terça-feira, 3 de setembro de 2013
Ela
Ela dissolvia um halls preto na boca cheia de vódka e tinha um cão chamado Salazar.
Tinha um nome conhecido e um nome que muitos já se esqueceram.
Nome que podiam chamá-la, nome que podiam faze-la sofrer.
Nome que paira sobre um ar de desconforto.
Mas já foi o gozo e a dor de muitos homens e tem um pequeno cemitério por de trás dos tonéis.
Ela os vê brilharem a noite mas ela sabe abrir qualquer animal.
E pode enfiar suas mãos em suas entranhas.
Sabe limpá-los. Torna-los puros e inofensivos.
Arranjar-lhes um lugar. Como já fez em muitos homens.
Lugar dela, um barraco no alto do morro que sabe concertar com qualquer coisa que encontrar.
Ela sabe que ali ninguém mais a incomoda.
Mas ela dá cigarro aos garotos. Mas enterrou aquele que seria um.
Ela já viu o inferno que é o paraíso dos homens.
Ele foi o primeiro de tantos.
Hoje ela tem tantos dentes na boca...
Ela cheira á óleo e ela tem cabeças de bonecas e ela tem uma cadeira de rodas no armário e ela sente pequenos insetos se remoendo entre os dedos, coçando, fazendo caminhos.
Se sente mãe de tantos.
Ela não tem idade mas tem um nome sempre sussurrado por um pequeno cemitério por trás do tonéis, com cabeças de bonecas. E ela poderia limpá-los assim como aquele que seria um, pois sabe abrir qualquer animal, mas ela os vê brilharem a noite.
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