domingo, 12 de maio de 2013

Implosão



Implosão


Escuta-se a turba a clamar dentre meus ouvidos, um zumbido adentro a queimar, que perturba a consciência. É m grito antigo, perene e prenhe de uma angustia eterna, interna, e enferma. Um grito expiatório, um zumbido de pressão, apitando ad eternum. É um estouro aflitivo, sangrando um sumo impulsivo, germinando contido pela matéria. Dentre a miséria do físico ser, um ser limitado, em ser um ser finito pressionado na constrição dos dentes. Numa ânsia explosiva, onde todo um turbilhão se afoga em si, tentando insurgir sobre si! Tentando expandir-se e virar-se pelo avesso! Sangrando pelos ouvidos, olhos, dedos, suor.. Queimando e dissolvido, ressurgindo, regurgitando a devorar-se. Num coro grave e gutural. Tantas almas, tantas vozes algozes que retorcem e gritam tantos nomes, tanta informação vinda de multidões internas e sufocadas. Presas em um corpo, a gritar desesperadas pressionadas pela rotina. Gritando um ruido de nomes e súplicas enquanto este corpo toma um café, só para aguentar o trabalho.

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