quinta-feira, 5 de abril de 2012

Poema




Os olhos, os olhos, os olhos...
Dissolvem meus traços, meu rosto,
meus velhos faróis aos frangalhos,
retalho de um lar decomposto.


Confeito esquecido no lodo,
refletem mil vidas, um espelho
de velhas feridas abertas
com dentes de ferro vermelho.


Colônia imortal num inferno
c’os lábios luzentes n’abrolhos,
na gula perene da inveja
são olhos, os olhos, meus olhos...

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