Águas Turvas
São sonhos sempre e sempre serão sonhos,
e todos eles vertem mesmo rio,
naquele barco deito e o remo desponho
e em cada braço um leito ali emergiu.
Da perda a dor letarga em pleno frio,
de plena pena leve açaimo exponho
na face a pele trinca o falso brio,
se em sonho encontro o monstro que componho.
No rio se encontra o duplo ali oposto,
na água turva espelha a fauna rébria,
à treva o ensejo almeja e ao pulo impele.
São sonhos sempre e sempre terão todos
o mesmo tom confesso de tez ébria,
os mesmos vermes transpassando a pele.
Enfim, um soneto descente depois de tanto tempo....
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