
invocando as algemas.
E sentir dispneia
no silêncio a agonia,
de me expor, me açoitar.
E matar a plateia
no silêncio a agonia,
de me expor, me açoitar.
E matar a plateia
numa ideia de alforria
de querer me aceitar.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Prece
Prece
Eu não quero morrer, por favor, não
ser feliz não me fora algum presente
e se estive contente infelizmente
nisso não bastará a recordação.
O passado borbulha penitente,
num fervente derrame a frustração,
qualquer erro demonstra-me a intenção
de findar-me um eterno incompetente.
Eu não quero perder, por favor, não
eu não quero perder-me sem razão
na loucura dos outros e suas chagas.
Eu não quero morrer e nem perder-me
sem histórias inscritas na epiderme
sem livrar-me do medo e de suas pragas!
Assinar:
Postagens (Atom)