quarta-feira, 1 de julho de 2009

Hino dos Perdidos

Escrevi esse poema quando eu estava em São Paulo, de um ímpeto, para uma valsa sinistra, que eu tenho na cabeça. Com um pouco da energia que tem São Paulo, das coisas antigas e desse aglomerado humano. Queque seja sobre ou que tenha ligação, apenas foi algo que me ajudou a escrever, como a tarde de chuva que ajuda a alguém a escrever sobre planetas. Não tem uma relação.
Bom espero que gostem, aliás esqueci de falar, esse poema é antigo e já foi postado antes no blog também antigo^^.
Bom proveito.
Abraços.

O Hino dos Perdidos

Dancemos as danças dos loucos
girando cirandas e aos poucos
cairemos na própria loucura
quebrando as cabeças, fraturas
que sempre estiveram presentes
fantasmas, flagelos dormentes.

Pisemos nas poças mais sujas
girando e o dançar sobrepuja
camisas de força dos homens
tão sérios, maduros que somem
na massa de peso no mundo,
seremos melhor, vagabundos.

Dancemos a própria desgraça
tampemos com grades, mordaças
correntes de riso, cantemos
matemos o siso e seremos
os lobos nos campos gelados
caçando na noite indomados.

Na dor choraremos tão pertos
na dor abraçados, cobertos
na força de unhas que entrando
na pele e da carne passando
rompendo pedaços de nós
sabendo que estamos tão sós.


No peso do mundo riremos
tentando tampar em um esmo
que tanto de corda nos dá
porém nem sabemos se há
motivo que causa os efeitos
de tantos tormentos no peito.

Que gritem e chorem e dancem,
se somos as vitimas danem-se!
As chagas os sóbrios nos dão
culpados de tudo que são
vaguemos perdidos em hordas
banidos, bonecos sem cordas.

Vaguemos: os quadros manchados,
meninos selvagens, e os ratos,
romances violados, senhores
de mundos sonhados, horrores
em traumas, uns tais esquecidos,
mendigos! Em suma os feridos.

Pois, culpa das chagas que temos,
deixando seqüelas profundas
é culpa dos "sóbrios", na imunda
maldade dos mesmos.

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