Ok, esta musica entra também no clima do blog...
domingo, 29 de setembro de 2013
Prólogo
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Prólogo
Quando eu era um moleque, tinha um futuro cinzelado e brilhava como as janelas do meu prédio.
Num azul fosfóreo e marinho. E entre o gelo do sul e as cordas do barco, colecionava amores em minhas cicatrizes
e morreria ébrio no frio de uma navalha.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Paisagem
Paisagem
Vejo monges nas estradas
estão no tempo ancorados,
postes que estranham o tráfego
presos... nas margens curvados.
Vejo, tempos ancorados
presos pelas paredes,
gárgulas nestas janelas
rostos de inveja em sede.
Vejo meus velhos amigos,
em cada quarto são anelos
sob medos e memórias
sob traumas, pesadelos.
Vejo sonhos afogados
pelo asfalto e pelo afeto
retorcido e deformado
pelo gesto do concreto.
Vejo monges nas estradas
estão no tempo ancorados,
postes que estranham o tráfego
presos... nas margens curvados.
Vejo, tempos ancorados
presos pelas paredes,
gárgulas nestas janelas
rostos de inveja em sede.
Vejo meus velhos amigos,
em cada quarto são anelos
sob medos e memórias
sob traumas, pesadelos.
Vejo sonhos afogados
pelo asfalto e pelo afeto
retorcido e deformado
pelo gesto do concreto.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Trovas
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Eu tenho todos os medos.
Qualquer trauma neste mundo.
E vejo com olhos turvos,
abismos dos meus segredos.
....
É neste mundo nascendo
que o cosmo pulsa desejo.
e tudo versa um sentido
de lábios presos num beijo...
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Ansiedade
Ansiedade
Na janela largada aos humores do vento,
como as bandeiras d'alto dos morros
as cortinas
dançam presas em teu quarto
tal meninas
avoadas e com todo o rubor da natureza.
Presas, sofrendo
querendo voar
cobririam todas as promessas do Horizonte,
externo e terno e extenso e eterno co'os braços todos estendidos!
Querem elas a liberdade de se entregarem aos seus destinos,
filhotes de Nimbus
esperando seu bando
lembrar-se delas e numa tempestade
cobrindo a paisagem vir.
Elas sabem que o vento lhes ensinará a voar,
às duas.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Trovas (Céu, Durma, Conto)
Céu
Em um céu cinza a rotina
cinze o mundo em seu silêncio,
nada finda na surdina,
tudo foge de um consenso.
Eu vejo o mundo em céu aberto,
num gosto leve de alforria,
é ter um futuro descoberto
é ser vivo por porfia.
Conto:
Eu quero o conto perdido,
no silêncio na rotina,
um tema solto e iludido
na vergonha que confina.
Durma:
Durma, pois o mundo afora
vem dum sonho d'outra gente
logo tem a nossa hora,
de ser mundos diferentes.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Ela
Ela dissolvia um halls preto na boca cheia de vódka e tinha um cão chamado Salazar.
Tinha um nome conhecido e um nome que muitos já se esqueceram.
Nome que podiam chamá-la, nome que podiam faze-la sofrer.
Nome que paira sobre um ar de desconforto.
Mas já foi o gozo e a dor de muitos homens e tem um pequeno cemitério por de trás dos tonéis.
Ela os vê brilharem a noite mas ela sabe abrir qualquer animal.
E pode enfiar suas mãos em suas entranhas.
Sabe limpá-los. Torna-los puros e inofensivos.
Arranjar-lhes um lugar. Como já fez em muitos homens.
Lugar dela, um barraco no alto do morro que sabe concertar com qualquer coisa que encontrar.
Ela sabe que ali ninguém mais a incomoda.
Mas ela dá cigarro aos garotos. Mas enterrou aquele que seria um.
Ela já viu o inferno que é o paraíso dos homens.
Ele foi o primeiro de tantos.
Hoje ela tem tantos dentes na boca...
Ela cheira á óleo e ela tem cabeças de bonecas e ela tem uma cadeira de rodas no armário e ela sente pequenos insetos se remoendo entre os dedos, coçando, fazendo caminhos.
Se sente mãe de tantos.
Ela não tem idade mas tem um nome sempre sussurrado por um pequeno cemitério por trás do tonéis, com cabeças de bonecas. E ela poderia limpá-los assim como aquele que seria um, pois sabe abrir qualquer animal, mas ela os vê brilharem a noite.
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