segunda-feira, 27 de março de 2017

Cainho



Cainho

Eu sinto falta das estrelas
compassadas, no meu caminho,
as pontilhadas na janela.

O brilho rítmico em alinho,
dos postes presos na  rua
de meu destino  em desalinho.

Eu sinto falta e continua
o ensejo ausente de breu!
O asfalto em mim que me insinua...

O brilho em frenesi tão meu...
Anseia o beijo da rua a estrada.
Se anseia a alforria que pereceu...

Mas  sinto a falta que alastrada
conduz na ânsia a culpa e a fome
de encoleirada dor claustrada.

A dor de um cão! Vida que some
na raiva, os dentes cá se estorcem
e rasgam a tez de quem os dome!

Sentir as luzes que distorcem
a vida prenha por perdê la
em sonhos nômades  que sorvem-me!
Eu sinto falta das estrelas!

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