domingo, 30 de outubro de 2011

Trovas




Essas trovas preguiçosas,
 teimam tanto em sair,
 rimas fracas, sem sentido,
servem nem pra distrair…

  Pois eu queria ter um rato,
nas estantes percorrendo
 os meus livros amarelos,
junto a mim os remoendo…


Peter Pan, com meu passado 
na Terra do Nunca vive,
 em tempos descompassados,
 memórias que nunca tive.

Marcel Angelo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Soneto


Soneto

Quatorze versos versam um soneto,
que escrevo e levo em conta meus motivos,
marés, meus sonhos, erros que cometo
perdido em sombras, mundos em que vivo...

De sons que pobres, dóceis, compassivos
co’a minha pena e tinta comprometo,
em rimas soltas, sons repetitivos
que marcam tons que em tempos  me remeto...

Me lembra aqueles móbiles de antanho,
imagens todas elas carregando
um mundo todo imerso em simbolismo.

Brilhando n’alto do céu em seu tamanho
parece vago aos tolos, as renegando
pois pouco podem ver-se em seu lirismo...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sombras - Trovas






 Sombras dormem nesta casa, 
todos dizem, são silentes 
estes quartos, seus retratos
 onde o choro não se entende. 


 Sombras dormem nesta praça,
 todos falam: São silentes
 cada sombra nesta ilha
 da colméia se depreende.

















link da imagem
tema antigo, treinando  esse tipo, o mais difícil é ter um bom achado, a ideia da trova, justamente aquela que faz a trova um poema, algo do qual vale a pena ser lido... 




domingo, 16 de outubro de 2011

Naufragos




Naufrago

Os lumes além da raia do porto,
excitam memórias frias e ternas
desejos todos num desconforto.

São almas eles, com suas lanternas
luzindo todo o sumo e um feitiço
seduz num sopro a dúvida eterna...

É um tudo perdido e naufragado
do outro lado da praia e indeciso
me deixo ermo e vago e de lado,
cá dentro n’água e a vida cobiço...

Primeiro Terza Rima, ritmo um pouco variado, mas eu gostei do resultado...

sábado, 15 de outubro de 2011

Trovas




maldição...
onde está a dobradura? 
guardei-a  nalguma caixa de sapatos,
em algum armário em algum sonho,
em algum lugar de minha cabeça. 




Maldição, sua dobradura
era um  coração, o teu
que fui perder com o tempo
sem sonhar um pão-por-Deus.

.

Mas, onde está a dobradura?
Num sonho antigo no arquivo
de um mundo feito em memórias
que longe, lembra estar vivo.

.

Mas, onde está a dobradura?
Guardado embaixo da cama
numa caixa de sapatos,
como tudo que se ama...

.

Era um coração dobrado,
de um folheto d’algum show
em São Paulo, documento
fora tudo que sobrou.


meu mote veio de um comentário meu, de um episódio de anos atrás, me lembrei do dia vendo esta imagem...