segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim de Tarde e Resistência



Torpor de fim de tarde
é mar de estradas vagas
e a perda e o eterno alarde...
Torpor do fim, na tarde
que tanto e tanto arde
no olhar de quem me apaga,
torpor de pó das Tardes
num mar de estradas vagas.



Resistência

Eu escrevo um Soneto ultrapassado,
n’um tempo perdido do presente
querendo envolver-me de repente
em todos os dias abandonados.

Em rimas ruins e comoventes
eu escrevo um soneto amarrotado
na Fome de tudo e do Passado,
prendendo a torrente d’entre os dentes.

Montando meu Forte em metro e rima,
enfrento a ferrugem e o bolor
que o tempo me guarda com seu cerco.

Suas tropas são vagas assassinas
com mares e mares de um pavor
n’um mar de relógios... E me perco.

Um comentário:

  1. adoro sonetos. os seus são muito bons e profundos.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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