sábado, 21 de abril de 2012

Soneto

 Soneto

Ela tinha um trejeito amarelo,
era ela aquarela em seu gesto:
lembra a tarde um domingo singelo,
tenta o mundo n’azul manifesto.

Mostra ao tudo que o tudo é resto,
dentro disso meu jeito chinelo
(todo cinza dos cinzas que empesto,
teme as cores tão quentes que anelo.

Ela beija num tom caramelo,
feito folhas antigas d’outono
num amor que viaja sem  dono.

Ela torna o real tão, tão belo
toda grunge em si como se fosse
ser mais doce que a batata doce.

Um comentário:

  1. Beleza de soneto, surpreendendo sempre!
    Parece daquele tipo de poema que surge e se encaixa suavemente na lacuna do nosso dia.
    gostei, flui muito bem!!

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