terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Poema Antigo


Poema Antigo

Um tempo todo de luz e janelas,
azul que esvai-se nas nuvens do quarto
que vejo enquanto me vejo deitado,
lençóis que esvaem- se e a memória esfarela.

Deveres todos por fim atrasados
pois certas coisas não morrem tão fácil,
pois cada traço que brilhe tão frágil
tem mil pilares d’Heróis encostados

E o vento todo de luz e janelas
são alvas aves que voltam pra casa,
do frio tempesto que a asa extravasa
são velhos restos de outras procelas.

E lembro d’olhos perdidos nos ares
olhando nuvens distantes do quarto,
gaivotas soltas num plácido e farto
um farto vôo que mescla-se aos mares.

No gosto todo de luz e janelas,
me lembro d’ almas de velas tamanhas,
destino este de grades estranhas,
com mil vitrines de luz paralela.

E vejo os barcos dos outros destinos,
que tive antes de tudo escolher
o ser distante que nunca vou ser
pois fiz escolhas já quando menino.

Um comentário:

  1. Existe um poema antigo?...

    gostei das rimas, Marcel. Sempre vou me identificar com o que você escreve, enquanto for assim totalmente.

    Abraço!

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