segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fantasmas




Fantasmas

Nesses espaços d'entre os muros
dá-se de ouvir os velhos sussurros,
roucos, cobertos todos de terra.

Vozes de velhas secas raízes,
seres perdidos são os infelizes
presos na terra e a sina se encerra.

Ouça o sussurros nessas paredes,
dentro das frestas, presos nas redes
feitas de ferro, pontas de serras.

Mentes trancadas, sofrem, fundidas
nesses tijolos formam suas vidas
mortas no outrora mesclam-se aos prédios.

Olhando os ruas esquecem o outrora,
olham do alto e esquecem das horas.
Vivem de anseio e enlouquecem no tédio!


Estu realmente sem tempo, dia 30 comprarei meu net book, possivelmente vai vir alguns poemas sobre mitologia grega, mas na questão de Hades.
Bom, é isso, lá vou embora outra vez, abraços.

sábado, 27 de novembro de 2010

Tráfego



Tráfego

Nessa ferrovia, não via meu destino passar,
e nem percebia ou sabia que as pessoas caminhando
não vão mais voltar pra cá,
vão pra lá, jamais voltar...

Esses passageiros tão passageiros na rua
passando na vida minha a esquecida na lua,
distante a sonhar o sólido,
tão sólido mundo ilógico...

Eles não percebem, e nem mais querem saber,
que eles nos caminhos se vão sozinhos morrer,
nas suas solidões tão ternas,
nas suas vastidões internas...

Nessa ferrovia perdia meus desenhos de infância,
e nem percebia nem via que o passado em sua estância
se perdia no limiar,
da razão de meu sonhar

Eles não percebem, nem reconhecem o real,
vivem se importando e vão procurando o normal
modo normal de viver
e assim desaparecer...

Nessa ferrovia perdia meus brinquedos, memórias
que bem me prendia nos dias d’esquecidas histórias
que não se tem mais, passado
que não volta mais de fato...

Eles só passavam e nem ligavam pra isso,
querem os seus mundos sem nenhum desperdício,
e nem nunca percebeu-se,
que a infância, perdeu-se...
Só isso...


Poesia antiga...
Sem tempo nem para respirar...

Bufão

Link
Tema antigo, lá de meus primeiros versos...

Era para ser um rondó retro, mas não ficou no tema. Certo, vou fazer um sobre uma paisagem marinha... Pela questão pessoal eu gsotei desse rondó.

Bufão

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

O silêncio morto no ar,
tem de chumbo peso e cor,
num sufoco de isopor
por entrar pelo pulmão.

Um momento de pesar
nos bolsões do pensamento,
um terrível sentimento
por entrar em combustão.

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Em um gelo que transpassa
as suas veias, as suas memórias
lá de histórias irrisórias
que se embaça na razão.

Em um gelo por queimar
toda a pele, seus sensores
antiqüíssimos refletores
que enferrujam solidão...

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

D’uma sina tão concreta
que confunde seus caminhos,
como um urso vai sozinho
na repleta escuridão.

Num constrito rompimento
com os velhos relicários,
um romper de maquinários,
trincamento e solidão.

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Vou à Noite navegando
icebergs naufragados.
pelos mundos apagados
vão rasgando a imensidão.

E nos livros lá de outrora
quando o mundo era azul
fui num barco para o sul,
fui-me embora da razão...

Um bufão congela no tempo,
um momento preso no riso
de indeciso golpe de faca
d’uma opaca decisão.

Aqui seguem uma das mais antigas poesias com um “metro e ritmo” que tenho comigo...

Um bufão congela
congela em terra d'urso
sentado espera o curso
espera um dia ver ela.

Seu chapéu tem pontas
com olhos pendurados
se perde em cousas tontas
e em medos conjurados.

Escolho te como guardião
das mentiras sem razão
dos amores fracassados
dos meus sonhos alquebrados...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Passagem, Noturno e Aflição


Noturno

Um teto sem estrelas, perdido nos faróis, nas luzes das janelas e em tantos outros sóis... Um tempo sem estrelas e tantos holofotes, que tentam surpreende-las com luzes e tão fortes são olhos tão famintos que espreitam as cidades, em cada labirinto com toda a liberdade. E os homens no negrume se perdem em seus mundos, num vago e frio perfume de um gozo moribundo. N'um mundo moribundo...

Passagem

Eu não mais enxergo aquele meu rosto... Todo o meu falar calou e foi perdido lá nos vendavais de velhos desgostos, folhas de um futuro estranho e vencido.

Traços de um amor ao ontem retido todo num sonhar, ferrugem é o seu gosto... Traços de um homem viajante estranho e esquecido, homem que voltou n'um fim decomposto.

Já não mais enxergo aquilo que escrevo, esta má melodia de tempos amigos, este manuscrito de vis tatuagens.

Nem sei se me lembro além do que não devo: linhas que carrego in-derme e comigo numa confusão de mil maquiagens!

Aflição

Os girassóis se desmancharam nos carroceis das estações e as estações já se apagaram lá nos broquéis das gerações que desmembraram e se afogaram nas mais cruéis das aflições.

Nas mais cruéis das aflições!




Bom, um estudo que estou fazendo, estou tentando aprimorar, báh...
Uma outra concepção de verso livre hehehehe

domingo, 7 de novembro de 2010

Nota

Bem, é engraçado, eu sou ao vivo aquele tipo de guri, meio estranho, que vive tirando humor de coisas sem sentido e com um tom trágico porém otimista. Já no papel eu sou deste modo, na poesia e na prosa... Não sem quem aí é o personagem, sou eu que imito a mim mesmo na vida real ou se é eu aqui no blog um personagem. As vezes acho que sou para viver de ideias e ver a realidade se esvair como um algodão doce na boca... Uma amiga minha também é assim, as vezes acha não ter capacidade para enfrentar o turbilhão do mundo e cai nos livros comerciais e em um trabalho rotineiro. Não,é melhor não cair na rotina, quando os dias da semana começam a se tornar cíclicos é que o mundo está desabando, e quando se der conta vais é ter de pular do carro em movimento. Vida de TDAH é fogo, mas bem... É melhor terminar o fichamento, é melhor levar um I.A. baixo na faculdade que abaixar a cabeça. Os homens de pés no chão que fiquem com seus pensamentos de novelo, eu sei que o melhor caminho é o chumaço algodão. Pode não ser o mais prático, porém é o mais divertido.
Meio lisérgico isso não? Mas não, eu não uso drogas, eu não preciso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Trovas brejeiras e três outras tristes



Trovas

Cabelos que cacheados,
lembram ramos de videiras
n’um corpo que curvilíneo
zonza mais que bebedeira.

Tal moça é bem pequena,
jeito de amora madura
doce por dentro e por fora
tanta delícia fulgura...

Tal moça vive sua vida,
com outro vive também,
talvez eu seja o problema,
comigo não vive ninguém.

Moça de folhas que ao vento,
são folhas mortas, se esvaem...
Mundo que vai se perdendo,
são jeitos velhos que caem.

Bem eras de folhas verdes,
com vida dentro e por fora,
mas algo te fez tão fraca...
Sua cor é castanha agora.

Sementes co’o tempo crescem,
as boas e também as más
se espalham por todo o corpo
e o outrora enfim, se desfaz.
...