Navio Fantasmas
Nas névoas do sonho e do sono,
um navio mercante navega
nas vagas da raia das memórias.
E entre o que foi no abandono
pro fundo do mar que os carrega
aos cantos remotos da história,
o barco no tempo perdura
nas velhas missões lá de antanho,
dos tempos perdidos pra sempre.
Perdido num mar que fulgura
á mundos distantes e estranhos
de azul profundo e latente.
E o barco mercante permuta
no sumo dos mortos e d’outros
co’a forma dos vivos, matéria.
Carregam nos ombros a culpa
de um crime nefando, tal monstro
movido a dinheiro e miséria.
Levavam escravos aos montes
e em meio ao desespero e tortura
morriam no oceano os perdidos...
E poucos no instante da morte
diziam maldições na amargura
e muitos no fim são atendidos...
E certas figuras tomaram
o barco e fizeram cativos
os homens culpados por tudo,
E presos pra sempre ficaram,
no barco no fim, não mais vivos,
são homens sem rostos, são mudos.
E inda se vê o seu perfil
nos sonhos jogados ao mar,
é um barco distante na bruma.
Por causa de um ato tão vil,
lá estão, no destino a vagar
p’ra casa e p’ra terra nenhuma.
Nas névoas do sonho e do sono,
um barco mercante navega
nas vagas da raia das memórias.
E entre o que foi no abandono
o barco fantasmas carrega
um sopro perdido da história.
Reciclagem
Lá nas vagas que vão, a sua imagem
d’esse seu rosto sem massa e sem cor,
no esquecimento e pelo torpor,
vai se afundar no breu e na friagem.
E vêm as vagas, vão elas repor
os velhos erros e as mesmas roupagens.
Lá nas vagas que vão, co’a sua imagem
desse seu rosto sem massa e sem cor.
Vêm tantos outros das mesmas viagens,
rostos de areia que bem vão decompor.
Lá nas vagas que esvaem, reciclagem,
só mais um rosto que esvai sem valor
lá nas vagas que vão, co’a sua imagem.
Estou sem poder entrar na net e quando entro estou sem um pen drive, hoje foi um caso a parte.
Se conseguir o emprego que espero conseguir, vou por uma dsl em casa...
Até lá...
Vou estar ausente...