segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vinte Anos

Momento sentimental...

Vinte Anos

São vinte anos de sonhos, desejos,
são vinte anos de histórias perdidas,
são vinte anos de memórias difusas
se confundindo num mar diluídas.

São vinte anos de espera, futuro
de vinte anos passados num sopro,
retratos vagos, momentos de vento
perdidos todos na mente em um logro.

Meus vinte anos de ouro um tesouro
no abismo afunda em lugares longínquos
em vales velhos, profundos, letargos...
Memórias d'ouro em neblinas sumindo...

Meus vinte anos passados tão cedo,
são vinte mundos deixados de lado
são vinte vidas voltadas pra dentro
de minha mente, meu mundo selado.

Meu monastério em mil teias de mistérios
caminhos negros, perdidos, varridos
para destinos não lidos, não vistos.
Para caminhos jamais percorridos.

Meus vinte anos queridos, meu mundo
és minha jóia meu tempo e meu livro,
e como areia escorrendo em meus dedos
vou te perdendo esquecendo se vivo.

E vivo e quero viver meu futuro,
meu vasto campo de estrelas e fógos
e nessa vida sofrida sou vivo
e nessa vida querida me afogo!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Selvagem

O Selvagem

Numa praia fictícia
feita em sonhos e memórias
se vê cenas impossíveis
de felizes, de ilusórias
noites belas já perdidas
co’a menina d’outra história.

D’uma história acinzentada
pelas bocas da verdade
desse mundo que balança
para o mal e pra a bondade
e que a luva do destino
lhe roubou a felicidade.

E um medroso de garoto
dos mais tímidos bufões
um palhaço enamorado
pela bela das menções
no fim nada, no fim nada!
Só restou umas canções.

Pra garota, tal menina
do qual cursa ensino médio
e tem vida bem saudável,
e o garoto imerso em tédio
com sua vida tão enfadonha,
só via nela seu remédio.

E a menina se diverte
em suas redes, as sociais
em seu mundo tão distante
com as tais vidas, tão normais
que confunde o tal garoto
de viver noutros jornais.

O garoto com seu mundo,
tem seus livros e teorias
sem pessoas e personagens
só as estantes e a poesia
que só sabe viver sonhos
e sonhar com utopias...

E a menina com garotos,
tem amigos, tem amigas
tem cinemas e tem shows
com as noites e com vida
tendo os cortes, e os afagos
dias felizes, e feridas.

E o garoto, como sempre
bem distante solitário
ele apenas desejava,
tela perto, gram otário
este mundo não habitava
taciturno um solitário.

Amizades cultivou,
e em tal mundo conheceu
tantos outros, tantas chagas
ele tanto as aprendeu
com as noites e com vida
nessas terras se prendeu.

E a tal dama, conquistou
e em semanas foi feliz,
mas a mesma se afastou
em costume que condiz
de listinhas, de vitórias.
De verdade tão infeliz...

E o grande, gran bufão
para tudo, é um estranho
tem seu reino em seus escritos
não é nesse gram rebanho
mas porém, ele não aceita
ser um sóbrio em tal tamanho.

Mas sua mente inda é a mesma,
de seus tempos, tão recluso
fora menino selvagem
nesse mundo é um intruso.
De incertezas, sempre a parte
e com sigo? Tão confuso...

Hoje vive n’outras terras,
ralas redes, as sociais
sendo parte de matilhas
mas sua origem, seus quintais
sempre fora a solidão
nunca as vidas naturais.

Ele quando fecha os olhos
volta aos reinos, seu reinado
os seus mundos, a sua praia
onde espera do seu lado
a menina de seus sonhos,
p'ro selvagem, p'ro isolado...


Perdoem a gramática...
Esse poema é antigo, digamos, obrigado pela indicação e tudo mais mas vai demorar um tempo para eu postar algo novo, esse poema é de 2007, digamos, meu computador pifou e não posso nem salvar para ler nem talvez postar novos escritos.. Então por um tempo vou postar umas velharias, talvez vocês gostem, e algumas coisas novas também.
Esse poema escrevi nuam tacada só, é uma mistura de vários acontecimentos na minha vida com um toque bem MARCANTE de fantasia...
Abraços.

Essse selvagem talvez se valha, vendo agora, em relação ao selvagem também do admirável mundo novo, apesar de que eu escrevi esse poema bem antes de ler o livro.

sábado, 2 de maio de 2009

Móbile




Móbile

O mundo me da medo, meus escapes,
são os sons dos meus poemas, meus segredos,
que guardo no silêncio que me abate,
que quardo nos desenhos em meus dedos.

Desenhos, tatuágens, cá nas mãos,
na folha e na carteira e na prisão,
nas grades, nas gaiolas, na visão
do rádio, no sofá e televisão...

Desenhos de desenhos desenhados,
riscados bem ao léu, mais para o céu,
manchando meus lençóis tão delicados,
tampando toda a luz fazendo um véu.

O mundo me da medo, meus desenhos,
meus móbiles girando são esqueletos
cobrindo meu planeta que contenho
no sólido concreto, mas prometo.

Que tudo passará n'algum momento,
que tudo passará nessa tormenta,
pois tudo que perdi, meu sentimento
vai tudo desenhar, pois não se inventa...

Acho que depois disso a proxima fase, que está por vir, vai ser mais digamos... Algo mais escuro está por vir, acredito eu...

Enxame


"Mas as floras nascidas sobre o asfalto
Dessas ruas, no pó e entre o bulício,
Sem ar, sem luz, sem um sorrir do alto,

Quem têm elas, que assim nos endoidecem,
Têm o que mais as almas apetecem...
Têm o aroma irritante e acre do vício!"
Antero de Quental

Enxame

Nas tempestades as bruxas altivagas
rasgam o céu vão nas nuvens legionárias
elas são aves de breu e de perdição
fatais delícias do inferno missionárias.

Nas tempestades devastam gerações
vão derrubando famílias aos abismos.
Moças, meninas de inveja e de apatia,
rosas de asfalto de podre mecanismo.

Nas tempestades, rasantes pelos nimbos,
vão se espalhando por entre multidões,
formas de vícios, num trago um dissabor,
degenerando emoções em ilusões.

Nas tempestades, nas noites tais criaturas
vão se espalhando num vírus formidável,
elas são tantas, são filhas infelizes
de nossos frutos, óh "mundo admirável".
oh "Admirável Mundo Novo".

Marinheiros


Um oceano de longas memórias
de nostalgias, de letárgicos dias
vai se formando nos barcos de antanho
que já partiram em gram travessia...

Vão numa barca de loucos varridos
com capitães mutilados pedaços,
por continentes perdidos e frios,
num purgatório caminham descalços.

Sonham segredos de amores selados,
sonham suas casas e quartos no além
das velhas terras por longos caminhos,
de seus passados vazios, sem ninguém.

Barcos que andando no azul do infinito,
vão se perdendo no Tempo e Destino,
são degredados do mundo, suas vidas
viram relíquias de um ar trans-marino.

Não vão voltar, as suas sinas é o vasto,
mar de afogados, no abismo se encontram,
loucos comuns, seus destinos perdidos
são de fantasmas tão vivos que sonham.

E se talvez, bem consigam voltar
para suas terras queridas de antanho...
Lá são estrangeiros de mundo transato,
findam p'ro Hoje só como uns estranhos.