Um soneto é caixa de Pandora,
traz os monstros, liberta o infortúnio
numa forma pequena de interlúnio
que em horror e sublime se deflora.
Entre forma e disforme algum conluio
que a violência do ritmo se explora,
toca a dor disforme que devora
na demência em querer algum fortúnio.
É de todos os males o pior:
de gozar e compor na harmonia,
de cantar entre caos e temperança.
E na certa medida se compor,
intrincado desenho de poesia
num capricho teimoso de criança.
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