domingo, 28 de abril de 2013

Aspiração

Infância perdida n’outra cidade,
menino de rua lá n’outras verdades
de vidas que foram pra ser e nem são.
As vidas possíveis, que nunca virão.

Meu mundo distante n’outras paisagens,
que nunca terei ou verei seus endereços
dos outros de mim em outras roupagens,
os outros de mim que tanto careço.

E findo meu mundo enfim em Desterro,
sem porto nem barco que leve pro Lar
que nem mais existe, uns outros ‘stão lá,
é casa de outros de um mundo terreno.

Um mundo perdido n’outra cidade,
de estranhos rumos e outras verdades
de histórias, destinos de rumos que são
perdidos pra sempre e sei, nunca virão.

E o anelo de ver as outras paisagens
e as vidas de velhos vãos endereços,
os rostos largados, novas roupagens
de rumos que tanto quero e careço.

Mas vejo meu mundo cá no Desterro,
mas inda pergunto-me por meu Lar,
a terra da eterna distancia está lá
tão longe num mar não mais terreno.


Não sei de quando é, mas é provavelmente antigo... Um poema esquecido.

Tempos de faculdades, provas...
Até que escrevi um soneto, mas não ficou bom....

2 comentários:

  1. exatamente um ano atrás eu leria esse poema e diria que ele traduz cada parte de meu sentimento. muito bom. verdadeiros poetas tem esse dom de nos transportar ao passado, a algum lugar perdido em nosso album de fotografias.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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  2. o tempo tem passado, é certo...
    um belo poema o teu. já há tempos você tem total domínio das palavras.
    ótimos versos

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