quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Fluxo de consciência 2


Alto se percebe o som dos pecados humanos, um grito eterno e imensurável de um gutural escuro. As repetições de frases em meio à ferrugem de barcos que abrem a por ta do inferno. As pedras dizem em um silêncio apático, rostos nas pedras fincados esmeram o firmamento esperando um regalo da superfície.
Escadas se erguem e tombam, colidem levantadas por mãos profanas, presas ao solo acinzentado. Tudo reina em um silêncio ruidoso, refletindo o  estouro antecipado  ao  infinito, a eterna espera e o riso insolente do desespero. O  riso insolente do desespero tem as portas  cerradas, o riso soterra passagens em seu cinismo.
Como um pesadelo, como aquele que devora os frutos da fome, a gula e o ímpeto e a ânsia eterna sob o pensar demais.

A nuvem que baixa é neblina, como o sonho, o inferno e o vale dos suicidas. O desejo da estrela e do firmamento é a  grade sobre a égide do riso de Cérbero: Esta afirmação sem alma, o arquétipo do policialesco, a coleira e a ordem.  

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