quarta-feira, 21 de setembro de 2011

16 de julho de 2011




"Imaginação querida, o que sobretudo amo em ti é não perdoares. " Andre Breton, Manifesto Surrealista, mil novecentos e vinte e nove, ponto. Quebra de linha, continuando o texto, me pergunto, longe de todo o contexto, desta querida imaginação: como eu te odeio?
Existem aqueles em que mais vivem dentro de si do que no mundo que o cerca, e deixam de viver, naquele bar, num sábado como um epílogo deste semestre na faculdade, deixam de viver e ficam num ângulo obtuso na parte aguda daquele lugar, cá eu, lá olhando as pessoas. Porque interagir se eu posso observá-las e inculcar-me com minhas próprias conjecturas? É claro que isso foi retórico, uma pergunta retórica seja lá o que raios for.
Observá-las, nisso percebo a capacidade de uma colega de seccionar as suas realidades, e em meio á tantos rostos felizes eu fico observando, juntando vagas peças. Como elas conseguem? Nessa ciranda, serotonina do que adianta, essa sua sina nessa ciranda, felicidade, por onde andas nessa cidade?
É essa melancolia, que me torna feliz, numa felicidade tão distante. E fico imaginando histórias ou refletindo todo o tudo do que me cerca, esquecendo que a realidade é passageira e meus atos não correspondem ao tempo real, onde é que eles conseguem seguir esse tempo tão mais factual que o movimento de uma dança? Que substancias eles metabolizam diferente de mim? Eu não sei como acompanhar esta dança, eu não sei e não sei se os invejo. Imaginação, onde me prendes? Melancolia, essa felicidade, o que sobretudo amo em ti é não perdoares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário