sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Reminiscência


Reminiscência

Para a minha irmã.

Ela mandou faz muito tempo uma carta em uma garrafa, essa carta era para alguém especial, certa pessoa que ela um dia iria conhecer. Ela pensou em todos os bons momentos em que passariam juntos, em todo um futuro que um dia a levantaria e beijaria sua boca.

Guando ela mandou a carta viajar pelo oceano, ela era ainda muito criança, mas no fundo de sua retina se podia perceber que a vida lhe seria longa. E ela sabia que a sua carta iria aparecer no momento certo e na hora certa, para uma única pessoa em meio a bilhões. Pois quando somos pequenos as verdades são mais claras e sabemos realmente como as coisas acontecem, mas são os adultos que espalham as suas mentiras, e a realidade se molda ao concreto de suas desilusões.

E a menina, que agora já é uma moça, trabalha em um supermercado de bairro, lá perto do Rio Tavares, e não se lembra mais de sua carta que se foi no mar a procura de seu verdadeiro amor. Pois para ela agora o universo é outro, com as suas teias sociais e suas obrigações fantasiosas, como por exemplo, ter de trabalhar nesse supermercado. No seu desenvolver a culpa para todos os seus sentimentos passou a ser de seus hormônios, que moldaram seu corpo e sua maneira de pensar, e é a partir dessa desculpa que ela errou tantas vezes no caminho.

Ela não sabe que a sua história é outra, como aqueles contos antigos e romances pitorescos. Ela não sabe que seu destino era para ser um personagem de um livro, daqueles açucarados próprios para meninas que á muito tempo não existem mais. E que se ela largar o seu emprego e resolver pensar mais no seu passado, talvez encontre a sua vida escondida em algum lugar à beira mar. Mas os tempos são outros, e o romance morreu faz muito tempo. Os adultos inventaram tantas desculpas para se distanciarem da realidade, que limitaram os seus mundos ao caixa de um supermercado, numa rotina de oito horas diárias e de escapes nas horas livres.

E o Sonho e a Fantasia se perderam faz muito tempo através de todas essas coisas luminosas e problemas corriqueiros. E como a vida dessa atendente de caixa de um mercado qualquer entre tantos outros caixas de supermercados, essas vidas dependem apenas de alguma coisa, perdida á muito e em algum lugar muito incerto, largado a revelia em algum canto da memória. Pois escolhemos realmente o nosso destino apenas uma vez na vida, lembrança que faz o mais velho dos homens pegar a sua jangada e partir para aquilo que sempre gostaram de lhe perguntar quando ele era pequeno, aquela velha pergunta: “O que você quer, ser quando crescer?”

Redação, foi na verdade um estudo, no cursinho do vestibular...
Logo, coisas mais novas...
Creio eu que talvez eu venha a conseguir um noteebok. Acho que é isso.
Eu sei, é meio brega, mas bem, posteriormente postarei coisas melhores.

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